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Internacionalização
Parceria foi a palavra-chave para a internacionalização (Foto: Unsplash)

Internacionalização da Tecnimede em debate na Católica

Por: Diana Mendonça

Internacionalizar exige encontrar o parceiro certo. Foi esta a mensagem passada por Miguel Ruas, vice presidente do Grupo Tecnimede e responsável pela área de internacionalização do grupo na conferência “Knowledge”, promovida pela Católica International Business Platform, sobre “Parcerias e alianças para a internacionalização – estratégias do grupo Tecnimede”, esta quinta-feira, dia 2 de junho.

Com o objetivo de debater e analisar os modelos de entrada nos mercados internacionais, passagem da exportação à internacionalização, o evento contou, além de Miguel Ruas, com Margarida Ramalho, fundadora e diretora executiva da Católica Internacional Business Platform e professora-convidada de International Management da CATÓLICA-LISBON, e com Francisco Proença Garcia, dean for faculty do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

A expansão internacional do Grupo Tecnimede tem acontecido por crescimento orgânico, parcerias e alianças estratégicas, estando o grupo já presente em Espanha, Itália, Marrocos, Brasil e Colômbia. A Tecnimede é primeira empresa portuguesa no ranking do setor farmacêutico e a segunda considerando a concorrência internacional. Como explicou Miguel Ruas, há uma tradição no setor farmacêutico de as empresas fazerem parcerias que potenciem a expansão.

“Para as empresas farmacêuticas se expandirem há uma necessidade de ir buscar terceiros. A própria legislação e o protecionismo levam a que quem quer estar em certos mercados na área farmacêutica tenha de ter parcerias.”, disse.

Desde o início que o objetivo da Tecnimede era desenvolver-se a nível internacional. Para cumprir com o objetivo, o grupo criou um centro de investigação que é o “coração do grupo”, referiu o responsável. Através dos resultados obtidos com a investigação, a presença da empresa nos vários mercados e o desenvolvimento de acordos comerciais tornou-se mais fácil.

Francisco Proença Garcia sublinhou, por seu turno, que o mercado do medicamento tem uma regulamentação muita restrita e, como tal, a internacionalização das empresas acontece, na maioria dos casos, através de parcerias.

“A organização de mercado na Europa é mais simples do que nos outros países. O risco do desconhecido é maior nos outros países, daí fazer mais sentido as parcerias”, afirmou Francisco Proença Garcia.

Ainda assim, o responsável pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa considerou que a África e a América Latina são mercados para os quais as empresas portuguesas devem olhar com atenção.

Já o vice-presidente da Tecnimede, explicou que existem mercados, como é o caso de Marrocos, onde não é permitido comercializar medicamentos se não se tiver uma fábrica local.

“Quem não tem fábrica tem de ter um parceiro de venda. Ter um parceiro de venda permite ganhar tempo na relação com as autoridades para ter um início de atividade mais rápida.”, explica Miguel Ruas.

A entrada da Tecnimede no mercado marroquino deu-se em 1999, sendo este o primeiro mercado internacional do grupo e fez-se precisamente através de um parceiro de vendas que agilizou todo o processo. Este início de atividade colaborativo foi o que permitiu, atualmente, à empresa ter a sua própria fábrica em Marrocos.

Questionado sobre o que é necessário para se encontrar o parceiro certo, Miguel Ruas respondeu: “O parceiro certo deve ser alguém com quem seja possível resolver problemas, pois eles fazem parte do trabalho”.

Sobre o mercado colombiano, Miguel Ruas sublinhou a importância de o grupo ter acesso aos grandes mercados internacionais, como é o caso da América Latina.

Nos próximos cinco anos, a Tecnimede espera entrar em mais duas novas geografias, que não foram, contudo, reveladas. Miguel Ruas diz que a prioridade da empresa é sempre o centro de investigação e continuar a olhar para os grandes mercados internacionais.

“A Europa tem grandes mercados, com muito peso. Mas os estudos que fizemos permitiram-nos perceber que nós só conseguiríamos entrar com sucesso em Espanha e em Itália.  Somos uma empresa grande para Portugal, mas no mundo somos pequena, logo temos de ter uma gestão controlada”, afirmou Miguel Ruas.

Já a fundadora da International Business Platform da Católica referiu que a internacionalização provoca “dores de crescimento” e exige uma capacidade de encontrar soluções muito grande. Resiliência, resistência e estudos de mercado são as palavras que Margarida Ramalho definiu como essenciais para as empresas que queriam se internacionalizar.

A evolução dos modelos de negócio tradicionais estão a ser desafiados pelos modelos de negócio digital que vivem num contexto muito ligado à internacionalização. Parceria é a palavra-chave para internacionalização, segundo a docente.