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“É possível que brevemente a Sumol Compal se expanda para Portugal, mas não há certezas” - Fernando Oliveira

Sumol Compal em conferência sobre internacionalização para Moçambique

Fernando Oliveira, presidente do conselho de administração da Sumol Compal Moçambique, participou, esta terça-feira, numa conferência inserida no programa “Learn & Share” da Católica International Business Platform, plataforma de estudos sobre a internacionalização da Católica-Lisbon School of Business and Economics, onde apresentou a estratégia de entrada da Sumol Compal em Moçambique. O evento decorreu na sede da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

Margarida Ramalho, docente e diretora executiva da Católica Internacional Business Platform, Miguel Athayde Marques, vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, e ainda, de Edfonso Manjate, aluno de Internacional Management da Católica-Lisbon estiveram igualmente presentes no evento.

“Temos muitos casos de estudo vindos dos Estados Unidos da América, mas não temos assim muitos de empresas portuguesas. O maior objetivo é construir conhecimento e criar referências para o ecossistema e tudo isso é um desafio”, começou por explicar Margarida Ramalho, falando sobre a Católica International Business Platform, que irá produzir um caso de estudo sobre a internacionalização da Sumol Compal para Moçambique.

“Em 2017 lançámos o caso de estudo sobre a expansão da Sumol Compal em África e a joint-venture com a Castel para o programa de executive education.  No ano passado lançámos um caso marketing Sumol para os nossos alunos do primeiro ano, em Introdução à Gestão. Relativamente a Moçambique, o objetivo prioritário será criar uma visão comum dentro da empresa para ter referências sobre modos de entrada em próximos investimentos noutras geografias, e o ecossistema empresarial também beneficiará deste conhecimento”,  continuou.

Já Fernando Oliveira contou que desde o primeiro dia do projeto de internacionalização, em 2012, a Sumol Compal trabalhou no sentido de encontrar, pelo menos, duas hipóteses de países onde investir a sua estratégia. Moçambique acabou por se apresentar como uma forte opção, devido à sua localização, bem como a oferta de recursos naturais do local.

“A maior aprendizagem destes dez anos em Moçambique foi a importância do planeamento e do conhecimento que se vai adquirindo ao longo do caminho. É fulcral que haja uma adaptação às circunstâncias e ao desconhecido. Além disso, devemos aproveitar o momento, sem nunca perdermos os nossos princípios e valores. Vão existir contratempos, tais como o terrorismo ou ciclones, por exemplo, e o importante é a adaptação e convivência com os mesmos, porque são parte da natureza e da experiência”, declarou Fernando Oliveira.

“As pessoas em Moçambique vivem a vida com um sorriso na cara, porque estão habituadas a ter muito menos do que nós temos na Europa. E nós é que nos queixamos”, acrescentou.

O diretor executivo da Sumol Compal Moçambique, falou, também, da importância de os jovens irem estudar para fora dos seus países, sendo que têm à sua disposição programas como o Erasmus.

“Só através deste tipo de experiências, é que se desenvolvem personalidades capazes de se adaptarem ao desconhecido e aos outros”, disse.

A Sumol Compal Moçambique produz sumos recorrendo às frutas locais, como o malambe. Questionado pelo aluno Edfonso Manjate sobre quando seria possível trazer esses produtos para Portugal, Fernando Oliveira remeteu para o CEO da empresa, mas lembrou que, em 2019, na sequência do ciclone Idai a empresa lançou uma campanha de solidariedade com a venda em Portugal do chamado “Compal da Terra”, produzido em Moçambique. 

Já Miguel Athayde Marques lembrou que a internacionalização é um “processo de decisão que começa no topo” e que a empresa deve ter vontade de o fazer e deve conjugar “os recursos, a estratégia e as pessoas” para o fazer. O vice-reitor e professor da cadeira de “International Management” considerou, ainda, que falta “confiança” às empresas portuguesas para se internacionalizarem.

Por seu turno, Edfonso Manjate, aluno da Católica-Lisbon com raízes em Moçambique disse que a marca Compal é bastante acarinhada no país.

A sessão foi moderada pela editora da PME Magazine, Ana Rita Justo, na sede da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

 

(Notícia atualizada às 18.45 horas de 28 de abril de 2022)