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A inflação também deve ser maior do que a estimada no OE (4%), é o que espera o FMI com a previsão de um índice inflacionário de 4,7% (Foto: Pexels)

FMI com previsões menos satisfatórias do que o cenário macro do OE2023 

Por: Eduarda Coelho

Após a entrega do Orçamento do Estado para 2023, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também realiza as suas previsões para Portugal no próximo ano, divulgadas esta terça-feira, 11 de outubro, no âmbito do seu Panorama Económico Mundial. As expectativas do FMI são todas mais desfavoráveis do que as presentes no documento entregue por Fernando Medina, nomeadamente com uma taxa de desemprego mais elevada e um crescimento da economia de apenas 0.7%.  

Segundo o FMI, a taxa de desemprego não irá estagnar, como prevê o Governo, mas sim aumentar, podendo chegar a 6,5% da população ativa – por consequência, prevê-se também um aumento nas despesas com apoios sociais e subsídios.  

Para o FMI, o crescimento da economia será de 0,7% no próximo ano, menos 0,6% do que o previsto no Orçamento do Estado. Assim sendo, as contas públicas serão impactadas, o que tende fazer descer o défice público português em apenas meio ponto percentual, para 1,4% do produto interno bruto (PIB). 

A inflação também deve ser maior do que a estimada no OE (4%), é o que espera o FMI com a previsão de um índice inflacionário de 4,7%.  

O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, afirma: “O pior ainda está para vir e para muitas pessoas o ano de 2023 vai parecer uma recessão”.  

Segundo as previsões do FMI, no próximo ano, Alemanha e Itália entram em recessão, Espanha cresce 1,2%, enquanto os Estados Unidos da América apenas crescem 1% e a França cresce em 0,7%. 

As previsões do OE2023, apesar da “incerteza elevada” e da “degradação do contexto externo”, como referido por Medina, são mais positivas do que as expectativas do FMI, que prevê um ano de mais fragilidade económica do que o Governo.