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Corticeira Amorim volta a inovar em rolhas anti sabor
Foto: Distribuição

Corticeira Amorim volta a inovar em rolhas anti sabor

Por: Mariana Barros Cardoso

A Corticeira Amorim, uma das grandes empresas portuguesas, decidiu inovar numa das maiores problemáticas na hora de engarrafamento: a rolha.

Passados três anos, aquela que carrega o estatuto de maior empresa transformadora de produtos de cortiça do mundo volta a inovar, desta vez para o espumante. Tendo a nova tecnologia que tem garantia total contra o sabor da rolha, destes três anos, dois foram dedicados à investigação e desenvolvimento – I&D -, para este sistema pioneiro de triagem de rolhas de espumante. Primeiramente para vinhos tranquilos, a tecnologia NDtech, é apresentada como uma “revolução em termos de controlo de qualidade”.

Os fatores chave são a aposta na inovação – estratégia da Corticeira Amorim, como forma de afirmar a liderança no mercado – e, também o fator tempo, que se assume como decisivo. Este último com uma importância relevante na nova tecnologia NDtech Sparkling, em que o ideal será ver novas linhas a trabalhar em contínuo, 24h por dia, 7 dias por semana.

A Tecnologia apresentada há três anos – Ndtech – é uma “revolução em termos de controlo de qualidade” que consente uma triagem individual nas linhas de produção das rolhas de cortiça tendo como base a cromatografia gasosa que é uma das mais sofisticadas análises químicas do mundo. A nova tecnologia – Ndtech Sparkling – permite fazer o mesmo, neste caso, nas rolhas de espumante, tendo o essencial para a cortiça natural e estando adaptada aos três diâmetros típicos utilizados na indústria de espumantes: 49x24mm; 49x25mm e 49x26mm.

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Em comunicado, a Corticeira afirma que o tempo é um fator decisivo e aponta a precisão como um fator crítico, acrescentando: “Tradicionalmente, cada análise de cromatografia gasosa demora cerca de 14 minutos. Através do NDtech, a Corticeira Amorim conseguiu reduzir o tempo desta análise para cerca de 16 segundos, viabilizando a sua integração numa escala industrial”. Esta tecnologia é capaz de detetar qualquer rolha de cortiça que apresente mais de 0,5 nanogramas/litro de TCA – associado ao sabor da rolha -, removendo-a automaticamente da linha de produção. “É o equivalente a uma gota de água em 800 piscinas olímpicas”. Garante a empresa.

A Corticeira Amorim possuí um volume de negócios superior a 700 milhões em mais de 100 países – muito assente nas rolhas – no entanto são também outros os produtos utilizados por indústrias tecnologicamente mais exigentes, incluindo no setor aeroespacial. Assim, em 2017, um artigo publicado da Reuters calculava que a cortiça teria vencido a “guerra” contra os produtos vedantes alternativos – fabricados em plástico ou alumínio – atualmente com uma quota mundial à volta dos 70% no setor vinhateiro.

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Carlos de Jesus, diretor de marketing e comunicação da Corticeira Amorim, fala deste processo afirmando que maximiza a precisão tecnológica, que permite reforçar a qualidade da rolha de cortiça para espumante, exaltando as características técnicas e de sustentabilidade daquele que é o melhor vedante para vinho”, e reforça como sendo uma “ótima notícia para os produtores de todo o mundo”.

No entanto, e porque “nem tudo são rosas” – passo a expressão – e, embora o tratamento anti-TCA tenha já convencido produtores como Laroche Wines a utilizar novamente cortiça, há críticos de vinhos que afirmam que mesmo com estas tecnologias há um risco de deterioração do produto.