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Subida de 40% na fatura da eletricidade?Presidente da Endesa diz que sim, Governo “rejeita previsões alarmistas”

Por: Diana Mendonça 

Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa, afirmou no programa Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios, que o valor a pagar pela fatura da eletricidade sofrerá aumentos na casa dos 40%. 

“Já nas faturas de consumo elétrico de julho as pessoas vão ter uma desagradável surpresa. Estamos a falar de qualquer coisa na ordem dos 40 ou mais por cento, e não tem nada a ver com as empresas elétricas, aparecerá nas faturas numa linha específica, a dizer que o mecanismo coberto do diploma X de teto sobre os preços do gás, cabe-lhe a si, feliz contribuinte, ou infeliz contribuinte, contribuir com X, para além do preço que tinha no seu contrato”, afirmou no programa. 

A subida de que Nuno Ribeiro da Silva fala está relacionada com o travão ibérico aos preços do gás. Para o presidente da Endesa, esta medida acordada entre Portugal e Espanha só beneficia o país vizinho, tendo em conta a tarifa populista em vigor. 

Perante estas declarações, o ministério do Ambiente e Ação Climática já emitiu uma reação, dizendo que “rejeita estas declarações alarmistas do presidente da Endesa e não vê qualquer justificação no aumento de preços que foi comunicado”. 

Além disse, o comunicado do ministério relembra que “o mercado livre tem outros comercializadores e os consumidores poderão sempre procurar melhores preços; os consumidores poderão também aderir à tarifa regulada que foi reduzida em 2,6% no segundo semestre deste ano”. 

O mecanismo Ibérico, segundo a tutela, veio reforçar “a proteção” do país e não o contrário, pois com o mecanismo os preços encontram-se abaixo do que os preços sem mecanismo. 

“O preço médio no MIBEL para hoje é de 114.14 €/MWh + 84.94 €/MWh do ajustamento = 199.08 €/MWh.” Caso não existisse este mecanismo, o valor seria de 253.16 €/MWh, o que revela uma redução de 54.08 €/MWh e uma poupança de cerca de 21%”, de acordo com os dados do ministério. 

“Os preços de Portugal e Espanha têm sido consistentemente abaixo de países como França ou Itália”, refere o comunicado.