Terça-feira, Abril 29, 2025
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“O trabalho híbrido é o mais equilibrado.” Será?

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Por: Margarida Porto, Business Development Manager & Entrepreneur 


Quantas vezes ouvimos que o regime de trabalho híbrido é o equilíbrio perfeito entre as vantagens do trabalho remoto e presencial e, por isso, o regime mais adequado? Afinal, “é o melhor de dois mundos”.

Mas será mesmo?
Embora compreenda a lógica desse argumento, reconheço-lhe lacunas e uma visão limitada da realidade das famílias em Portugal. O regime híbrido possui um viés centralista, bastante comum no nosso país.

As grandes oportunidades de carreira e negócio centram-se, maioritariamente, em Lisboa e no Porto – cidades onde se torna cada vez mais incomportável sustentar o preço das rendas e que continuam a ser tidas como as galinhas dos ovos de ouro do talento do nosso país.


O problema do viés centralista

O regime híbrido não considera o talento que está distribuído por todo o território nacional e é quem vive no interior, nas ilhas ou nas pequenas cidades que tem de escolher, constantemente, sacrificar um de dois: ou a vida familiar perto das suas raízes ou a carreira. Ao mesmo tempo, empresas fora dos grandes centros lutam para contratar e reter talento.

Enquanto isso, temos as grandes cidades com uma forte pressão urbana, com cada vez mais trânsito e poluição. Lidamos, diariamente, com pessoas irritadas, doentes e em stress constante, com um aumento significativo dos burnouts. E testemunhamos centenas de famílias estranguladas financeiramente, pois os salários não acompanham o custo de vida e o preço da habitação está cada vez mais em valores “para inglês (vi)ver”.

Do outro lado, temos as pequenas e médias empresas a tentarem equilibrar tudo isso com a forte carga fiscal do nosso país, a concorrência das multinacionais e a dificuldade na retenção dos seus recursos humanos.

Isto é ser produtivo?

Pessoas exaustas, infelizes e com dificuldades financeiras não são produtivas. Ponto. Alguém que está em modo de sobrevivência e sem rede de apoio não tem a mesma capacidade cognitiva de alguém que tem as suas necessidades básicas asseguradas. É uma questão de tempo até o departamento de Recursos Humanos receber mais uma baixa ou uma carta de rescisão, e ter de gastar mais tempo e dinheiro a contratar uma substituição.

Repito, isto é ser produtivo?

Atiramos as culpas para o governo e as suas políticas, porque é fácil atribuir-lhes responsabilidades sobre o estado do país e o terreno pouco fértil para a criação de negócio em Portugal. Contudo, qual é o nosso papel quando queremos fazer crescer o nosso negócio e não cuidamos da sua espinha dorsal – os trabalhadores?

O regime híbrido – perdoem-me os seus defensores – vem apenas colmatar alguns dos problemas. Efetivamente, reduz o tempo passado na deslocação casa-trabalho-casa, mas não o elimina e, convenhamos, o problema não é apenas o tempo. Permite que as pessoas possam viver um pouco mais longe, mas não o suficiente para que isso possibilite estar perto da sua rede de apoio porque ainda assim têm de ir 2 ou 3 vezes por semana ao escritório.

Contudo, não é um regime verdadeiramente equilibrado. Ou inclusivo.


Quem fica de fora?

Não venho com intenção de problematizar o trabalho presencial, mas alertar para o facto de a imposição deste regime excluir ou dificultar, à partida, a inclusão de profissionais que:
• Têm dor crónica ou doenças que acompanham e limitam a sua vida (ex. Endometriose, Chron, Síndrome do Intestino Irritável, Lúpus, etc).
• Têm uma deficiência ou condição motora limitada e enfrentam muito mais obstáculos no seu dia-a-dia para chegar a um escritório que, provavelmente, nem está adaptado para ser verdadeiramente acessível.
• São neurodivergentes (PHDA, Autismo, Síndrome de Tourette, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, entre outros)
• Tiveram de se tornar cuidadores informais de familiares
• Vivem a parentalidade a solo e têm de gerir uma vida com filhos e a sua carreira
• Recebem o salário médio em Portugal (reparem que não digo o mínimo…) e que não tiveram a bênção de ser herdeiros ou de comprar casa nos anos 90, tendo acesso dificultado a habitação própria a valores acessíveis.

Obviamente que nem todas as funções são compatíveis com o trabalho remoto, mas por que é que insistimos em bloquear esta opção nas funções que o permitem?

Nem do ponto de vista do negócio me faz sentido esta imposição. Um profissional que pode escolher o ambiente de trabalho em que é mais produtivo, vai ser infinitamente mais produtivo. Um trabalhador que tenha um maior equilíbrio entre vida pessoal e trabalho vai ter maior qualidade de vida e, por consequência, maior motivação e capacidade de apresentar bons resultados.

Perante a dificuldade em oferecer salários competitivos face ao custo de vida, oferecer flexibilidade de condições de trabalho é uma forma de captar e manter profissionais qualificados cujo trabalho é imprescindível para o crescimento do negócio.

“Mas o trabalho remoto não permite criar relação com os colegas e isso é importante para a cultura da empresa. Além disso, as pessoas encostam-se.”

Ouvi isto de um CEO de uma empresa que “apenas” ganhou o prémio de “Melhores Lugares para Trabalhar em Portugal” no ano em que teve toda a sua equipa a trabalhar em casa. Confesso que achei engraçado.

Será que as pessoas acham que um bom lugar para trabalhar é uma empresa onde não se cria relação com os colegas, perdendo assim a cultura de trabalho? Ou será que nos está a escapar o real problema que ninguém quer admitir?

Se já tentou gerir uma equipa remota e a produtividade descambou, trago notícias que talvez sejam difíceis de engolir:

Ou a empresa tem um problema de recrutamento ou tem um problema de gestão.

