Quinta-feira, Maio 8, 2025
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“É utópico pensar que as PME têm uma estrutura de sistemas de informação” – Alexandre Fonseca

Por: Mafalda Marques

Assumiu a liderança da Altice Portugal, antiga Portugal Telecom, em novembro de 2017, com mais de 20 anos de experiência no setor das telecomunicações, seis deles no grupo que agora lidera. Em entrevista à PME Magazine, Alexandre Fonseca fala sobre as grandes ambições do grupo na área das telecomunicações e na ajuda à transformação digital das empresas.

PME Magazine – Como é que a Altice Portugal está a dirigir-se ao setor empresarial?

Alexandre Fonseca – O segmento empresarial, em particular dentro da Altice Portugal, é um dos nossos setores de aposta, mas mais: é uma aposta que já vem do passado. Quando falamos no setor empresarial, no caso da Altice Portugal, endereçamos o que vulgarmente se chama o setor corporate, ou seja, as grandes empresas, o top mil a nível nacional até às muito pequenas, às micro e até às nanoempresas, aquilo que normalmente se designa por soho, small office, home office. Efetivamente, encontrámos na operação da antiga Portugal Telecom, quando fizemos a aquisição, um grupo de serviços na área empresarial líder de mercado, bem estabelecido do ponto de vista daquilo que era a conectividade, porque é, ao fim e ao cabo, a base de onde os nossos serviços estão a ser prestados, mas encontrámos também algo que é muito importante no momento que atravessamos: a capacidade de este setor  empresarial se transformar e de acompanhar este processo de digitalização, de transformação digital da sociedade, mas também das empresas e de hoje sermos, diria, um parceiro de referência, das grandes e também das mais pequenas empresas a nível nacional nesse processo de transformação. Transformação dos processos de negócio, dos seus próprios recursos, sejam eles técnicos, humanos, ou até financeiros.

PME Mag. – Qual o peso das PME na faturação da Altice Portugal?

A. F. – O segmento corporate, como disse, é importante, o segmento empresarial como um todo é importante para nós. Não divulgamos números de um ponto de vista detalhado, mas representa, grosso-modo, um terço do nosso volume de negócios e, dentro deste terço, como é natural, olhando para o tecido empresarial português – sabemos que é esmagadoramente constituído por pequenas e médias empresas – o nosso volume de negócios acompanha também este peso, porque temos tido capacidade de conseguir endereçar, quer às grandes empresas com soluções tailor-made, onde o ‘pronto a vestir’ não serve se queremos ter soluções que sejam adequadas especificamente ao segmento de negócio, à empresa, ao problema que estamos a endereçar. E temos, por outro lado, uma componente importante para as empresas mais pequenas, soluções pacotizadas, standard, que endereçamos a esse mercado. Tendo presente que no tecido empresarial português a esmagadora maioria são pequenas e médias empresas, uma parte importante do nosso negócio está também no segmento das PME, mas sabemos que as grandes empresas, sendo menos, têm volumes de faturação muito grandes. Mesmo assim, as PME têm um papel importante, não só hoje, mas também naquilo que é o crescimento. Quando falávamos na transformação que referi, esta transformação é tão mais importante – até porque está um pouco mais atrasada – nas pequenas e médias empresas. Portanto, diria que a escala, a capacidade de crescimento que temos para o mercado PME e para o mercado soho é, de facto, extraordinária.

Leia a entrevista na íntegra na edição de janeiro da PME Magazine.

Veja aqui o vídeo da entrevista:

Vídeo: JD Edition

Energia portuguesa cada vez mais verde

Por: Ana Rita Justo

A Energia Simples nasceu em 2014. É 100% portuguesa e continua a ganhar escala no mercado liberalizado de comercialização de energia elétrica. A energia renovável é a sua imagem de marca.

 

A energia renovável é, cada vez mais, uma tendência e o mercado liberalizado caminha nesse sentido. Foi assim que, em 2014, nasceu, no Porto, a Energia Simples, marca da PH Energia para a comercialização de energia.

“A empresa tem sede no Porto e foi criada por um grupo de profissionais de renome da área de energia, engenharia e tecnologia, que tinham em comum um conjunto de preocupações, tais como a eficiência energética, a sustentabilidade ambiental e a ética empresarial”, começa por dizer o CEO, Manuel Azevedo.

Entre os objetivos da empresa portuense estava o de “trazer para o mercado de comercialização novos modelos de negócio para a eletricidade e acompanhar as transformações tecnológicas” dos novos tempos.

 

Leia o artigo na íntegra na edição de janeiro da PME Magazine.

