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2% das empresas já encerrou definitivamente e 10% não aguenta mais um mês

Um inquérito preparado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Banco de Portugal (BdP) concluiu que 2% das empresas já encerrou definitivamente na sequência da crise provocada pelo Covid-19 e 10% das empresas não aguentará mais um mês sem medidas adicionais.

O inquérito foi divulgado esta terça-feira e foi realizado entre 6 e 10 de abril, dirigindo-se a um “conjunto alargado de empresas de micro, pequena, média e grande dimensão representativas dos diversos setores de atividade económica, sendo a amostra de 8.883 empresas” e tendo sido obtigas 4793 respostas válidas.

O inquérito conclui que 82% das empresas continuam em funcionamento, ainda que parcialmente, 16% temporariamente encerradas e 2% definitivamente encerradas.

“37% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram uma redução superior a 50% do volume de negócios e 26% reportaram uma redução superior a 50% do número de pessoas ao serviço efetivamente a trabalhar. Em termos setoriais, o Alojamento e restauração é o setor que apresenta um maior impacto decorrente da pandemia”, refere o estudo.

O estudo conclui, ainda, que são as micro empresas as que têm maior taxa de encerramentos parciais ou definitivos.

“Relativamente ao impacto da pandemia Covid-19 no volume de negócios, 80% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram um impacto negativo e 5% um impacto positivo”, adianta o INE.

Entre as razões para os impactos negativos, 84% regista grande impacto na ausência de encomendas e 78% nas restrições devido ao estado de emergência.

“No que se refere ao pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, 61% das empresas assinalaram uma redução em resultado da pandemia, enquanto 38% referiu não ter havido impacto”, refere o relatório.

Esta redução, 44% refere-se a pedidos de lay-off simplificado, 31% a faltas no âmbito do estado de emergência, por doença ou apoio à família, 2% por não renovação de contratos a prazo e 1% por despedimento de pessoal com contratos por tempo indeterminado, sendo que em 19% dos casos registam-se outras causas.

“Uma percentagem reduzida das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo devido à pandemia, mas existe uma percentagem mais elevada que planeia beneficiar. No entanto, saliente-se que uma proporção significativa das empresas não beneficiou nem planeia beneficiar de cada uma das medidas consideradas individualmente. De entre as medidas consideradas nesta questão, 54% das empresas já beneficiou ou planeia beneficiar da suspensão do pagamento de obrigações fiscais e contributivas.”

No estudo, 50% das empresas referiu, ainda, só conseguir “manter-se em atividade até dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez”, enquanto 10% “não têm condições para se manter por mais de um mês”.