Apenas 13% dos cargos de direção de empresas cotadas em Portugal são ocupados por mulheres e, destes, apenas 2% lideram Conselhos de Administração. É esta a conclusão do estudo “Women in the boardroom: a global perspective”, divulgado pela Deloitte.
“Apesar da representatividade das mulheres nos cargos de direção continuar a aumentar a nível mundial, o número de mulheres que presidem os Conselhos de Administração permanece baixo”, refere o estudo, que analisou mais de 60 países.
Em Portugal, o estudo foi feito pela Deloitte, entre 15 de dezembro e março desde ano, tendo entrado na amostra 47 empresas cotadas.
“A nível global, as mulheres ocupam 15% dos cargos de administração e apenas 4% presidem o Conselho de Administração”, acrescenta o estudo.
João Costa da Silva, da Deloitte Portugal, destaca, contudo, que “Portugal está a progredir na promoção da igualdade de género nos quadros de direção das empresas”. O responsável refere, ainda, que já foi promulgada a lei que estabelece a criação de quotas de género nas administrações de empresas do setor empresarial do Estado e nas empresas cotadas em bolsa.
A nova lei determina que as empresas cotadas em bolsa devem atingir 20% de mulheres em cargos de administração em janeiro de 2018 e 33,3% no início de 2020.
Noruega na senda da igualdade de género
O estudo conclui, ainda, que a Noruega, o primeiro país da Europa a impor quotas de género, tem a percentagem mais elevada de mulheres em cargos de direção, 42%. Em contrapartida, nos Estados Unidos apenas 14% dos cargos de direção são ocupados por mulheres.
Ao todo, o estudo envolveu sete mil empresas em 44 países da Europa, Ásia, Pacífico, Américas, Médio Oriente e África. Para complementar estes dados, a Deloitte Global reuniu informação sobre quotas de género e outras iniciativas que promovem a diversidade nas administrações de outros 20 países.