O futuro é já ali 

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Ano novo, novos negócios. Chegamos a 2019 com a sensação de que o mundo está a mudar a uma velocidade cada vez mais estonteante. As evoluções tecnológicas ditam o passo na transformação das empresas que, dia após dia, são forçadas a rever processos, a atualizarem-se. No limite, a mudar tudo para não ficarem para trás. 

A discussão sobre o desaparecimento de grandes empresas que não conseguem adaptar-se aos novos tempos não é nova, mas não deixa de ser preocupante pensar que algumas gigantes mundiais poderão desaparecer – o mesmo acontece com algumas profissões. 

Por outro lado, o mundo brinda-nos com o aparecimento de novos negócios, novas profissões que vêm pôr em causa o status quo e mostrar-nos que ainda não se inventou tudo e que continuamos, como bons seres humanos que somos, nesta busca incessante pela perfeição. 

O que significa inovar? Para Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal e figura de capa desta 11.ª edição da PME Magazine, trata-se de “transformar uma boa ideia num grande negócio”. Algo que a antiga Portugal Telecom tem como estratégia e que vem implementando, não só para o português comum, mas também para as empresas. 

Inovar significa, também, ter a capacidade de pensar nos negócios de forma sustentável, algo que a Energia Simples preconiza e que o Hotel Neya, em Lisboa, embandeira. 

É termos o sentido de comunidade quando a nossa empresa quer devolver à comunidade, algo em que a eSolidar tem ajudado com os leilões solidários online. 

É inventar soluções e produtos, como o algoritmo preditivo de problemas em máquinas industriais da Enging, o algoritmo que deteta conteúdo malicioso online dos investigadores da Universidade de Aveiro que venceram o concurso Stratcom da NATO, ou o desfibrilhador da Almas Industries capaz de enviar coordenadas GPS para equipas de socorro. 

É ter um programa de fomento ao comércio online para as marcas portuguesas e, nas relações laborais, apostar na igualdade de género e no trabalho flexível. 

É internacionalizar para geografias improváveis, como o ISQ está a fazer na Ásia. 

É pensar na coesão territorial de Portugal para que as sinergias sejam potenciadas para o bem da população, pensar no que as marcas podem ganhar com os influenciadores online e em programas de aceleração, como o Tourism Up e o Taste Up, que elevam o que de mais inovador se vai fazendo no turismo e na gastronomia em Portugal. 

Se ainda não há, invente, se já tem, inove. A tecnologia ajuda-nos a automatizar, mas em última análise é o nosso pensamento que tem de ser moldado e ajustado à realidade que não espera. Não fique para trás. 

Clique aqui para ler a edição de janeiro da PME Magazine!

Boas leituras e um 2019 repleto de bons negócios! 

 

Ana Rita Justo – Editora

IAPMEI lança 2ª edição do startup voucher

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O Voucher Jumpstart reuniu os participantes da segunda edição do StartUp Voucher, uma iniciativa do IAPMEI, que tem como principal objetivo promover o desenvolvimento de projetos empresariais.

O StartUp Voucher destina-se a jovens portugueses, ou residentes em Portugal com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos que não tenham empresas constituídas ou fontes de rendimento.

Com uma duração entre quatro a 12 meses este programa proporciona aos participantes um apoio financeiro, através de bolsas, no valor mensal de 691,70 euros, sendo que, no máximo, poderão ser atribuídas duas bolsas a cada projeto empresarial.

O StartUp Voucher dispõe ainda de assistência técnica, mentoria e um prémio para a concretização do projeto e da constituição da empresa.

Nas edições de 2016 e 2018, o programa recebeu um total de 817 candidaturas, das quais 473 foram aprovadas, correspondendo a 809 bolsas para empreendedores. 

No sentido de dar continuidade a esta iniciativa, o IAPMEI juntou na Oliva Creative Factory, em São João da Madeira, vários players do ecossistema empreendedor para o Voucher Jumpstart, que contou com a presença do Secretário de Estado da Economia, do Presidente da Câmara de São João da Madeira e do presidente do IAPMEI.

De acordo com Nuno Mangas, Presidente do IAPMEI, «esta iniciativa foi importante para os participantes já que contaram com momentos dirigidos particularmente aos bolseiros da segunda edição, onde foram partilhados conselhos para a condução dos seus projetos de forma a potenciar o seu sucesso.»

O evento contou ainda com a orientação do humorista Nilton numa palestra dirigida aos jovens empreendedores e uma intervenção do IAPMEI sobre as práticas mais adequadas e as menos aconselháveis do programa.

