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Economia
Os líderes estão melhor preparados para reagir e ter sucesso em tempos de incerteza económica (Fonte: Freepik)

Um terço dos gestores diz estar preparado para cenário de recessão

Por: Marta Godinho

A conclusão é do estudo “Tomar Melhores Decisões em Tempos de Incerteza” da AON, empresa mundial de serviços profissionais com soluções de Risco, Reforma e Saúde, cujos resultados foram anunciados hoje. Os números apontam que os líderes que estão a tomar decisões cada vez mais conscientes e assertivas sobre os riscos estão mais bem preparados para reagir e ter sucesso em tempos de incerteza económica.

Segundo o estudo, 79% dos líderes espera uma recessão este ano, apesar de apenas 35% afirmar estar pronto para esta mesma recessão. Ainda que o panorama das condições económicas seja muito deteriorado, 66% dos inquiridos mantém uma visão positiva da economia e 31% encaram esta como “excelente”.

Ademais, 41% afirma que a inflação apresenta riscos para as empresas e consequentes negócios, seguindo-se 36% do caso ex-aequo pelo conflito na Ucrânia e as quebras nas cadeias de produção e com 31% os efeitos da Covid-19.

Carlos Robalo Freire, CEO da AON Portugal refere que “o relatório deste ano revela que os líderes que estão melhor preparados para enfrentar os desafios económicos abraçam a gestão de riscos calculada como motor de crescimento”.

Os líderes empenhados e preparados para a recessão apresentam quatro atitudes importantes, tais como o aceitar que o risco é a única opção (62% afirmam que a abertura da sua companhia para lidar com o risco aumentou muito em resposta às condições económicas); a análise e o aconselhamento das equipas internas e entidades externas são vitais para tomar melhores decisões (líderes saberem valorizar a opinião dos seus conselheiros externos e restante equipa, de forma a tomar melhores decisões conscientes do risco);  a Covid-19 que demonstrou que os riscos estão interligados (61% dos líderes refere a sua experiência como fator de concordância dos riscos e da Covid-19, sendo que 73% acredita que a pandemia incrementou a resposta rápida e eficaz aos riscos emergentes) e; não abrandar o investimento a longo prazo – nem ignorar os riscos de long-tail (líderes que olham para o futuro e que investem mais tempo relativo a desafios de longo prazo como as desigualdades económicas/sociais, tecnologias disruptivas, cripto e blockchain, e questões climáticas que estão na base do pensamento de 49% dos líderes, em comparação com apenas 26% dos outros líderes).

No final do dia, questões como inflação, crise financeira, fornecimento de energia, ciberataques e perturbações na cadeia de abastecimento são as principais problemáticas que afligem os líderes e executivos.

Carlos Freire afirma que cada vez mais empresas “estão a olhar para os desafios causados pelas alterações climáticas para além da conformidade regulamentar e da gestão da reputação e estão a investigar os riscos relacionados onde o impacto é imediato e mensurável – interrupção de negócios, escassez de materiais, problemas na cadeia de abastecimento e danos na reputação”.

“Verificamos que os líderes que estão a investir mais tempo e recursos nestes desafios estão melhor preparados”, acrescenta.

O estudo da AON realizou 815 entrevistas com diversos gestores de empresas com mais de 500 colaboradores para responder a questões sobre tomada de decisões.

Este inquérito é global, atravessando indústrias nos EUA, Canadá, Reino Unido e outras economias europeias, realizado em setembro de 2022.