Na pior das hipóteses, tem ambos. Além disso, as equipas remotas que falham têm, na sua origem, um erro comum: são geridas da mesma forma que seriam geridas presencialmente. E isso não funciona.


Por que falham as equipas remotas em Portugal?

Costumo dizer que se pode gerir uma equipa presencial da mesma forma que se gere uma equipa remota, mas que não se pode gerir uma equipa remota da mesma forma que se gere uma equipa presencial.

Eis alguns dos motivos pelos quais uma equipa remota pode falhar:

Ausência de critérios rigorosos no recrutamento de profissionais, com demasiado foco nas competências técnicas e desvalorização das competências interpessoais

Um processo de recrutamento deve incluir uma avaliação sobre a capacidade do potencial trabalhador se adaptar à equipa e à cultura de trabalho da empresa.

Quando não se avaliam competências como a comunicação, a autonomia e a capacidade de adaptação, podemos cometer o erro de contratar profissionais competentes a nível técnico, mas que se incompatibilizam com os colegas, diminuem a moral da equipa e obrigam a uma gestão mais focada em controlo de danos do que em trabalho real.

As competências técnicas podem ser aprendidas ou melhoradas on the job.
A atitude e a postura, nem sempre.

Ausência de sistemas eficazes e processos bem documentados

Em Portugal, existe muito a cultura de fazer o onboarding de uma pessoa recentemente recrutada atribuindo um colega que o vai ensinar a fazer as coisas. Com sorte, se o recém-chegado levar um bloco de notas, já poupará algumas horas de perguntas repetidas sobre processos do dia a dia.

Uma dúvida rápida aqui, outra dúvida rápida ali. Uma chamada de 5 minutos só para esclarecer uns detalhes, e chega-se ao fim do dia e duas pessoas tiveram um dia pouco produtivo, tanto no trabalho como na integração e real formação do novo colaborador.

Agora, multiplique-se isso por cada pessoa nova que chega à empresa. Numa equipa remota, este sistema torna-se ainda mais exaustivo.

No modelo fully-remote, não existe babysitting. Não temos uma pessoa a dar-nos a mão e a mostrar-nos como fazer as nossas tarefas (enquanto acumula trabalho do seu lado), a certificar-se de que sabemos o que fazer, como fazer e quando fazer.

Existe um sistema de onboarding devidamente preparado e uniformizado para todos os novos colaboradores, garantindo que todos têm o mesmo nível de integração. E, no que diz respeito à formação técnica, existem processos bem documentados, disponíveis para consulta. Além disso, é atribuído um onboarding buddy, que vai tratar de prestar apoio, esclarecer dúvidas e garantir que a integração está a ser eficaz, sem que isso ocupe demasiado do seu tempo.

Uma cultura de trabalho abstrata e falta de iniciativas de Team Bonding

Um dos grandes argumentos contra o trabalho 100% remoto é a dificuldade em manter a cultura da empresa. E a minha questão é: se eu lhe pedisse para explicar a cultura da sua empresa, conseguiria fazê-lo de forma clara e sem lero-lero corporativo? Ou diria que todos vestem a camisola e são como uma família?

Saber-me-ia dizer por que filosofias se rege a sua forma de trabalho? O que fazem, em concreto, para estabelecer relações entre colegas? Que estilo de comunicação utilizam e quais as regras na interação com cada membro da equipa? Saberia dizer-me quais as boas práticas e os comportamentos a evitar?

No trabalho remoto, não se fomentam relações entre colegas com pausas para fumar, mesas de ping pong ou pausas para café na copa a comentar o estado do mundo. Criam-se espaços e iniciativas (ainda que virtuais) para que os trabalhadores se conheçam e interajam de forma intencional e saudável, como:

• Donut Calls – Uma chamada semanal de 30 minutos com uma pessoa da empresa com quem somos emparelhados aleatoriamente para falar sobre tudo, menos trabalho.
• Chamadas quinzenais em equipa – Para partilha de resultados, dúvidas e reflexões, definindo projetos para a próxima quinzena e aproveitando a ocasião para fazer um pequeno ice-break e exercício de team bonding.

• Chamada 1:1 mensal com o líder da equipa – Para partilha de desafios e feedback sobre projetos e resultados.

• Instruções sobre como comunicar de forma produtiva quando existe um desacordo e regras para manter limites saudáveis na interação com os colegas.

Estas são apenas algumas das dezenas de iniciativas que uma empresa pode e deve ter na gestão da sua equipa, independentemente de ser remota ou não.

Além disso, o trabalho 100% remoto não é sinónimo de total ausência de encontros presenciais. Na verdade, encontros esporádicos reforçam a ligação já criada remotamente e permitem manter todas as vantagens do modelo fully-remote.


Microgestão e infantilização dos profissionais

Quando recrutamos pessoas para a nossa equipa, estamos a contratar adultos que, à partida, terão a maturidade, autonomia e responsabilidade necessárias para cumprirem com as suas obrigações.

No entanto, vejo algumas empresas a esquecerem-se disso e a considerarem um bom líder, aquela pessoa que está sempre em cima da sua equipa, para que não lhe escape nada. E, muitas vezes, isto resulta numa infantilização dos profissionais e, consequentemente, numa desmotivação generalizada da equipa.

Na verdade, um bom líder ensina a sua equipa a comunicar proativamente e de forma clara as atualizações dos projetos, abre espaço a que se possa pedir ajuda e orienta os seus trabalhadores de forma a atingirem os seus objetivos.

A produtividade é medida pela quantidade de horas trabalhadas

Enquanto não existir um método de avaliação claro, objetivos bem definidos e KPIs para medir os resultados, a produtividade não vai passar de uma buzzword.

Alimentar uma cultura em que a produtividade é medida pela aparência de ocupação e horas ao computador (não necessariamente a trabalhar) é meio caminho andado para perder os bons recursos humanos que tem e ainda mais recursos financeiros a substituí-los.

