A Direção-Geral de Saúde (DGS) anunciou a possibilidade da reabertura da atividade termal através de uma orientação específica para estabelecimentos termais. Uma orientação que dá indicações sobre várias medidas de segurança adicional para os tratamentos, a vigorarem durante a pandemia.
Este era um anúncio aguardado pela Associação das Termas de Portugal, que recorda que as estâncias termais tiveram a iniciativa de suspender a atividade em meados de março, no início da fase aguda da pandemia de covid-19.
Adriano Barreto Ramos, coordenador do consórcio Termas Centro, que reúne 20 estâncias termais da região Centro afirma em comunicado que “Desde a primeira hora da epidemia que as estâncias termais se prepararam para estar à altura das exigências de segurança impostas por esta situação nova e é com grande satisfação que vão voltar a receber os seus aquistas a partir de segunda-feira. As estâncias termais sempre mantiveram o máximo cuidado relativamente às condições de higiene e de segurança das suas instalações. É uma preocupação inerente à atividade termal, que não começou agora. Por isso, podemos assegurar a todos os que nos procuram que o poderão fazer com toda a confiança e garantias”, afiança.
“Por isso, podemos assegurar a todos os que nos procuram que o poderão fazer com toda a confiança e garantias”, adianta o responsável pelo consórcio, que reúne 20 estâncias termais, incluindo as Termas da Piedade (Alcobaça), Caldas da Rainha e Monte Real (esta com a atividade suspensa).
MEDIDAS DE SEGURANÇA
Entre as medidas de segurança adicional estipuladas para esta fase, constam a admissão apenas de termalistas de baixo risco e sem sintomas de infeção pelo novo coronavírus e a criação de zonas de isolamento. Terá de ser feita uma triagem prévia não presencial antes das consultas ou tratamentos.
Garantir uma ventilação adequada de todos os espaços, reforçar a limpeza e desinfeção das instalações, assegurar um distanciamento de dois metros entre os aquistas e organizar horários e circuitos de forma a evitar o cruzamento entre pessoas são outras das determinações da DGS.
Para Victor Leal, presidente da Associação das Termas de Portugal “era uma medida que esperávamos há muito. Temos 46 estabelecimentos termais disponíveis para funcionar, dos quais dois – São Pedro do Sul e Chaves – já reabriram. As restantes Termas estão a cumprir o seu plano de análise bacteriológico, solicitado pela DGS, para que possam reabrir durante as próximas semanas. As termas portuguesas já têm protocolos de higiene, de limpeza e de controlo bacteriológico muito apertadas. O que fizemos foi adaptar os protocolos que já temos a esta nova realidade. Entre outras medidas, adotámos medidas como higienização das mãos, medição de temperatura a clientes e a funcionários, tapetes desinfetantes e menor carga nos edifícios para ter maior espaçamento”, explica.
Segundo a associação, as termas disponibilizarão uma “solução de base alcoólica e máscaras cirúrgicas aos utentes, assim como os lençóis, toalhas e roupões utilizados nos tratamentos e cobre-sapatos ou chinelos de uso único e exclusivo”. As máscaras devem ser “usadas dentro de todo o espaço termal, podendo ser removidas no gabinete de consulta e no decorrer dos tratamentos termais”. Já a “verificação de algum dos sintomas sugestivos de Covid-19 implica a suspensão do tratamento”, diz a associação.
NEGÓCIO TERMAL AUMENTOU EM 2019
O número de termalistas aumentou 15% no ano passado, bem como o volume de negócios do termalismo terapêutico.
A Associação das Termas de Portugal fez um “balanço positivo” do projeto-piloto relativo ao novo regime de comparticipação do Estado nos tratamentos termais, que decorreu no ano passado e que contribuiu para “um grande crescimento da atividade terapêutica”.
Os 600 mil euros atribuídos ao projeto foram todos utilizados e até “insuficientes”, referiu a associação.
O ano passado, a associação relacionou o primeiro ano da reposição das comparticipações públicas a um aumento de 15% no número de termalistas, para um total de 39 mil utentes, bem como o aumento de 15% no volume de negócios, para 12 milhões de euros, no segmento do termalismo terapêutico (faturação, consultas e tratamentos).