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Ordem dos Economistas
Rui Leão Martinho, Bastonário da Ordem dos Economistas (Foto: Divulgação)

“Se houver uma atitude de ambição, estaremos melhor”- Rui Leão Martinho

Numa iniciativa com a parceria da Ordem dos Economistas e da Companhia de Seguros Ageas Seguros, Rui Leão Martinho, Bastonário da Ordem dos Economistas, integra o ciclo de Conferências Fórum PME Global, como orador.

Nesta entrevista poderá conhecer a perspetiva de Rui Leão Martinho quanto à condição económica e social do país, o potencial de internacionalização da economia portuguesa, o desenvolvimento de novos projetos, mas, acima de tudo, o restabelecimento da confiança dos portugueses sobre o sistema financeiro após uma pandemia. 

Por: Margarida Duarte 

PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a oportunidade de fazer parte da série de conferências Fórum PME Global?

Rui Leão Martinho (R. L. M.) – A oportunidade da Ordem dos Economistas fazer parte do ciclo de conferências Fórum PME Global deriva da parceria da Companhia de Seguros Ageas Seguros com as Ordens Profissionais e, neste caso particular, com a Ordem dos Economistas. Trata-se de uma complementaridade entre as duas instituições que tem mostrado a capacidade de satisfazer o público que assiste a esses eventos e que muito pessoalmente me tem também agradado, dado que falar da economia, dos problemas regionais ou locais, consoante a cidade em que se realizam as conferências e dialogar com os empresários e responsáveis das PME tem sido muito estimulante.

PME Mag. – Como é possível reestabelecer a confiança económica das empresas depois de uma fase mais complicada a nível económico?

R. L. M. – Depois da pandemia, estamos agora na fase de recuperação e, mais tarde, da retoma. As ajudas que os governos europeus concederam durante esse período estão a desaparecer e é necessário que transição para a fase que agora vivemos seja bem preparada e permitindo às PME encontrar os meios de voltarem a laborar em pleno, ganhar produtividade, serem mais competitivas e manter, idealmente aumentar os postos de trabalho. Daí que seja crucial que a fase de transição seja bem aproveitada, sejam pensadas algumas facilidades de índole fiscal e de auxílio à tesouraria das empresas e, para aquelas que exportam, suporte para exportarem.

PME Mag. – Na sua opinião, acredita que a falta de requalificação profissional assim como a falta de mão de obra prejudica a internacionalização das empresas?

R. L. M. – Sim, a principal medida que qualquer governo deve tomar é a qualificação dos portugueses. Nas suas várias facetas, uma boa instrução e educação, a formação profissional ou a constante atualização de conhecimentos e especialidades devem ser um objetivo primeiro para os trabalhadores poderem ter melhores condições no mercado e prestarem às empresas trabalho mais qualificado. 

A principal medida que qualquer governo deve tomar é a qualificação dos portugueses.

PME Mag. – Neste momento, qual acha ser o maior problema do país a nível económico, para a Ordem dos Economistas?

R. L. M. – A principal preocupação no nosso país é a falta de crescimento económico. E essa falta tem implicações na falta de competitividade da nossa economia, na baixa produtividade ou na falta de mão de obra especializada. Encontrar o caminho de um sustentado crescimento económico, criar riqueza é que poderão dar a Portugal condições para manutenção e alargamento do Estado Social, apanágio da Europa e orgulho para os portugueses, bem como proceder a uma efetiva inclusão social, mantendo a coesão territorial.

PME Mag. – Portugal está a tentar sair de um panorama considerado negativo. Pergunto-lhe como vê o país daqui 3 anos?

R. L. M. – Se houver uma atitude de ambição, estaremos melhor. Ultrapassada a intervenção externa que tivemos em, virtude da bancarrota de há dez anos atrás, debelada a fase aguda da pandemia, com os fundos europeus espalhados por vários programas europeus e os fundos que se materializam no PRR, Portugal poderá entrar num ciclo virtuoso de sustentado crescimento económico, com aumento da competitividade e da produtividade, podendo assim oferecer melhores salários e mais bem estar. Mas, terá de cumprir com transparência, rigor e competência este caminho, não deixando de aproveitar a revolução digital, de se esmerar nas medidas que visam uma sociedade mais verde e amiga do ambiente e de aderir à re-industrialização já em marcha nos países da U.E.