Num modelo remoto, onde existe menos visibilidade física sobre o que cada trabalhador está a fazer, é imperativo ter métricas que ajudem a perceber o real nível de produtividade das equipas.


Qual a solução?

Tenho uma compreensão absoluta pelas empresas que tiveram de se adaptar à pressa ao regime remoto, no contexto de uma pandemia que trouxe tantas outras dificuldades associadas. Contudo, é importante relembrar que foi, de facto, um contexto excepcional.

É perfeitamente compreensível que uma adaptação à pressa, em circunstâncias que exigiram medidas extraordinárias, surja com algumas lacunas. Mas essas lacunas são passíveis de serem resolvidas.

É possível corrigir problemas de recrutamento e de gestão, com a implementação de processos mais eficazes. É possível – e imperativo, na minha opinião – formar líderes para criarem culturas de trabalho que sejam um lugar seguro e produtivo para as equipas. É imprescindível medir a produtividade real, em vez da aparente, para que se valorizem os ativos humanos que realmente fazem o nosso negócio crescer.

Oferecer a possibilidade de se trabalhar remotamente não é impor essa vontade. É oferecer a cada trabalhador a possibilidade de trabalharem no seu ambiente mais produtivo – pode ser no escritório, em casa ou num espaço de coworking.

E deixo-lhe um último segredo, fruto da minha experiência com equipas remotas, híbridas e presenciais:

Uma equipa que funciona bem remotamente, funcionará sempre bem presencialmente. Mas uma equipa que só funciona bem presencialmente… Talvez tenha algumas questões a resolver.

Envelhecimento da população pode diminuir o crescimento do PIB

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Por: Redação

 

A redução da população em idade ativa poderá levar a uma desaceleração do crescimento do PIB per capita português em 0,6 pontos percentuais por ano até 2050, segundo um estudo do McKinsey Global Institute (MGI).

O declínio das taxas de natalidade e o envelhecimento da população têm levado a uma transformação demográfica global. Esta realidade poderá “afetar os mercados de trabalho e colocar em risco os sistemas de pensões”, lê-se no comunicado enviado pelo Instituto. 

Ainda segundo o estudo, atualmente, dois terços da população mundial vivem em países onde as taxas de natalidade estão abaixo do nível de reposição de 2,1 filhos por mulher. Em Portugal, essa taxa situa-se em 1,5, o que reflete um cenário desafiador para o futuro.

O MGI alerta ainda que este fenómeno está a transformar as pirâmides populacionais, tornando-as mais semelhantes a obeliscos, caracterizados por um crescimento acentuado da população idosa e uma redução expressiva do número de jovens.

 

População em idade ativa cairá em economias avançadas e China

O estudo prevê que, nas economias avançadas e na China, a população em idade ativa cairá dos atuais 67% para 59% até 2050. Em Portugal, essa redução será ainda mais significativa, passando de 63% para 53%.

Além disso, o número de pessoas em idade ativa por cada reformado deverá cair de 2,6 para 1,6 nos próximos 25 anos.

Atualmente, os consumidores com mais de 65 anos representam 2,1 euros em cada 10 euros gastos. Até 2050, este valor poderá subir para 3,1 euros, o que exigirá mudanças nas estratégias empresariais para responder a este novo perfil de consumo.


Empresas terão de repensar estratégias

Chris Bradley, sócio sénior e diretor do MGI, sublinha a necessidade de mudanças estruturais profundas. “Os modelos económicos baseados no crescimento da população ativa são coisa do passado. Precisamos de mudanças profundas para sustentar o aumento do nível de vida”, afirma.

O estudo também aponta que “as empresas terão de repensar as suas estratégias para captar o mercado sénior, gerir equipas multigeracionais e investir em tecnologias que impulsionem a produtividade”.

Além disso, os governos terão de projetar políticas públicas para incentivar à natalidade, bem como reforçar a poupança para a reforma, a saúde pública e a promoção de longevidade saudável.

Portugal, tal como outras economias avançadas, enfrenta um grande desafio. No entanto, como destaca Marc Canal, investigador sénior do MGI, “as alterações demográficas, ao contrário de outros fenómenos, têm uma vantagem importante: evoluem lentamente e são altamente previsíveis”.

Angels Way, o fundo que ambiciona democratizar o acesso ao investimento

Por: Ana Vieira


O Angels Way, o primeiro fundo de investimento gerido em comunidade e regulado pela CMVM, vai investir na Granter.AI, uma plataforma que através da Inteligência Artificial (IA) ajuda empresas a encontrarem e a candidatarem-se a fundos europeus.

De acordo com o CEO e co-fundador Bernardo Seixas, trata-se de uma plataforma intuitiva, fácil de usar e sem burocracia. Na base está uma plataforma digital que recorre a inteligência artificial para ligar as empresas aos fundos europeus mais adequados para os seus projetos. Assim, é possível identificar oportunidades de financiamento disponíveis e gerar automaticamente um rascunho da candidatura. 

Focada nas Pequenas e Médias Empresas (PME) e startups inovadoras, a portuguesa Granter.AI já trabalhou com mais de duas mil empresas, principalmente no acesso ao fundo Portugal 2030.

A Granter.AI foi a primeira startup alvo de investimento pelo fundo Angels Way, num montante de 50 mil euros.

Angels Way permite participação ativa dos investidores

Com a operação iniciada em 2025, o Angels Way foi lançado pela Olisipo Way, VC de early stage, focada em dar resposta à carência de investimento pre-seed.

“Para viabilizar o fundo, foi necessária a criação da Olisipo Way Ventures, uma sociedade de capital de risco própria, pensada de raiz. Porque ninguém achava que pudesse ser feito,” explica Tocha, Executive Partner da Olisipo Way, à PME Magazine. 

Já que, acrescenta, “normalmente, os fundos de investimento são geridos por profissionais, que recolhem o dinheiro de investidores e gerem os ativos, cobram comissões pelo trabalho que realizam e fees de sucesso pelo crescimento do fundo. Na Angels Way não há intermediação nem gestão centralizada — são os próprios investidores no fundo que tomam diretamente todas as decisões em conjunto”.

