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O papel da responsabilidade social na identidade de uma marca

Por: Catarina Farrajota, TESE – Associação para o Desenvolvimento

 

Períodos de turbulência económica, acompanhados pelo aumento significativo de desigualdades sociais, exigem novas estratégias e respostas para os problemas da sociedade contemporânea. Este panorama tem contribuído para o aparecimento de alternativas privadas à produção de bens e serviços sociais.

O valor ético que mais tem sido associado às “marcas” das empresas, como diferencial competitivo, é o desenvolvimento de programas de responsabilidade social.

De um ponto de vista empresarial, a responsabilidade social tem vindo a ganhar relevo, assumindo-se, cada vez mais, como um fator de distinção com impacto na construção da identidade ou da “marca” das empresas.

A responsabilidade social traduz-se na participação ativa das empresas e das organizações na construção de uma sociedade mais justa e mais solidária, segundo a adoção voluntária de posturas, comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo, de acordo com a definição proposta pela plataforma online Responsabilidade Social.

 

A responsabilidade social e as Pequenas e Médias Empresas

Na perspetiva das Pequenas e Médias Empresas, adotar uma política de responsabilidade social pode soar distante dos seus objetivos essenciais e um foco que, à primeira vista, pode não ser entendido como prioritário na estratégia e gestão do negócio.

Contudo, com a sensibilização cada vez maior do mundo empresarial, a responsabilidade social representa uma oportunidade para as empresas construírem um diferencial competitivo.

Este diferencial competitivo pode ser rentabilizado em diferentes contextos e na relação da empresa com as restantes e com o público em geral.

Na perspetiva empresarial, a inclusão de critérios relacionados com condições de trabalho, cumprimento das leis e preocupação com o meio ambiente, entre outros, pode representar uma mais-valia no momento de seleção de fornecedores; na perspetiva do consumidor, há, cada vez mais, uma consciencialização em matéria de responsabilidade social no momento da escolha de determinada marca ou produto com base nos aspetos relacionados com a responsabilidade social das empresas.

As empresas que têm enveredado por este caminho recorrem, muitas vezes, à obtenção de uma certificação na área. A mais utilizada para a responsabilidade social é a que está estabelecida pela Social Acountability International (SAI) – a SA 8000, em que as empresas se certificam neste normativo e se comprometem a cumprir com determinados objetivos, em troca de uma valorização no seu nicho de mercado como empresas atentas ao mundo que as rodeia.

 

A perspetiva das organizações da economia social

A TESE, Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, mantém uma relação estreita com as organizações focadas na promoção da responsabilidade social e da ética empresarial.

Na sua forma de atuar, a TESE – Associação para o Desenvolvimento privilegia o trabalho colaborativo e parcerias intersetoriais (Setor Público/Estado, Associações Comunitárias Locais e Setor Privado) para a criação e implementação de respostas inovadoras que melhor promovem o desenvolvimento social, a igualdade de oportunidades e a qualidade de vida.

O crescente volume de trabalho e o reconhecimento pela sua intervenção permitiu consolidar a sua posição como referência em Portugal, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Moçambique nas áreas do Emprego e Empregabilidade, Água, Saneamento, Energia e Gestão de Resíduos.