No final, os participantes tiveram também oportunidade de debater e assistir aos testemunhos de empreendedores que beneficiaram anteriormente do programa numa sessão de networking entre os vários participantes, entidades e outras personalidades relacionadas com o ecossistema empreendedor.

Wild Code School: rede europeia de escolas chega a Lisboa

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A Wild Code School, rede europeia de escolas, chega pela primeira vez a Lisboa com um projeto que oferece cinco bolsas de estudo a mulheres.

Para início de projeto em Lisboa, a Wild Code School lança um curso em março com cinco bolsas de estudo para mulheres, onde as participantes serão selecionadas com base num teste técnico feito online e numa entrevista presencial. A razão deste curso ser exclusivamente para mulheres deve-se ao facto de a escola procurar contrariar a tendência da predominância de mais homens que mulheres nesta área.

Esta rede europeia de escolas chega a Portugal com o sistema de aprendizagem por “blended method” [método combinado], onde é possível combinar aulas e exercícios presenciais através de uma plataforma online para os alunos. Aqui os participantes podem fazer o curso de Web Development num programa intensivo de 40 horas semanais ou em regime pós-laboral em 10 meses. 

Fundada por Anna Stépanoff e Romain Coeur, que se conheceram em 2013 num Hackathon, a Wild Code School passou de uma escola numa pequena cidade perto de Paris para uma das principais escolas de França com 14 unidades e mais de 900 alunos.

Recentemente, Anna Stépanoff recebeu um prémio atribuído pela Lauréates d’Inspiring Fifty, como uma das mulheres mais influentes na área de Tech em França. Em 2019, além de Lisboa irão abrir mais escolas em Madrid, Berlim, Londres e Bucareste.

CBRE anuncia novo ‘associate director’

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Após apresentar os melhores resultados pelo quarto ano consecutivo, com um crescimento de 57% em 2018, a CBRE, consultora imobiliária líder a nível nacional, continua a sua estratégia de crescimento com uma nova contratação.

Com mais de 20 anos de experiência em áreas como imobiliário e engenharia, Frederico Mondril é nomeado Associate Director de gestão de imóveis.

O novo diretor vai ser responsável pela coordenação das áreas de Escritórios e Industrial e Logística, dois setores que registaram crescimento em 2018.

Voos teste “livres de plástico” da Hi Fly foram exemplo no mundo

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Os primeiros voos livres de plástico descartável da Hi Fly foram realizados com sucesso, aplaudidos pelos passageiros, executivos do setor de aviação, turismo e ativistas ambientais.

Durante os voos teste de e para o Brasil no período de férias de Natal e Ano Novo, a Hi Fly, companhia aérea especialista em Wet Lease, substituiu os talheres de plástico por bambu, e utensílios e equipamentos de catering como chávenas, colheres, saleiros e pimenteiros, invólucros de roupa de cama, loiças, embalagens de manteiga individuais, garrafas de refrigerantes e escovas de dentes, por alternativas fabricadas a partir de material reciclado.

O primeiro voo livre de plástico descartável do mundo levantou voo no dia 26 de dezembro, transportando passageiros de Lisboa para Natal, no Brasil, a bordo de um Airbus A340. Este voo foi seguido por mais três voos de teste completamente livres de plástico descartável, e uma série de 12 outros voos com partidas de Lisboa e Porto com destino a Fortaleza, Recife, Maceió e Salvador – Brasil, onde o uso de plástico teve uma redução significativa.

O total de 16 voos teste surgem em consequência do compromisso da Hi Fly de eliminar completamente o uso de plástico descartável em todos os seus voos até ao final de 2019.

O presidente da Hi Fly, Paulo Mirpuri, afirmou na sequência destas operações:

“Estamos muito felizes que estes voos tenham corrido tão bem. Assistir ao entusiasmo dos passageiros, sorridentes, felizes, até mesmo orgulhosos de fazer parte desta iniciativa, apenas confirma que esta é o caminho certo a seguir”.

Paulo Mirpuri disse ainda que

“o nosso objetivo de eliminar por completo o uso de plásticos de uso único até ao final do ano parecia ambicioso para muitos, mas acreditando no projeto e trabalhando arduamente para colocar esta ideia em prática, podemos comprovar a total viabilidade do nosso compromisso e o nosso foco agora será cumprir o prazo que estabelecemos.”

As alternativas sustentáveis utilizadas para as embalagens descartáveis são fabricadas à base de plantas com materiais renováveis, de baixo carbono ou reciclados. Foram também usadas alternativas como o papel, cartão, pla & cpla, bambu, porcelana, vidro e aço inoxidável.