Mas como funciona o processo de seleção da Angels Way? A operar numa estrutura baseada em blockchain, garante “transparência, segurança e registo imutável de todas as decisões e operações realizadas pela comunidade”, acrescenta o Executive Partner da Olisipo Way.

A Angels Way procura olhar para além das métricas tradicionais. Assim,”não se foca nas formalidades e tenta perceber de perto o potencial de cada projecto e o poder de cada ideia. Com isso, esperamos descobrir e alimentar startups que, de outra forma, poderiam ser negligenciadas”, acrescenta Tocha.

Angels Way financia startups portuguesas em fase pre-seed

Em apenas dois meses, foram avaliadas 38 startups, com base no seu impacto tecnológico e potencial de crescimento. O foco do fundo está em startups nacionais em fase inicial (pre-seed), com modelos de negócio inovadores e capacidade de gerar valor significativo para o ecossistema. 

Com o objetivo de democratizar o acesso ao investimento em startups, o fundo Angels Way é composto por investidores de diferentes áreas profissionais, de diferentes geografias, uns com muito conhecimento na área, outros sem qualquer experiência prévia de investimento.

O fundo promove uma colaboração alargada e multidisciplinar entre todos.

Portugal no Top 3 destinos para investimento hoteleiro na Europa

Por: Redação

 

Portugal alcançou a terceira posição no ranking dos destinos mais procurados para investimento em hotelaria, ficando atrás apenas de Espanha e Itália, segundo o estudo European Hotels Investor Intentions Survey 2025, desenvolvido pela consultora imobiliária CBRE.

O mercado hoteleiro europeu continua a afirmar-se como um setor-chave para os investidores, com Portugal a registar um grande crescimento na sua atratividade.

Lisboa entrou para o quarto lugar das cidades mais atrativas para o investimento hoteleiro, um grande desenvolvimento face a 2024, ano em que não estava no ranking.

Esta ascensão reflete a crescente competitividade da capital portuguesa e o interesse dos investidores internacionais no seu mercado.


Setor hoteleiro português ganha dinamismo na Europa

Duarte Morais Santos, diretor de Hotéis da CBRE Portugal, destaca que “o setor hoteleiro português tem vindo a consolidar a sua posição como um dos mais dinâmicos da Europa, impulsionado por um turismo resiliente e por um mercado cada vez mais sofisticado. O facto de Portugal ter subido quatro posições neste ranking reflete o reconhecimento da sua robustez e do potencial de crescimento sustentável”.

Apesar dos desafios geopolíticos esperados para 2025, a confiança no setor hoteleiro europeu mantém-se elevada.

Mais de 90% dos investidores pretendem manter ou aumentar a sua alocação de capital no setor, uma vez que o setor oferece retornos competitivos e um “desempenho superior relativo em relação a outras classes de ativos como principais razões para aumentar a sua alocação a hotéis”.


Espanha mantém-se como o destino mais atrativo

Espanha manteve-se como o destino mais atrativo para investimento pelo segundo ano consecutivo, enquanto a Itália ultrapassou o Reino Unido, assumindo a segunda posição. Portugal partilha agora a terceira posição com o Reino Unido, consolidando o seu estatuto como um dos mercados mais promissores. França e Grécia completam o quinto lugar.

No que toca às cidades mais procuradas para investimento, Londres continua a liderar a lista, seguida por Madrid e Roma. Lisboa, juntamente com Barcelona, fecham o quinto lugar.

O estudo da CBRE revela que 65% dos investidores continuam a apostar em localizações urbanas, especialmente nos centros financeiros e turísticos. No entanto, o interesse pelas cidades secundárias tem vindo a crescer, com 12% dos inquiridos a identificá-las como oportunidades promissoras, impulsionadas por infraestruturas melhoradas e novas tendências de viagem.

NextBuy, garantia de compra confiável e acessível de eletrodomésticos a colchões

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Empresa:
NextBuy 
Slogan: Tecnologia e conforto ao seu alcance! 
Sede: Almada
Número de colaboradores: 7
Faturação em 2024: 800.000 €



  • Experiência de compra confiável e acessível – A NextBuy nasceu para oferecer eletrodomésticos e colchões de qualidade com condições financeiras atrativas e suporte diferenciado.

  • Seleção criteriosa e expansão do portfólio – Os produtos são escolhidos com base em qualidade, durabilidade e tendências de mercado, com planos para incluir mais itens tecnológicos e de bem-estar.

  • Atendimento personalizado e inovação constante – A empresa investe em suporte ao cliente, tecnologia e digitalização para melhorar a experiência de compra e acompanhar as novas tendências do setor.

  • Crescimento e aprimoramento logístico – Os objetivos estratégicos incluem expansão do e-commerce, parcerias estratégicas, fidelização de clientes e entregas mais rápidas e eficientes.

 

 

Transformação da experiência de compra 

A NextBuy surgiu da necessidade de oferecer uma experiência de compra mais prática e confiável no setor de eletrodomésticos e colchões. Nosso objetivo sempre foi proporcionar aos clientes produtos de alta qualidade com condições financeiras acessíveis e atendimento diferenciado. Um dos principais desafios enfrentados foi a adaptação aos pedidos do mercado digital, garantindo uma plataforma eficiente e um serviço de suporte que agregasse valor ao consumidor. Além disso, a consolidação de parcerias com fornecedores de confiança e a estruturação de um sistema interno eficiente também foram desafios superados com planejamento e inovação.

Compromisso com qualidade e inovação

Selecionamos os nossos produtos com base em critérios rigorosos de qualidade, durabilidade, eficiência energética e custo-benefício. Também levamos em consideração as avaliações dos clientes e as tendências do mercado para garantir que oferecemos apenas as melhores opções. Há planos para expandir a linha de produtos, especialmente na área de tecnologia para o lar, bem como novas soluções para conforto e bem-estar, sempre alinhados às necessidades dos consumidores.

