Por: Mariana Barros Cardoso
Corria o ano de 2017 quando dois amigos, num jantar informal, decidiram endereçar as suas capacidades para um negócio novo. Depois de algumas sugestões de parte a parte surgiu a ideia dos tremoços. Ao que Cristiano, amigo de Rúben, diz: “É isto, não temos de procurar mais nada, vamos focar no tremoço”. Rúben, licenciado em Publicidade e Relações Públicas e Cristiano, a trabalhar na área da banca, apresentaram a ideia a três pessoas próximas e criaram uma equipa que conseguiu fazer sucesso com o tremoço.
A ideia primordial da empresa passa por dar a conhecer ao público as variantes do tremoço. Inicialmente pensada para um espaço físico, a Tremoçaria apresentou-se de forma móvel. Após encontrarem um carro que se adequasse às necessidades do negócio, fizeram-se à estrada e conseguiram que o famoso acompanhamento de uma boa cerveja se tornasse num sucesso inigualável. Para isso, ajudou a disciplina de que “ninguém irá falar melhor do produto que eles próprios”, o que se replica na hora da venda. Sem staff extra, os sócios da Tremoçaria são quem dá a cara na hora de venda ao público, quando marcam presença nas feiras de cerveja artesanal. Perceberam então que os mercados essenciais seriam os festivais de cerveja artesanal.
Quase saudosista, a prática de provar as receitas da Tremoçaria traduz-se numa viagem sensorial onde o mais escolhido é, claro: o “Tradicional Português”. Isto justifica-se por ser aquele que condiciona os “sabores muito característicos da gastronomia portuguesa, tais como o alho e o louro” – palavras de Rúben Gomes – sempre sugerido ao cliente a prova com “um fio de azeite”, sendo o resultado irrepreensível. Manter o fator de inovação é, sem dúvida, a combustível chave na abertura de qualquer negócio.
“Surpreender o cliente com uma experiência completamente diferente daquilo a que estão habituados” viu-se ser essencial para o sucesso da Tremoçaria, segundo Rúben Gomes.
Uma Tremoçaria com história e que podia ter sido apresentada como uma adaptação ao século XXI. Mas a verdade é outra. Por instinto ou porque “está no sangue”, nas palavras do próprio, Rúben Gomes descobriu recentemente que a trisavó também vendia tremoços, de tasca em tasca na zona oeste. Ao invés de um carro adaptado às necessidades do negócio, a avó acompanhava-se, à época, por “um belo burro” a fazer singrar o seu negócio.
Para quem ficou com água na boca ou com curiosidade em provar estas especialidades, pode procurar em alguns brewpubs e cervejarias de Lisboa, Porto e da região Oeste.
Em todos os eventos nos quais estão presentes, os visitantes podem provar gratuitamente qualquer uma das receitas.
Um objetivo futuro está focado em ver o tremoço abrangido em diferentes segmentos de mercado. Por exemplo: cervejas, conservas e outras novidades que serão divulgadas em breve. A exportação do produto é também um dos objetivos.
“Queremos chegar ao chamado ‘Mercado da Saúde’ e dar a conhecer o nosso produto aos portugueses”, afirma Rúben Gomes, com a promessa de chegar “além-fronteiras”.
A Tremoçaria já vai a caminho dos três anos e pronta para lançar três novidades ímpares. Aquela que se descortina primeiro é o surgimento da nova e sexta receita: “à Bolhão Pato”.