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Nuno Neves, CEO e partner da Precise (Foto: Divulgação)

“As nossas pessoas são uma das principais fontes de recrutamento de novos colaboradores” – Nuno Neves

Por: Marta Godinho

A Precise é uma empresa portuguesa de gestão de recursos humanos especializada em recrutamento, seleção e outsourcing nas áreas da saúde e tecnologias de informação (TI) com atuação a nível nacional e internacional. Em entrevista à PME Magazine, Nuno Neves, CEO e partner da Precise, conta-nos um pouco sobre a empresa, os principais desafios de liderar uma empresa global e focada em duas áreas de negócio distintas e os planos para o ano de 2023 que agora começou.

PME Magazine (PME Mag.) – Como carateriza a empresa?

Nuno Neves (N. N.) – A Precise é uma empresa com um ADN jovem, dinâmico e bastante ambicioso que se dedica à gestão e consultoria na área de recursos humanos, com especial foco na área da saúde e nas tecnologias de informação.

PME Mag. – Que desafios surgiram no início?

N.N. – Tendo em conta que somos uma empresa com seis anos de existência, os resultados e a presença que temos atualmente no mercado de recursos humanos fez de nós uma empresa de rápido crescimento. Isto trouxe-nos vários obstáculos ou, se preferir, dores de crescimento. Nesse capítulo, destacaria as dificuldades que sentimos na adaptação necessária da nossa estrutura interna de recursos humanos à realidade do volume de negócios, enquanto nos confrontámos com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo no que respeita à atração e retenção de talento. Assim, claramente, o caminho tinha de passar por tornar a Precise uma empresa mais atrativa com benefícios que contribuíssem para a existência de uma cultura de work-life balance na empresa. Hoje, concluo que foi uma decisão acertada, pois atualmente as nossas pessoas são uma das principais fontes de recrutamento de novos colaboradores.

PME Mag. – Como traduz o conceito de Blue Friday? E de que forma é que este sistema ajudou a empresa?

N. N. – O conceito da Blue Friday não é mais do que tentar retribuir aos nossos colaboradores todo o tempo e dedicação que nos dão diariamente. Tentamos equilibrar a balança entre a vida profissional e pessoal. Rapidamente percebemos que o conceito foi muito bem recebido e isso foi bem visível nos níveis de motivação em todos os nossos colaboradores. Os objetivos traçados continuaram a ser cumpridos, enquanto a taxa de absentismo e turnover foi reduzida.

PME Mag. – Que estratégias adotam para clientes nacionais e internacionais?

N.N. – A estratégia não passa tanto pelo facto de o cliente ser nacional ou internacional, mas pela área de negócio em si. Na área da saúde, a esmagadora maioria dos clientes são nacionais, enquanto na área das TI acontece exatamente o oposto, tendo aqui os clientes internacionais uma expressão maioritária. Uma vez que na área da saúde a estratégia adotada é mais convencional e passa muito por procedimentos de contratação pública, eu destacaria a estratégia adotada para clientes internacionais na área das TI. Aqui posicionamo-nos não apenas como um parceiro de recrutamento, mas também como parceiro na área da consultoria estratégica de recursos humanos. Muitos destes clientes pretendem implementar os seus hubs tecnológicos no nosso país e para tal, precisam de um parceiro que conheça a realidade do mercado e os possa ajudar a construir uma política de atração e retenção desses mesmo recursos.

PME Mag. – Como é ser parceiro de hospitais e instituições de saúde através de outsourcing de profissionais de saúde?

N. N. – Bastante desafiante, mas, ao mesmo tempo, muito recompensador. Existe um sentimento profundo junto de todos os elementos da equipa de que estamos, indiretamente, a prestar um serviço público numa área tão sensível e precisa como é a área da saúde. Isso é algo, como deve imaginar, que tem as suas adversidades, mas que ao mesmo tempo nos enche de orgulho, pois contribuímos, com a ajuda dos nossos muito estimados e incansáveis profissionais de saúde para que os cuidados de saúde cheguem a quem mais precisa.

PME Mag. – As empresas apresentaram muitas dificuldades aquando da pandemia Covid-19, mas a Precise apresentou outro panorama. Fale-nos um pouco disso.

N. N. – Sendo as duas principais áreas de atuação da Precise no mercado de recursos humanos, a área da saúde e a área das tecnologias de informação, acabámos por estar no olho do furacão no que toca à pandemia. Contribuímos, e muito, para todo o processo de internamento e vacinação da Covid-19. Ao mesmo tempo, também assistimos a um crescimento no mercado de tecnológico devido à adaptação das empresas à realidade do confinamento, o que fez com que a procura destes mesmos profissionais não abrandasse, muito pelo contrário, acelerasse.

PME Mag. – Também dispõem do sistema da semana de quatro dias. Como tem corrido e de que forma é que tem melhorado a performance da empresa e dos seus colaboradores?

N. N. – O conceito da Blue Friday está a ser, sem dúvida, bastante positivo. Se queremos reter o talento nas nossas empresas, temos de estar próximos das nossas pessoas e perceber se efetivamente vêm trabalhar a vestir a camisola ou apenas por obrigação. Para tal, temos de entender se o volume de trabalho e a carga de stress não estão a contribuir para um desequilíbrio nesta balança. Este tipo de iniciativas e benefícios são a nossa tentativa para equilibrar essa mesma balança, dando-lhes mais tempo para a sua vida pessoal.

PME Mag. – Como define o ano de 2022 para a Precise?

N. N. – O ano de 2022 foi, sobretudo, um ano de afirmação do brand awareness da Precise no mercado de recursos humanos em Portugal, mas também um ano de confirmação no que respeita aos resultados obtidos, existindo uma continuidade no crescimento dos números dos anos anteriores.

PME Mag. – Quais são os planos da Precise para 2023?

N. N. – Queremos estabelecer o nome da Precise no mercado como uma referência, continuando a apostar e expandir a nossa presença em clientes internacionais na área das TI, e, simultaneamente, consolidar e diversificar o nosso negócio na área da saúde. Durante 2023, esperamos também apostar em novas ideias para oportunidades de negócio, mas para já não posso revelar mais. Nestas coisas, como diz o ditado, o segredo é a alma do negócio.