Home / Opinião / ESG no topo das prioridades das empresas e da CCIP
joaopedroguimaraes ccip esg
João Pedro Guimarães é secretário-geral da CCIP e membro do júri dos prémios Social CEO (Foto: Divulgação)

ESG no topo das prioridades das empresas e da CCIP

Por: João Pedro Guimarães, secretário-geral da CCIP e membro do júri dos prémios Social CEO

As políticas relacionadas com a chamada ESG (environmental, social governance) vieram para ficar e são, cada vez mais, uma prioridade nas estratégias das empresas portuguesas, sejam elas grandes, médias ou pequenas. Isto é assim, essencialmente, devido à preocupação, por um lado, dos consumidores em relação a estas matérias e, por outro, dos próprios investidores, sobre os quais recaem exigências regulatórias nacionais ou comunitárias. Assim, e em qualquer dos casos, as empresas não poderão continuar a ignorar estas temáticas. para que seja possível construir um futuro mais sustentável.

Por isso mesmo, sendo uma preocupação das empresas, é naturalmente uma preocupação da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), que tem como prioridade munir os seus associados das ferramentas adequadas para que possam criar a melhor estratégia possível no âmbito do ESG.

Aliás, no seu manifesto para as eleições para a nova Direção da CCIP, que se realizaram em março deste ano, Rui Miguel Nabeiro, novo presidente da nossa instituição, deixou bem clara a importância que atribui a esta matéria. Promover o debate e a partilha de informação atualizada em matéria de sustentabilidade; disponibilizar formações na área da sustentabilidade que permitam a aquisição de competências para uma gestão de empresas numa economia neutra em carbono; ou divulgar iniciativas promovidas por PME em matéria de economia circular, são algumas das medidas propostas pela nova Direção.

O combate às alterações climáticas é também uma obrigação coletiva. O novo pacto ecológico europeu, os compromissos assumidos na COP 26 e a crescente preocupação dos consumidores, levam a CCIP a querer desenvolver uma parte das suas iniciativas anuais em redor deste problema urgente.  Além disso, a própria CCIP aderiu, por exemplo, ao Compromisso Lisboa Capital Verde e realizará o primeiro bootcamp destinado à sustentabilidade ainda este ano.

Mas as iniciativas não se cingem às questões ambientais. Temos procurado também desenvolver – e divulgar – temas associados aos direitos humanos e à sua defesa no âmbito dos negócios e do comércio, nacional e internacional.

O mundo mudou. O lucro e o negócio por si só não podem ser as únicas prioridades das empresas. O contributo efetivo para a sociedade e a defesa de um conjunto de princípios em prol do bem comum devem caminhar, lado a lado, com a estratégia e a gestão de qualquer organização, seja ela de natureza empresarial ou associativa. Mas mais: os últimos tempos têm-nos demonstrado também que apenas juntos, atuando de forma solidária e defendendo os valores que norteiam uma sociedade livre, aberta e democrática, poderemos enfrentar – e conseguir ultrapassar – as crises mais profundas.