A procura por espaços de escritórios flexíveis subiu em todo o mundo em 2017, de acordo com o último estudo “Co-working 2018” publicado pela Cushman & Wakefield.
Este setor evoluiu muito consideravelmente neste último ano, com o mercado do Reino Unido a liderar o crescimento. Em 2017 os espaços de escritórios flexíveis, ou em co-working, representaram 21% da área total de escritórios arrendada em Londres, enquanto este valor foi de apenas 8,5% em 2016.
Atualmente o Reino Unido totaliza 32% de todo o espaço de trabalho flexível do mundo, seguido dos Estados Unidos que totalizam 27% e pela região EMEA (excluindo Reino Unido) com 22%.
A cidade de Londres tem cerca de um milhão de metros quadrados de espaços de co-working, mais que o dobro de Amesterdão, a segunda cidade europeia no ranking, que conta com cerca de 400.000 m2. Outra das cidades de referência na Europa é Berlim, onde se espera um forte crescimento em consequência do efeito Brexit. A WeWork, uma das maiores empresas de co-working do mundo tem um plano de expansão de 100.000 m2 para esta cidade.
Também Dublin, Munique e Paris têm assistido a uma forte procura por este tipo de espaço, bem como Madrid e Barcelona, cidades onde se verificou em 2017 uma aposta também por parte da WeWork e da Regus que aumentaram a sua oferta em mais de 30.000 m2 de área.
Em Portugal, o mercado encontra-se ainda numa fase inicial quando comparado com outros mercados europeus. Ainda assim, uma das empresas mais representativas no sector, a Regus, está instalada em Lisboa há mais de duas décadas, contando hoje com 9 centros de escritórios com cerca de 11.000 m2. Mais recentemente, em 2016, a Second Home escolheu Lisboa como a primeira cidade na Europa para exportar o seu conceito originado em Londres.
No total, Lisboa conta hoje com cerca de 40 centros de co-working que oferecem mais de 35.000 m2 de área de escritórios partilhados. Em termos de procura estes espaços são ainda pouco representativos na totalidade do mercado, mas demonstram crescimento. Entre 2009 e 2016 a procura por parte deste tipo de espaços de trabalho representou em média 1,5% do total, tendo em 2017 subido para os 2%.
Para Marta Esteves Costa, Associate e diretora do departamento de Reserach da Cushman & Wakefield, “A tendência para os próximos anos é de afirmação deste conceito inovador, não apenas expectável por se tratar de um formato já instalado nos principais mercados europeus, mas também pela especificidade da cidade de Lisboa, que cada vez mais é vista como um destino para jovens empreendedores e start ups, um dos públicos alvo deste tipo de conceitos. Esta evolução vai ser visível não só em Lisboa, mas também no Porto, onde a escassez de espaços de escritórios é ainda mais relevante que na capital e onde a procura de escritórios é hoje em grande parte motivada por empresas do sector tecnológico”.