Suporte personalizado na escolha do produto

Oferecemos suporte personalizado para auxiliar os clientes na escolha dos produtos mais adequados às suas necessidades. A nossa equipa está preparada para fornecer informações detalhadas sobre funcionalidades, comparações entre modelos e orientações sobre formas de pagamento e financiamento.

Foco em qualidade e custo-benefício

As categorias de eletrodomésticos de linha branca (frigoríficos, fogões e máquinas de lavar) e colchões têm muita procura. Porque são produtos essenciais no dia a dia das famílias e exigem uma escolha cuidadosa baseada em durabilidade, conforto e eficiência. Além disso, produtos inovadores, como eletrodomésticos inteligentes e itens de climatização, têm ganho cada vez mais espaço devido à busca por praticidade e eficiência energética.

Acompanhamento das tendências do mercado 

Acompanhamos o mercado por meio de parcerias com fornecedores, participação em feiras e eventos do setor, além da análise constante do comportamento dos consumidores. Investimos em tecnologia e digitalização para oferecer um processo de compra mais ágil e eficiente. Além disso, estamos sempre atentos às inovações sustentáveis, como produtos com menor consumo de energia e materiais mais ecológicos, atendendo às novas exigências do público moderno.

Rapidez nas entregas e marketing personalizado

O nosso foco é consolidar a nossa presença no mercado, expandindo o portfólio de produtos e aprimorando a experiência do cliente. Planejamos fortalecer nossa atuação no digital, investindo em e-commerce e estratégias de marketing personalizadas. Além disso, queremos estabelecer parcerias estratégicas para oferecer ainda mais benefícios aos nossos clientes, como facilidades de pagamento e programas de fidelidade. Outro objetivo importante é aprimorar a eficiência logística para garantir entregas mais rápidas e um atendimento cada vez mais ágil e eficiente.

 

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Os Quality Awards são um sistema de avaliação que reconhece produtos ou serviços de qualidade com uma qualificação superior a 70%, na avaliação dos consumidores, em 10 dimensões de qualidade: desempenho,características, confiança, conformidade, durabilidade, atendimento, design, expectativa/realidade, qualidade percebida e recomendação.

ConsumerChoice anuncia reestruturação e nova diretora-geral

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Por: Redação

A ConsumerChoice, que desenvolve os sistemas de avaliação em Portugal, como a Escolha do Consumidor e a Escolha Sustentável, anunciou uma reestruturação na sua equipa, com a evolução de Nassrin Majid para o cargo de diretora-geral.

Anteriormente diretora comercial da empresa, Nassrin Majid assume agora responsabilidades na gestão executiva e operacional da empresa, explica em comunicado fonte da ConsumerChoice.

Nassrin Majid esteve à frente do departamento comercial durante os últimos cinco anos. Antes disso, também já esteve na FNAC e na empresa noMenu, onde ocupou cargos de responsabilidade na área de serviço ao cliente e Marketing and Communication Manager.

José Borralho, antecessor de Nassrin Majid e que ocupará o cargo de CIO (Chairman & Inspiration Officer) considera que esta nomeação reflete o reconhecimento do trabalho das novas gerações. “O futuro pertence às novas gerações de empreendedores e dar-lhes espaço não é apenas uma escolha, é a essência da evolução”, afirma.

Por sua vez, a nova diretora-geral expressou entusiasmo e motivação para assumir o novo cargo. “A ConsumerChoice tem sido um símbolo de confiança e inovação, e estou determinada a reforçar esse legado, impulsionando ainda mais o crescimento e a proximidade com os consumidores”, refere Nassrin Majid.

Além disto, o cargo de diretora comercial vai passar a ser da responsabilidade de Carmen Machado que tem mais de 10 anos de experiência na área.

Por fim, pode ainda ler-se no comunicado que a ConsumerChoice anunciou também a contratação de Joyce D’Avila, que assumirá a direção Financeira e de Recursos Humanos.

 

“Para os próximos 100 anos, o foco continuará no design” – Miguel Carvalho

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Por: Ana Vieira e Constança Ladeiro


A Adico foi fundada há 105 anos, pelas mãos de Adelino Dias Costa, na região Centro do país. A partir de Estarreja, a fábrica de mobiliário manteve a sua génese e vai já na 3ª geração.

Em 2024 faturou 12 milhões de euros e no universo das três empresas (Adico, CTM e JMS) soma 172 colaboradores. 

Miguel Carvalho, CEO da Adico, em entrevista à PME Magazine destaca o percurso da marca passando pela “Cadeira Portuguesa”, à inovação tecnológica e internacionalização. “A Adico continua a crescer e a expandir-se, mantendo-se fiel às suas raízes e valores que a tornaram uma referência no mobiliário metálico, tanto em Portugal como no mundo”, afirma.

PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a Adico e quais os seus traços principais que a distinguem no mobiliário metálico, tanto em Portugal como a nível internacional?
Miguel Carvalho (M. C.) – A Adico foi fundada em 1920 por Adelino Dias Costa, em Avanca, Estarreja. Inicialmente, dedicava-se à produção de camas, lavatórios e pequenos cofres em ferro. Construiu a primeira máquina portuguesa para fabricar tubos e ingressou, nos anos 30, no mercado do mobiliário hospitalar, onde se tornou claro o domínio de tecnologias sofisticadas para a época, transformando-se uma referência nacional. Foi também nessa década que surgiu a icónica “Cadeira Portuguesa”, símbolo das esplanadas portuguesas, reconhecida pela sua elegância, robustez e design intemporal. Atributos que foram cada vez mais associadas à marca e acabaram por proporcionar o desenvolvimento de novas linhas.

