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Rússia
Ao 89º dia de guerra, diplomata russo manifesta-se publicamente contra a guerra na Ucrânia. (Foto: Pixabay)

Conselheiro da Rússia na ONU renuncia cargo

Ao início da tarde desta segunda-feira, Boris Bondarev, conselheiro da Rússia na delegação da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, anunciou a sua demissão. O diplomata russo, que trabalha há mais de 20 anos para o governo russo, afirma que nunca teve tanta vergonha do seu país como tem desde dia 24 de fevereiro, dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia.

A demissão de Bondarev surge como uma afirmação pública de descontentamento da invasão da Ucrânia pela Rússia, evidenciando as dissidências políticas entre os membros do governo russo. Segundo o diplomata, quem concebeu esta guerra tem apenas o propósito de “permanecer no poder para sempre, viver em palácios pomposos de mau gosto, navegar em iates comparáveis em capacidade e custo a toda a Marinha Russa e desfrutar de poder ilimitado e de total impunidade”.

Na sua carta de demissão, partilhada nas redes sociais pelo diretor e advogado da ONU, Hillel Neuer, Bondarev afirma que todos os funcionários públicos deveriam assumir “uma parte de responsabilidade” e agir. No entanto, o medo das represálias por parte das autoridades russas é maior: “nem todos os diplomatas russos são belicistas. Alguns são razoáveis, mas têm de manter a boca fechada”, afirma Bondarev.

Até ao momento, não houve nenhuma reação pública por parte das autoridades russas. Mas a pensar nas futuras ações da Rússia, Hillel Neuer apelou à União Europeia e aos Estados Unidos a criação de programas de acolhimento para os diplomatas russos que queiram manifestar-se contra a guerra.