Após os voos, os resíduos orgânicos alimentares bem como as embalagens de materiais biodegradáveis e compostáveis, foram recolhidos por uma empresa transportadora devidamente licenciada que os encaminhou para um operador de gestão de resíduos, onde serão transformados para utilização principal de produção de energia.

Os talheres de bambu foram higienizados pela empresa de catering do grupo, a LSKY, para serem depois reutilizados. Garrafas de vidro, com tara retornável, foram devolvidas ao fornecedor para serem devidamente tratadas e reutilizadas. O papel e o cartão foram agrupados para recolha e reciclagem. O peso total de plástico evitado durante todos os voos teste foi de 1500 kg.

Fabiano Silva, passageiro que estava a caminho do Brasil para fazer uma surpresa de Ano Novo à sua filha, disse:

“É uma iniciativa nobre que acredito ter total apoio de todos. Fico muito feliz por fazer parte deste momento histórico. A poluição pelo plástico é um assunto que exige atenção e ação. A minha filha ficará encantada por saber que eu estava a ir ao seu encontro a bordo do primeiro voo do mundo sem plástico.”

Rodrigo Santos, a caminho de passar uns dias de férias no Brasil com a mulher, também concorda:

“É uma iniciativa importante para nós e para o meio ambiente, acho ótimo que uma empresa portuguesa esteja a tomar a iniciativa liderando o combate ao plástico descartável. Tudo decorreu de forma muito tranquila, a tripulação foi excelente e estamos felizes por fazer parte da construção de um futuro melhor.”

Pedro Ramos, o diretor-geral do Operador Turístico Alto Astral, o cliente destes voos Hi Fly, também elogiou a iniciativa:

“Foi uma ótima experiência na qual estamos extremamente satisfeitos por estar envolvidos. O feedback dos nossos passageiros foi totalmente positivo. Felicitamos os nossos amigos na Hi Fly e estamos muito satisfeitos por ter feito parte deste que se tornará um momento histórico”.

Nestlé elimina palhinhas e embalagem de plástico do Nesquik

A Nestlé vai eliminar todas as palhinhas de plástico dos seus produtos. Também a embalagem de Nesquik será transformada numa em papel.

Em comunicado, a multinacional refere que vai começar a retirar do mercado as palhinhas de plástico, substituindo-as por “materiais alternativos, como papel, bem como designs inovadores para reduzir o desperdício”.

Esta é uma das ações da marca como parte do compromisso de tornar 100% das embalagens recicláveis ou reutilizáveis até 2025.

O chocolate em pó Nesquik, por exemplo, terá uma nova embalagem em papel ainda no primeiro trimestre deste ano.

Já as garrafas de plástico da marca Nestlé Waters vão passar a incluir 35% de PET reciclado, um termoplástico que pode ser transformado várias vezes, até 2025.

“Estamos determinados a analisar todas as opções para resolver este complexo desafio e adotar várias soluções que podem ter um impacto no presente”, refere Mark Schneider, CEO da Nestlé, em comunicado.

Quatro tendências de gestão para as PME em 2019

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Por: Ricardo Parreira, CEO da PHC Software

 

Diz-se que Darwin defendia que não são os mais fortes que sobrevivem, mas os que se adaptam mais rapidamente. Isto é tão verdade que a maioria das empresas que liderava os rankings de empresas nos anos 80 perdeu o seu destaque, dando lugar a outras que viram na mudança uma oportunidade de negócio. 2019 trará consigo diversas mudanças e tendências às quais as PME não podem ficar indiferentes.

No arranque de um ano em que a economia portuguesa crescerá na ordem dos 2,2%, as PME têm uma oportunidade de ouro para aumentar a sua competitividade e aproveitar o ciclo favorável, de forma a se prepararem para os desafios que a gestão enfrentará no curso prazo.

Estas são quatro tendências que merecem o olhar atento das PME:

 

1. O poder do cliente

A primeira encontra-se no centro da verdadeira transformação digital. E não, não é a tecnologia, mas a mudança que está a dar ao cliente um poder não antes visto. Com um nível de exigência, conhecimento e escolha cada vez maior, a chamada customer experience torna-se cada vez mais importante. E, fruto do potencial tecnológico, caminha para a personalização total, onde em breve tudo será personalizado. Na indústria, no contacto com os clientes ou na gestão de suporte, os serviços standard perderão cada vez mais o seu valor, dando lugar à liberdade de escolha.