“a Adico é a mais antiga fábrica de mobiliário metálico em Portugal (…)”

Atualmente, a Adico é a mais antiga fábrica de mobiliário metálico em Portugal e uma das mais antigas da Europa, mantendo-se como uma empresa familiar de capitais totalmente portugueses. A empresa destaca-se pela qualidade, inovação e design dos seus produtos. A Adico continua a crescer e a expandir-se, mantendo-se fiel às suas raízes e valores que a tornaram uma referência no mobiliário metálico, tanto em Portugal como no mundo.

 

Cadeira Portuguesa num estrado de madeira
A Cadeira Portuguesa foi criada em 1930, seguindo a escola alemã Bauhaus (Foto: Divulgação)


PME Mag. – Quais têm sido os maiores desafios e conquistas neste processo de evolução?

M. C. – Ao longo de mais de um século de existência, a Adico enfrentou diversos desafios e alcançou conquistas significativas que moldaram a sua trajetória no setor do mobiliário metálico. A resiliência e a capacidade de se reinventar, equilibrando a preservação do seu legado com a adaptação às exigentes necessidades do atual mercado, é um dos seus maiores desafios, mas é também uma das suas maiores conquistas.

A expansão internacional, com a ampliação da presença global da marca, as parcerias estratégicas implementadas ao longo destes 100 anos com muito sucesso são outras grandes conquistas. Para os próximos 100 anos, o foco continuará no design, que privilegia ergonomia, conforto, durabilidade e na redução da pegada ambiental, assegurando que a inovação está alinhada com práticas sustentáveis.


PME Mag. – Como é que a Adico equilibra a preservação do seu legado, como a Cadeira Portuguesa, com a necessidade de inovação e adaptação às tendências?
M. C. – A longevidade da marca é a prova inequívoca da capacidade da Adico se adaptar aos desafios e exigências dos diferentes mercados. Somos uma empresa fortemente orientada para o mercado, mas com foco no nosso ADN.

Equilibramos a preservação do nosso legado com a inovação através de várias iniciativas que honram a nossa história, enquanto abraçam o design contemporâneo. Aqui destacaria uma das nossas iniciativas mais recentes, desenvolvido em colaboração com o Atelier Daciano da Costa, de que é exemplo a reedição da Cadeira Peninsular. Esta parceria respeita o caráter original das criações de Daciano da Costa, adaptando-as ao contexto atual e garantindo que continuem a inspirar gerações futuras. De portas abertas aos criadores portugueses, estimulando a dinamização do design “falado em português”, a Adico lançou o Prémio de Design “Adico Desenha o Futuro”, um desafio de criatividade e exercício das competências na área do design e do ecodesign, que visa promover a cooperação entre a indústria, a academia e os jovens profissionais em início de carreira.

A integração de Pedro Sottomayor como diretor criativo, é mais um fator de equilíbrio entre tradição e modernidade e a necessidade de continuar a reforçar a identidade da Adico no cenário do design contemporâneo, garantindo a sua relevância no mercado atual.

Cadeira Peninsular, Adico
A cadeira Peninsular, da autoria de Daciano da Costa, pertence ao conjunto de mobiliário projetado para o Grande Casino Peninsular na Figueira da Foz, em 1983 (Foto: Divulgação)


PME Mag. – Quais são as principais inovações tecnológicas que a Adico tem implementado na sua produção? A empresa pretende investir em novas tecnologias ou processos de fabrico nos próximos anos? Se sim, quais?
M. C. – A Adico tem seguido uma política de investimento focada no respeito e continuidade do seu legado e na criação de valor para todos os stakeholders. Nos últimos dois anos, concretizámos um conjunto de iniciativas estratégicas que reforçam essa visão, entre as quais a aquisição da totalidade do capital da JMS, investimentos industriais e ambientais nos diversos polos, que totalizam cerca de 2M, a abertura da primeira loja/showroom fora de Portugal e o reforço da equipa de quadros superiores. Estes avanços refletem o compromisso contínuo da Adico com a inovação, a sustentabilidade e o fortalecimento da sua posição no mercado, sempre alinhada com os seus valores.


PME Mag. – Atualmente, em que mercados internacionais já se encontra a Adico? Para que mercados se pretende expandir num futuro próximo?
M. C. – A Adico já exporta regularmente para cerca de 30 países, consolidando a sua presença no mercado internacional. Embora o nosso foco principal esteja na Europa, a nossa estratégia de internacionalização é ampla e diversificada, contando com parcerias sólidas que nos permitem atuar desde o Canadá até à Coreia do Sul.

Recentemente, alcançámos também sucessos significativos em mercados exigentes como o Japão e a Austrália, reforçando o potencial global da marca. Estamos constantemente atentos a novas oportunidades de expansão, mas, a nossa prioridade é fortalecer a posição nos mercados onde já atuamos. Contudo, continuamos atentos a novas oportunidades que possam valorizar o legado da Adico e onde a nossa experiência e qualidade possam fazer a diferença.

 

PME Mag. – Quais são os maiores desafios atuais da Adico para manter-se competitiva no setor, especialmente em mercados internacionais?
M. C. – O principal desafio da marca é construir um presente e um futuro que consolidem o seu legado centenário, mantendo a autenticidade e a relevância dos nossos produtos.

“Somos uma empresa centenária e familiar, com um produto original e icónico, representativo do que melhor se faz em Portugal”.

Continuamos a levar a Portugalidade além-fronteiras, mas é hora de mudar o paradigma: evoluir da simples exportação para uma verdadeira internacionalização da marca. Embora já estejamos presentes em muitos mercados, é essencial reforçar os relacionamentos existentes e estabelecer novas parcerias estratégicas. A internacionalização bem-sucedida resulta da combinação destes fatores. Estamos preparados para esse desafio. Somos uma empresa centenária e familiar, com um produto original e icónico, representativo do que melhor se faz em Portugal. O “Made in Portugal” é hoje amplamente valorizado, e se ampliarmos a nossa oferta, comunicarmos de forma eficaz, criarmos propostas de valor diferenciadoras para os nossos parceiros comerciais e mantivermos a eficiência produtiva, não há motivo para não superarmos cada obstáculo e conquistarmos novos patamares de sucesso.

