Home / MERCADO / Economia / Cuidar do “coração” da economia
Duarte Líbano Monteiro
Duarte Líbano Monteiro, Country Manager da Ebury para Portugal (Foto: Divulgação)

Cuidar do “coração” da economia

Por: Duarte Líbano Monteiro, Country Manager da Ebury para Portugal

O país será tão mais próspero se cuidarmos bem das nossas empresas. No momento em que se assinala o dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), proclamado pela Assembleia das Nações Unidas, no dia 27 de junho, temos que ter consciência como é importante apoiar aquele que é o “coração” da economia.

Se dúvidas houvesse da expressão das PME no nosso país, os últimos dados da Pordata, de 2019, são elucidativos: 99,9% do tecido empresarial em Portugal é composto por PME, dos quais 96% são micro-empresas, empresas com menos de 10 pessoas e cujo volume de negócios anual e/ou balanço total anual não excede os 2 milhões de euros. É certo que são as grandes empresas que têm maior impacto mediático, mas as PME são fundamentais para a nossa economia avançar.

A pandemia exigiu mudanças, ajustes, muitos deles dolorosos. Muitas empresas tiveram de pedir ajudar, recorrendo a moratórias, algumas não aguentaram a pressão e foram obrigadas a reduzir força de trabalho. Perante o contexto atual, se por um lado o tecido empresarial português tem evidenciado muitas dificuldades, também se mostrou resiliente e capaz de encontrar novas soluções e novos modelos de negócio.

Os clientes da Ebury em Portugal têm procurado novas oportunidades em novos mercados, investido na sua modernização e descoberto novos caminhos para contrariar este abrandamento. No entanto, para o continuar a fazê-lo precisam de apoios, de parceiros que estejam ao seu lado para não desistirem e para ultrapassarem as barreiras que ainda existem para a sua internacionalização.

Para responder a esse desidrato, o Governo lançou uma linha de crédito de 3 mil milhões de euros para apoiar as empresas mais penalizadas pela covid-19. Agora, as PME precisam de parceiros não só que as ajudem a chegar a essa verba, como a aplicar da melhor forma em soluções inovadoras e adaptadas à nova realidade.

Acredito que se o esforço for concertado, as empresas portuguesas conseguirão ultrapassar a crise. Como revela o Observatório Insight, da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, as PME têm consciência dos obstáculos e da mudança de paradigma. Mas sozinhas, pouco ou nada poderão alcançar, por isso é fundamental que todo o ecossistema económico siga na mesma direção, apoiando todos que dele fazem parte.  

Num ano como este, todos os esforços serão poucos para em conjunto colocar este “coração” a bater mais forte e para que as empresas voltem a investir e que seja possível ter uma economia mais pujante e sustentável.