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Teletrabalho
Só um em cada três trabalhadores, em Portugal, está a utilizar soluções híbridas de teletrabalho (Foto: Unsplash)

60% da população que poderia estar em teletrabalho não está

Por: Diana Mendonça

A pandemia fez desenvolver novos modelos de organização laboral, inclusive, o teletrabalho. A tendência esperada era que estes modelos de atividade remota se mantivessem, contudo, com a retoma da atividade, o número de trabalhadores em teletrabalho reduziu em toda a União Europeia, de acordo com os dados do Eurofund.

Em Portugal, mais de 60% dos trabalhadores com funções elegíveis para o teletrabalho, realizam a sua atividade profissional de forma presencial.

“A pandemia parece não ter espoletado a desejada e esperada revolução de trabalho a partir de casa, pelo menos não entre os respondentes do inquérito eletrónico, muitos dos quais estão novamente a trabalhar exclusivamente a partir das instalações do empregador”, conclui o Eurofund, Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho.

Só um em cada três trabalhadores, em Portugal, está a utilizar soluções híbridas de teletrabalho, estando em 16º lugar no ranking dos países europeus com maior percentagem de trabalhadores capazes de produzir em casa.

Os países que vão à frente deste ranking são Croácia, Grécia, Bulgária, Eslováquia, Roménia, Malta, Espanha e Chipre, todos com mais de 70% de potencial de teletrabalho não realizado.

As tendências portuguesas estão 3% acima da média europeia, o que revela que 57% dos trabalhadores com funções elegíveis para o teletrabalho estão a trabalhar de modo presencial, e que 23% dos trabalhadores que têm funções que podem ser totalmente desempenhadas em modo remoto, estão a trabalhar sem recurso a modelos híbridos.

As condições de trabalho na União Europeia melhoram na maioria dos países, desde o início da pandemia. Contudo, alguns países como é o caso de Portugal, Finlândia, Países Baixos e Luxemburgo mantêm ou aumentaram o número de desempregados da pandemia, segundo os dados do Eurofund.

O estudo revela ainda que, atualmente, as famílias europeias estão a enfrentar maiores dificuldades económicas do que no período pandémico, dado ao aumento dos preços e, consequentemente, do custo de vida. Fazer face às despesas energéticas é uma das principais preocupações das famílias. A conjuntura atual europeia está a despoletar uma falta de confiança nas instituições europeias e nos governos nacionais.

O estudo sobre as condições de vida e trabalho, tendo em conta o impacto da Covid-19, foi realizado nos 27 Estados-membros da União Europeia e recolheu 200 mil respostas de cidadãos europeus.