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We Help Ukraine
Hugo de Sousa, porta-voz da We Help Ukraine (Foto: João Filipe Aguiar Photography)

“Arregaçar as mangas é o que vai fazer a diferença” – Hugo de Sousa

Por: Maria Carvalhosa

A apresentação da 24.ª edição da PME Magazine contou com a intervenção de Hugo de Sousa, porta-voz da We Help Ukraine, plataforma tecnológica portuguesa para apoio humanitário, cuja iniciativa consiste na agregação não só de donativos, como, também, de qualquer tipo de esforço de ajuda à Ucrânia e aos ucranianos prejudicados pela atual guerra com a Rússia.

A iniciativa, que começou a 26 de fevereiro (dois dias depois do início da guerra) e que é mantida por voluntários, encontra-se atualmente a reunir esforços por todo o mundo, incluindo do Canadá, Reino Unido e Estados Unidos. Foi concebida com o objetivo de juntar em escala, e num curto espaço de tempo, as pessoas que precisavam de ajuda, com quem estava disponível para a dar, com a maior rapidez e eficácia possível.

Segundo Hugo de Sousa, no caso de uma eventual catástrofe, o Estado não teria a capacidade de ajudar sozinho e em tempo útil, seja um exemplo disso um terramoto, um tsunami, ou, até, como o porta-voz da We Help Ukraine referiu, o episódio da semana passada, do cachalote que foi parar à Fonte da Telha e acabou por morrer, por falta de resposta em tempo real das entidades responsáveis para enviar a devida ajuda.

“Como é que podemos disponibilizar casas, apoio médico e transporte rapidamente? Nenhum Estado tem autocarros prontos à espera que chegue uma guerra. Nós chegámos à conclusão, ao final de dois dias, que estávamos a criar uma plataforma humanitária para a orquestração de ajuda em escala, que hoje é a We Help Ukraine, e que amanhã é a We Help, sendo que tem processos capazes de fazer o matching entre quem precisa de ajuda e quem quer ajudar. Eu diria até que nos encontramos perante a próxima geração de apoio humanitário”, referiu Hugo de Sousa, figura principal da plataforma em intervenção na apresentação da PME Magazine de abril.

De acordo com Hugo de Sousa, por ser a primeira guerra com internet, as pessoas precisavam, por exemplo, de baterias de telemóvel, sendo que o que mais queriam, ao sair do seu país, era serviço de telemóvel, para que pudessem comunicar. A We Help Ukraine reuniu e coordenou, assim sendo, em tempo real, as entregas dessas mesmas baterias, a quem precisava. Dessa maneira, a tecnologia apresenta aqui, mais do que nunca, um papel fundamental para o apoio humanitário.

O porta-voz da We Help Ukraine refere também que “a maior aprendizagem do movimento até à data, é que os fatores velocidade e tempo de resposta são os que representam efetivamente a maior diferença na ajuda oferecida, que pode – e deve – ser reduzida de dois a três dias, para duas ou três horas”.

“Ter uma pessoa disponível ou não pode ser a diferença entre salvar uma vida. Hoje é a Ucrânia, amanhã podemos ser nós, e, por essa razão, temos de estar todos prontos para colaborar a qualquer momento. Não vale a pena chamar pelo Estado, porque nunca vai ter condições, em tempo útil, de prestar esse apoio. Arregaçar as mangas e conseguir ter mecanismos para trabalhar em setores como tecnologia, processos e logística é o que vai fazer a diferença”, declarou Hugo de Sousa, finalizando assim o seu depoimento acerca do projeto que conta já com mais de 50 dias de existência no apoio às vítimas da guerra.

No seguimento do apoio humanitário promovido pela We Help Ukraine, também a PME Magazine se juntou à causa, fazendo uma doação de 250 euros, revertidos em géneros, para o Banco Alimentar, através da plataforma.