Home / MERCADO / Economia / Fórum PME Global discute panorama de produtividade das empresas
As conferências são uma parceria entre a seguradora AGEAS e a Ordem dos Economistas
As conferências são uma parceria entre a seguradora AGEAS e a Ordem dos Economistas (Foto: Divulgação)

Fórum PME Global discute panorama de produtividade das empresas

Na passada quinta-feira, dia 21 de outubro, às 17 horas, o Hotel das Lágrimas, em Coimbra, recebeu uma conferência do ciclo Fórum PME Global onde foi discutido o “Panorama atual sobre a produtividade nas empresas”.

O evento teve início com José Gomes, chief operations officer do Grupo Ageas Portugal e, de seguida, foi feita uma intervenção por parte de Rui Leão Martinho, bastonário da Ordem dos Economistas, por meio do “enquadramento, estratégia e competitividade da economia regional”. O economista rematou que Coimbra “durante longos anos foi esquecida e não foi vendida como deve ser”.

Coimbra perdeu cerca de 5% da população, o que levanta uma clara preocupação no dinamismo da cidade e da região, no entanto, ainda que se tenha perdido terreno para cidades como Aveiro e Braga, Rui Leão acredita que ainda “há condições para haver desenvolvimento” e recuperar lugar nos rankings das cidades portuguesas. Estes números evidenciam que ainda há trabalho a fazer nesta cidade, estando apenas no lugar 67 no número de empresas não financeiras por cada 100 habitantes.

O CEO da Frijobel, Paulo Júlio, tentou explicar a relação entre Coimbra e as empresas, dizendo: “Na minha opinião, em Coimbra valoriza-se menos o empresário. Em Aveiro e Leiria, dá-se muito mais importância.”

Paulo Júlio considera ainda que “há uma desigualdade no tratamento por parte do poder local na forma como encara as empresas”.

Jorge Pimenta, diretor de inovação no Instituto Pedro Nunes, refere que o trabalho de conectar universidades e empresas está em andamento, apesar de se pensar o contrário, “há muito que tem de ser feito na ligação entre o conhecimento produzido do ponto de vista académico e a sua aplicação prática”.

Já Paulo Barradas, CEO da Bluepharma, também concordou que é possível criar empresas em Coimbra com base no conhecimento. Considera ainda que as oportunidades de desenvolvimento são mais do que aparentam e que o objetivo deveria passar por reter as que ainda tem e atrair quem ainda não está. O empresário prevê uma maior cooperação entre PME e universidades, compensando a economia, enquanto José Gomes considera que o “novo ciclo de investimento abre oportunidades e desafios às empresas para fortalecer o posicionamento e a forma como abordam os mercados”.

Quanto ao desafio da mão-de-obra, segundo Paulo Júlio, “há um problema nacional que tem a ver com a falta de mão-de-obra especializada, eletricistas, mecânicos, pedreiros”, criticando haver uma desvalorização do ensino empresarial e temendo que tal venha a acentuar-se.

A encerrar o evento esteve Gustavo Barreto, chief commercial officer do Grupo Ageas Portugal, após Camilo Lourenço afirmar que “é tudo uma questão de planeamento e é tudo uma questão de exigência (…) o país é assim como nós estamos a retratar porque não somos exigentes”.

As conferências são uma parceria entre a seguradora AGEAS e a Ordem dos Economistas, com o objetivo de envolver as associações empresariais locais na discussão de temas impactantes nas empresas.