A Dinamarca foi o país mais bem cotado no índice de Desempenho nas Alterações Climáticas, da responsabilidade de uma rede de organizações não governamentais ambientais, enquanto Portugal ocupa o 16.º lugar no pódio. Nenhuma nação recebeu o estatuto de desempenho elevado, ainda que isso signifique estarem a fazer o suficiente para limitar o aquecimento global em 1,5 graus acima da era pré-industrial que durou até ao fim do século XXI.
As associações ambientalistas Zero, Quercus e ANP/WWF Portugal ajudaram a contribuir para a elaboração do perfil de Portugal no índice, que sobe um lugar em relação ao ano anterior, revelando um desempenho elevado. Os parâmetros sob avaliação debruçam-se sobre o nível de emissões de gases com efeito de estufa, energias renováveis e consumo de energia e políticas climáticas.
Num comunicado conjunto, as três organizações afirmaram que “as emissões per capita (excluindo florestas e uso do solo), assim como o uso de energia per capita, ainda estão a aumentar, enquanto a parcela de energia renovável no uso de energia tem vindo a aumentar menos, o que levou a classificações baixas nos respetivos indicadores de tendência (2014-2019)”.
Quando avaliado Portugal, defende-se que o país necessita de prazos objetivos para a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis, que está previsto para 2030 na Lei de Bases de Política Climática que foi aprovada na semana passada na Assembleia da República, que refere que a neutralidade carbónica pode ser atingida antes de 2050. Considera-se, ainda, que Portugal tem a necessidade de estabelecer metas de descarbonização nos setores dos transportes e da agricultura, apelando a um maior investimento nos transportes públicos.
Os lugares cimeiros no índice com desempenho elevado são ocupados pela Dinamarca, Suécia e Reino Unido, em oposição ao Canadá, Irão, Arábia Saudita e Cazaquistão, que têm um desempenho “médio”. Já os responsáveis por 75% das emissões poluentes mundiais têm um desempenho “baixo” ou “muito baixo” e são representados por 11 dos 20 países com as maiores economias, como os Estados Unidos da América, Austrália, Rússia, China, África do Sul e Espanha.
O Reino Unido surge no topo do parâmetro das emissões e o Irão no último lugar, ao mesmo tempo que a Noruega surge no topo do parâmetro das energias renováveis e o Irão no último lugar novamente, tendo o pior desempenho. A Ucrânia, no que concerne à avaliação do uso energético, é a mais bem cotada e o Canadá o pior.
Apesar dos compromissos assumidos na COP26, que estabelece como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, não obstante da desaceleração económica provocada pela pandemia.