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Em Portugal a presença feminina em cargos de gestão e liderança cresce desde 2011

No final de 2016, as mulheres ocupavam 28,6% dos cargos de liderança nas empresas portuguesas, sendo responsáveis por 34,2% dos cargos de gestão. Estes valores foram registados na 7ª edição do estudo sobre a Presença feminina nas empresas em Portugal realizado pela Informa D&B, com o objetivo de traçar o retrato do panorama atual e avaliar a evolução dos principais indicadores entre 2011 e 2016.

De uma forma sustentada desde 2011 que se verifica um crescimento constante de cargos de gestão e liderança que são ocupados por mulheres, com a liderança a apresentar um ritmo de crescimento mais acelerado. Entre 2011 e 2016, estes valores traduzem um crescimento de 2,3 pontos percentuais em cargos de gestão (31,9% vs. 34,2%) e de 5,7 pontos percentuais em cargos de liderança (22,9% vs. 28,6%).

Presença feminina nos conselhos de administração das empresas cotadas mais que duplica

O caso particular das empresas cotadas revela bem quer esta evolução, quer também a diferença que existe ainda relativamente ao género na ocupação de cargos de gestão nestas empresas. Em 2011, apenas 5,7% dos cargos de gestão das cotadas eram ocupados por mulheres. Em 2016, esse valor mais do que duplicou, passando para os 11,9%.

Quanto menor a empresa, mais expressiva é a percentagem de mulheres em cargos de gestão e liderança. Nas grandes empresas, as mulheres estão representadas apenas em 12,9% dos cargos de gestão e em 8,2% dos cargos de liderança. Pelo contrário, é nas micro empresas que se encontram mais mulheres no topo, ocupando 35,0% dos cargos de gestão e 29,3% nos cargos de liderança.

Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, existe uma tendência de crescimento dos cargos de gestão e liderança que são ocupados por mulheres. Embora a situação ainda esteja longe da paridade, há indícios que podem apontar para uma evolução nesse sentido, como o facto das empresas mais jovens serem aquelas onde encontramos mais líderes femininas’.

A juventude das empresas está de facto associada a uma presença mais forte de mulheres em cargos de liderança. Quanto mais jovem a empresa, maior a percentagem de mulheres em cargos de liderança, com quase um terço das start-ups (31,4%) a serem lideradas por mulheres.

Setores e cargos de direção são sensíveis ao género

A maior concentração de mulheres em cargos de gestão e liderança verifica-se nos setores dos serviços, alojamento e restauração e retalho, com mais de 30% em cada um. Por outro lado, em setores como a banca e os seguros, a sua participação nestes cargos é muito reduzida (7,1% e 8,2%, respetivamente), apesar de uma quase paridade ao nível dos empregados.

A presença feminina é mais elevada nas direções de qualidade e recursos humanos. Mas foi na direção de marketing/comunicação que se registou o maior crescimento de mulheres em 2016 (6,0 pp). A direção geral e direções de sistemas de informação, operações/produção e comercial, continua, a revelar uma forte representatividade masculina.

 Líderes femininas preferem equipas de gestão mista.

O estudo sobre Gestores – presença feminina nas empresas em Portugal evidencia que as líderes mulheres tendem a privilegiar a diversidade de género nas estruturas de gestão. É nas empresas lideradas por mulheres que se encontram mais equipas de gestão mista (57% vs. 40% nas empresas lideradas por homens). Ao invés, líderes homens dão primazia a equipas de gestão exclusivamente masculinas (60%).