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Carla Ferreira, diretora-geral da Factor H (Foto: Divulgação)

Atrair e reter talentos, o novo Santo Graal da gestão

Por: Carla Ferreira, diretora-geral da Factor H

Vivemos hoje uma situação atípica no mercado português, que já não vivíamos há mais de 10 anos. Há realmente falta, quer de recursos qualificados, quer não qualificados, em todos os setores de atividade. Graças a este défice de pessoal, as estratégias de recrutamento e atração de talentos nas empresas têm vindo a ganhar maior relevância.

Toda esta situação resultou da pandemia, que nos forçou de um modo repentino a mudar de hábitos de vida, os quais levaram a uma mudança de mindset. A nova perspetiva pós-pandémica passou a ser a de que a vida tem de ser vivida, onde os colaboradores procuram novas experiências, maior mobilidade e flexibilidade, e melhores condições de trabalho.

Mas afinal o que é que carateriza esta mudança?

Esta mudança de paradigma deve-se a um mercado de trabalho extremamente dinâmico em Portugal, que leva a que as empresas pensem em três pontos essenciais:

  1. Foco no talento, mas também na digitalização de processos;
  2. Mudança na cultura empresarial das empresas, com incidência em novas estruturas e métodos de trabalho;
  3. Maior destaque nas competências digitais, mas também nas soft skills. Falamos, por exemplo, de cooperação e trabalho em equipa, comunicação, gestão do tempo, gestão das emoções, flexibilidade e adaptabilidade, entre outras.

Acredito que cada vez mais os colaboradores têm consciência do seu papel e relevância dentro de um negócio/empresa e, como consequência, houve um crescimento notável de exigências em termos de condições de trabalho, o que leva ao maior desafio alguma vez visto por parte dos líderes.

As empresas são levadas a refletir, também, naquilo que podem vir a fazer e/ou oferecer aos novos talentos, na medida em que estes se sintam aliciados a aceitar ou manter-se num determinado cargo e/ou projeto profissional, para que sejam capazes de atrair e reter candidatos.

Afinal, o que é que atrai verdadeiramente os colaboradores?

  1. Flexibilização do horário de trabalho;
  2. Condições de trabalho que estimulem bem-estar e momentos de lazer;
  3. Aposta na formação e desenvolvimento de competências;
  4. Liderança – comunicação assertiva, transparência, exemplo;
  5. Oportunidade de progressão;
  6. Reconhecimento;
  7. Políticas que promovam salário emocional;
  8. Cultura empresarial – reconhecimento de mercado.

A integração de pessoas nas equipas é deveras desafiante. Por um lado, as entidades empregadoras estão mais atentas à maneira como olham e tratam os trabalhadores, tentando pôr em prática novas estratégias de captação e retenção de recursos humanos e, por outro, temos os novos talentos com um leque muito específico de critérios de seleção quando lhes é apresentado um novo emprego.

Se, realmente, colocar em prática estas novas estratégias e ouvir atentamente as necessidades dos seus colaboradores, além atingir mais facilmente os resultados estabelecidos, porque tem uma equipa satisfeita, a aquisição de novos talentos será mais fácil e eficaz, pois as propostas serão mais adequadas e ajustadas às exigências dos trabalhadores.