Por: Denisse Sousa
Consultor de marketing digital falou para empresários no evento de networking After Work Meetings.
Vasco Marques, consultor de marketing digital e autor do livro Redes sociais 360 – como comunicar online, defendeu, esta quinta-feira, a necessidade de as empresas terem uma presença online, destacando as inovações nas redes sociais e as plataformas que estão a ganhar expressão em Portugal. Vasco Marques falou no After Work Meetings, um encontro de networking que decorreu no Hotel Evolution, em Lisboa.
“O digital tem um papel fundamental para as empresas. Veem-se muitos pequenos negócios que, com o uso das redes sociais, chegam a um público maior. Temos também empresas mais tradicionais, que não utilizam tanto as redes e que acabam por ter menos posição e menos notoriedade”, sustentou.
“As redes sociais dão uma alavancagem muito boa, para o bem e para o mal, por isso é muito importante ter um controlo da cultura organizacional e da mensagem passada ao cliente para haver qualidade nestes meios de comunicação.”
No seu livro Redes sociais 360 – como comunicar online, Vasco Marques ensina não só como comunicar online, mas como o fazer obter melhores resultados: “O livro tem vários capítulos, um deles é a ‘Estratégia nas redes sociais’, onde aprendemos a construir uma estratégia e vários outros capítulos onde entramos em cada rede social e vemos táticas e técnicas que podem tratar com eficácia a comunicação nas redes sociais.”
Para aqueles que dão os primeiros passos num negócio ainda embrionário e ao mesmo tempo procuram divulgação nas redes sociais, não há uma plataforma certa, mas sim uma base inicial, defende.
“Bom, do Facebook não podemos escapar, mas podemos enumerar duas ou três redes sociais importantes. Portanto, o Facebook é importante, YouTube e Instagram também são fundamentais. Depois o Twitter para os negócios também é interessante e, a nível local, o Google+ é a melhor solução para aparecer nos mapas.”
“Esta é a base, depois pode estar noutra em função do público alvo. Se for um público mais jovem pode ir para o Snapchat, se tem transmissões em direto para o Twitter pode usar o Periscope, se é um negócio muito visual pode até pensar no Pinterest, mas depois vai-se ajustando”, explicou Vasco Marques à PME Magazine.
O marketeer acrescentou, ainda, que há oportunidades para as empresas dentro da comunidade Youtube, nomeadamente através do patrocínio de canais ou de personalidades Youtubers.
“A taxa de retenção de vídeos no Youtube é superior à do Facebook. Como é que as empresas conseguem? Ou patrocinam os Youtubers, e eles agradecem, ou começam a construir uma biblioteca de vídeos interessante para o seu público. Por exemplo, noutros países como Inglaterra ou Estados Unidos, lojas que vendem produtos eletrónicos fazem vídeos com reviews e o público depois acaba por comprar o seu produto com base nessas reviews. É precioso investir em ter conteúdos de qualidade.”
As novas funcionalidades nas redes sociais
Perante cerca de cem empresários, o consultor digital apresentou novas funcionalidades do Facebook e de outras redes sociais. O Facebook, utilizado em Portugal por seis milhões de pessoas, desenvolveu recentemente a possibilidade de se poder ter uma loja dentro da página para vender serviços ou produtos e onde se podem efetuar compras. Também é possível a funcionalidade das publicações cruzadas, em que o utilizador dá permissão a certas páginas para usarem os seus conteúdos e tem acesso às estatísticas dos respetivos posts.
As atualizações não se cingem só à plataforma, mas também ao Facebook Messenger que terá a funcionalidade de um “bot” (inteligência artificial) para compra de produtos ou assistência ao cliente. O método de pagamento via Paypal também está disponível por Facebook Messenger, mas ainda apenas no Estados Unidos. Para aqueles que usam campanhas publicitárias no Facebook, o Facebook Leads apresenta também uma pequena mudança: quando os utilizadores clicarem no anúncio os dados de email e nome ficam automaticamente preenchidos.
A nova ferramenta do Instagram “Instagram Stories” é uma funcionalidade concorrente ao Snapchat que continua a ganhar tração.
“Quando surgiu pensei logo: ‘Isto é uma cópia do Snapchat, não vai resultar’. Mas depois comecei a utilizar, adorei e gosto mais do que do Snapchat. Talvez por não ter 18 anos”, explicou Vasco Marques. Esta novidade começou a ganhar mais expressão ao ter mais funcionalidades, como poder mudar a cor do texto, acrescentar desenhos, filtros e, ao clicar Swipe, é possível usar fotos tiradas até 48 horas antes.
Segundo Vasco Marques, Snapchat, Periscope e Instagram são redes sociais para um público mais jovem e cujo fator diferenciador é o facto de não permitir a obtenção de tráfego diretamente para o website: “Nenhuma das três permite colocar um conteúdo clicável. O Instagram é exceção, mas só se fizerem publicidade”.
Para o especialista em redes sociais, “quem usa Snapchat, Instagram ou Periscope não está desesperado a vender produtos ou obter tráfego, está interessado em criar ligações, relações”.
“Nas redes sociais deve-se ter essa a postura, de criar ligações e relações. De dar mais, estar sempre a contribuir para algo.”
No fim do workshop também houve tempo para uma fotografia em 360º.