A maioria dos clientes quer uma experiência à sua medida e que se diferencie das restantes. A personalização deverá ser uma preocupação das PME nos diversos pontos de contacto já que 80% dos consumidores estão mais dispostos a comprar a marcas que oferecem uma experiência personalizada. Mas também caminhará para uma experiência cada vez mais independente. A automatização de processos tende a tornar-se fundamental para a gestão de um negócio, já que o mercado caminha para que os serviços self service sejam uma preferência dos consumidores, que assim ganham velocidade e autonomia.

“A maioria dos clientes quer uma experiência à sua medida e que se diferencie das restantes.”

Mas também a diversidade de opções de pagamento desempenhará o seu papel na experiência dos clientes. Velocidade e segurança serão duas variáveis que criarão vantagens competitivas, sendo que a integração de soluções de pagamento online, como o MBWay, será valorizada. Dotar as PME de soluções que permitam esta integração será uma vantagem competitiva a curto prazo e deixará para trás aqueles que não acompanharem o ritmo da mudança dos negócios.

 

2. Serviços de subscrição

Por outro lado, como segunda tendência, os serviços de subscrição continuarão a expandir-se, tornando-se numa realidade em toda a sociedade e em particular nos segmentos de nicho, sendo que é estimado que 92% dos millennials têm um serviço de subscrição ativo. Não será surpresa mencionar que fenómenos como o Spotify ou o Netflix fazem parte do nosso dia a dia, mas se tivermos em conta que fenómenos de subscrição de produtos direcionados para mercados específicos, como comida ou produtos de higiene, crescem a um ritmo de 1% por mês nos EUA e que o crescimento do seu retorno é cinco vezes o da SP500, sabemos que a sociedade está a criar novos segmentos e modelos de negócios em que o software e a cloud desempenham um papel fulcral. Esta será uma oportunidade fantástica para as PME, que poderão fazer uso das ferramentas tecnológicas de gestão para criar vantagens competitivas em nichos de mercado e setores onde seria difícil de entrar.

 

3. Proteção dos dados dos consumidores

Em 2019, veremos também os dados no centro da discussão, já que os consumidores exigirão maior controlo sobre a sua informação. Se a 25 de maio do ano passado o RGPD entrou em vigor, a discussão está longe de terminada. A pressão para proteger os dados estará este ano na agenda pública e será fundamental dotar as empresas de ferramentas que permitam a proteção de dados pessoais. Ao mesmo tempo, a compra de informação a terceiros terá um valor cada vez mais diminuto – por exemplo, um estudo da Deloitte afirma que 71% dos dados comprados estão incorretos.

 

4. O foco nas pessoas

O propósito das empresas será cada vez mais uma vantagem competitiva perante os diferentes públicos de uma organização e, com o crescimento da importância do bem-estar no local de trabalho, será natural que as PME invistam ainda mais na felicidade das suas pessoas. Esta é, como já tive a oportunidade de referir por diversas vezes, um ativo importante de uma empresa. A felicidade é lucrativa e merece que as PME olhem para ela com a devida atenção. Também as práticas sustentáveis e inclusivas ganharão terreno. Uma PME não pode, nos dias de hoje, negligenciar a sustentabilidade e a inclusão social, devendo liderar nesta área, tirando partido da agilidade que as grandes empresas ainda não têm e ajustando as suas políticas a uma consciência social que lhe permitirá ser reconhecida como um exemplo de liderança com o qual as pessoas se identificam.

“Será natural que as PME invistam ainda mais na felicidade das suas pessoas.”

A tudo isto, junta-se a utilização de métricas no campo das HR Analytics, onde será fulcral para manter uma equipa feliz e focada na criação de valor para a empresa. Hoje, as ferramentas de gestão permitem medir diversos pontos de contacto de forma a que uma empresa tenha informação para a tomada de decisão interna de forma rápida, conseguindo assim estar focada nas suas pessoas e nos seus objetivos. Medir para decidir e avaliar – não só as vendas, mas todo o desempenho da empresa.

 

Estes são alguns dos pontos a que as PME portuguesas deverão prestar atenção em 2019, melhorando a sua gestão de acordo com a nova forma de gerir uma empresa, alicerçada na tecnologia, e aproveitando a mudança para criar vantagens competitivas apenas possíveis ao gestor moderno. A customer experience personalizada, o crescimento dos serviços de subscrição, a importância da proteção de dados e a preocupação com as pessoas no centro do negócio serão quatro assuntos que merecerão a atenção e desafiarão a inovação das PME portuguesas ao longo deste ano. A gestão das empresas necessitará de estar à altura da transformação do poder do cliente.