Organização dos Psicólogos lança guia para identificar influenciadores financeiros pouco fiáveis

Por: Redação

 

A Organização dos Psicólogos Portugueses (OPP) lançou uma lista de verificação intitulada “Devo confiar em influencers para tomar decisões financeiras?”, com o intuito de ajudar os utilizadores a perceberem se estão a ser influenciados por informação “pouco fiável”.

Esta lista de verificação, lançada a propósito da semana da formação financeira, serve para ajudar a verificar os fatores aos quais devemos prestar atenção nos conteúdos financeiros transmitidos por influenciadores, explica a OPP em comunicado.

Assim, nesta lista pode ler-se conselhos sobre como as redes sociais se tornaram uma fonte de informação financeira, mas que nem todas são verdadeiras e por isso “é importante estarmos atentos aos sinais de alerta e refletirmos antes de seguir conselhos financeiros, especialmente de influencers sem formação adequada”.

Posto isto, a lista aconselha a verificar a formação e credibilidade do influenciador que fala sobre ações financeiras, bem como estar alerta se o estilo de comunicação deste influenciador recorre a “linguagem emocional ou promessas”, tais como, “fica rico rapidamente” ou “não percas esta oportunidade”.

É também aconselhado estar ciente se o produto divulgado configura um investimento de risco como “criptomoedas ou investimentos muito novos e pouco testados”.

A entidade alerta ainda para que se desconfie dos influenciadores que preferem “estratégias de investimento alternativas e rejeitam métodos mais tradicionais, como poupanças ou fundos regulados”.

Em conclusão, a OPP refere ainda que a situação financeira pode refletir-se na saúde psicológica e bem-estar e que por isso tomar ações mais seguras em vez de mais arriscadas pode diminuir o stresse e a ansiedade.

Insolvências aumentam mais de 20% em fevereiro face a 2024

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Por: Redação

 

O número de insolvências registadas em fevereiro de 2025 subiu 21% face ao mesmo período de 2024, tendo sido registadas mais 357 ações. Em contraste, a constituição de novas empresas decresceu 3,6%.

Em comunicado, a Iberinform, filial da Crédito y Caución, revela dados que mostram que os primeiros dois meses de 2025 registaram um total de 767 insolvências, um aumento de 21% face a 2024.

Nos dois primeiros meses deste ano ocorreu um aumento de 63% nas declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas e uma subida de 43% nos pedidos de insolvência feitos por terceiros.

As empresas que encerraram através de planos de insolvência também aumentaram em 50%, com nove casos registados, mas o total de processos de insolvência concluídos até fevereiro foram 383, apenas menos dois do que em 2024.


Porto e Lisboa registam maior número de insolvências 

Os distritos do Porto e de Lisboa possuem um total de insolvências mais elevado com 197 e 180 respetivamente, o que configura aumentos de quase 25% e 24%.

Algumas outras regiões também registaram crescimentos expressivos, Beja (+200%), Viana do Castelo (+113%), Castelo Branco (+80%), Bragança (+60%), Vila Real (+57%) e Angra do Heroísmo, Évora e Leiria, estes últimos com variações de mais de 50%.

Por outro lado, algumas zonas do país registaram uma redução nas insolvências, com destaque para Viseu (-58%), Madeira (-43%), Guarda (-29%) e Coimbra (-7%).


Agricultura, caça e pesca têm aumento nas insolvências

Os setores da agricultura, caça e pesca registaram um aumento significativo nas insolvências (+200%), seguidos pelo dos transportes (+92%), hotelaria e restauração (+41%), comércio a retalho (+36%), outros serviços (+29%) e comércio por grosso (+24%).

Já os setores que registaram uma diminuição foram os da eletricidade, gás e água (-100%), construção e obras públicas (-2%) e indústria transformadora (-0,5%).


Constituição de novas empresas cai quase 4% em fevereiro

A constituição de novas empresas caiu 3,6% em fevereiro de 2025 em comparação com o ano anterior. No todo, verificou-se um decréscimo ligeiro de 3,7%.

Lisboa continua a liderar na criação de empresas, com 3007 novas constituições (-5% do que 2024), seguida do Porto, com 1675 (-10%). Em contrapartida, alguns distritos registaram crescimento, como Évora e Viana do Castelo (+22% cada) e Angra do Heroísmo (+21%).

Os setores da agricultura, caça e pesca lideram o crescimento na criação de empresas (+33%), seguidos pelos da construção e obras públicas (+11%) e pelo do comércio a retalho (+2%). Já os setores com maior queda incluem os da eletricidade, gás e água (-41%), das telecomunicações (-40%) e dos transportes (-25%).

Paraíba apresenta-se no World Trade Center Lisboa e atrai investidores na BTL 2025

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Por: Mafalda Marques e Ana Vieira



O governador da Paraíba, João Azevêdo Lins Filho, trouxe no ano passado em missão internacional produtores de cachaça e assumiu o compromisso do estado em atrair investimentos. Este ano, no dia 10 de março, o foco esteve no setor imobiliário e da construção, num evento que contou com o apoio do presidente da Cinep, Rômulo Polari, e do presidente da FêComércio, Marconi Medeiros, um defensor da aproximação entre a Paraíba e o mercado internacional.

A Paraíba tem se consolidado como um pólo estratégico para investimentos logísticos e turísticos no Brasil. Com localização privilegiada no Nordeste, infraestrutura viária de excelência e capacidade de distribuição eficiente, o estado tem atraído centros de distribuição e projetos de grande porte. O ambiente de negócios seguro e sustentável é evidenciado com nota A da CAPAG em cinco anos consecutivos, juntamente com o crescimento contínuo do PIB e da geração de empregos.

Em 2024, a região registou um aumento de 15% no número de turistas estrangeiros e investe em turismo corporativo, oferecendo espaços para eventos de até 400 pessoas.

Governador da Paraíba em discurso
O Governador da Paraíba em discurso no World Trade Center, Lisboa (Foto Beatriz Pequeno)


Polo Turístico e Investimentos Sustentáveis

No setor turístico, destaca-se o Polo Turístico Cabo Branco, que evoluiu de um projeto para uma realidade consolidada, com 13.197 leitos contratados e perspetivas de gerar 19 mil empregos diretos na hotelaria. O complexo inclui resorts, parques temáticos e uma mega avenida, a ´Boulevard dos Ipês´, além de iniciativas de preservação ambiental e incentivo à cultura local. Projetos inovadores, como um museu submarino e trilhas ecológicas, reforçam o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a diversificação do turismo.

Rômulo Polari com empresários
Rômulo Polari, presidente da CINEP, com empresários (Foto Beatriz Pequeno)


Promoção internacional no World Trade Center Lisboa

Para ampliar a visibilidade internacional, o governo investe em campanhas internacionais, incluindo seis programas de vinte minutos exibidos na Record Internacional para 150 países. A participação em convenções, como a da CVC, também visa atrair operadores de turismo. Durante o evento de apresentação em Portugal, no World Trade Center Lisboa, o Grupo Delta destacou os seus empreendimentos em João Pessoa, anunciando a construção de um novo hotel em parceria com uma das maiores bandeiras hoteleiras do mundo. Com mais de 10 mil unidades entregues e projeção de faturar 1 bilhão de reais, (cerca de 160 milhões de euros na taxa de câmbio atual), em 2024, o grupo busca estreitar relações com investidores portugueses.

António Carlos, da Delta Engenharia e diretor do sindicato como vice-presidente de negócios imobiliários explica que atuam há 28 anos em João Pessoa, na Paraíba.

“Agora, estamos expandindo para o Rio Grande do Norte e Pernambuco, estados vizinhos. Temos mais de 10 mil unidades e apartamentos entregues, desde a beira-mar até os bairros periféricos, atendendo tanto a baixa quanto a alta renda. Os empreendimentos que trouxemos para Portugal têm foco no turismo. Hoje, os europeus estão redescobrindo João Pessoa e percebendo nossa qualidade de vida. Somos uma cidade em crescimento, com menos problemas de violência do que algumas cidades vizinhas.

António Carlos, presidente Grupo Delta
António Carlos, presidente Grupo Delta (Foto Beatriz Pequeno)

O Grupo Delta conta com 650 funcionários e espera recrutar e expandir para mil até o final do ano. O ano passado, faturaram 650 milhões de reais (cerca de 104 milhões de euros) e este ano a previsão é de 1 bilhão de reais (cerca de 160 milhões de euros).  

“A maioria desses empreendimentos, tanto da minha construtora quanto dos nossos parceiros, são residenciais. Mas também temos opções voltadas para o turismo, como apartamentos e hotéis, além de alguns empresariais. A Delta, por exemplo, tem o Delta Center, que está 100% ocupado, e já estamos planejando novos empreendimentos empresariais. Sabemos que as pessoas, além de querer morar em João Pessoa, também buscam rentabilizar. A ideia é diversificar para que o investidor português possa aproveitar nossa região e, quando não estiver aqui, também rentabilizar”, explicou.


Construção e Conexão

Alberto Franca, da UN277 – União de Negócios, participou na BTL em Portugal para promover a Paraíba e atrair investidores. Com sede em João Pessoa desde 2012 e atuação na hotelaria desde 2018, o escritório é especializado em diversos setores, como energias renováveis, construção civil, setor imobiliário e indústria. Destacou o papel da UN277 em facilitar conexões de negócios e veio apresentar as oportunidades de investimento no Nordeste do Brasil, além de destacar a força econômica da região para além do turismo.

Alberto Franca numa secretária
Alberto Franca, sócio União de Negócios Imobiliários da Paraíba (Foto DR)

“Sou um grande admirador de Portugal e busco atrair investidores para que conheçam nossas oportunidades, já que o Brasil, como todos sabem, é um país grande e, às vezes, o Nordeste é um pouco esquecido. Portanto, lá não temos apenas praias e sol, mas também boas indústrias e empresários competentes”, frisou.


Negócios familiares sustentáveis no tempo

Zeca Amado, CEO da Amado Hotéis & Spa, apresentou o hotel boutique em construção no Polo Turístico Cabo Branco. Com planos de internacionalização, a Amado Hotéis pretende intensificar ações na Europa, incluindo participação em feiras de turismo.

“Houve um crescimento de 15% no aumento de turistas do ano passado para esse ano. A verdade é que João Pessoa está a crescer com uma ampliação do aeroporto muito importante, Mas também está ao lado de duas capitais que são rubis, a 120 quilômetros de Recife, só 1 hora e meia, e a 160 quilômetros de Natal. Então ela é muito próxima de duas pistas, e a gente consegue ter, por osmose, uma vinda desse turista”, referiu.

Zeca Amado, diretor Amado Bio Hotel a ser entrevistado
Zeca Amado, diretor Amado Bio Hotel (Foto Beatriz Pequeno)


Valorização do setor imobiliário

O representante do Sinduscom na cidade de João Pessoa, Ozaes Mangueira, destacou a conexão entre a construção civil e o turismo. João Pessoa destaca-se por atrair visitantes que desejam fixar residência, devido às praias urbanas, o centro histórico, gastronomia diversificada e o artesanato, como o algodão colorido. Com 140 associados, o Sinduscom levou nove empresários ao evento, representando 45 empreendimentos em andamento e um investimento total de 3,5 bilhões de reais (cerca de 550 milhões de euros). 

A missão internacional reafirmou o potencial da Paraíba para atrair investimentos e consolidar-se como referência em turismo e desenvolvimento sustentável, reforçando a sua presença no mercado global.