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CEO recebem 32 vezes mais que os trabalhadores
Disparidade salarial entre altos cargos de chefia e restantes trabalhadores é elevada. (Foto: Unsplash)

CEO das empresas portuguesas recebem em média 32 vezes mais do que os seus trabalhadores

Por: Diana Mendonça

O estudo realizado pela DECO PROTESTE analisou as diferenças salariais entre a remuneração dos CEO e dos trabalhadores das empresas portuguesas e conclui que os CEO recebem em média 32 vezes mais do que os trabalhadores.

Na Jerónimo Martins, o valor que o presidente da comissão executiva recebe é 262,6 vezes superior à média dos salários auferidos pelos restantes trabalhadores. Segundo a DECO, esta é a empresa que detém a maior disparidade salarial entre as 17 organizações analisadas. Em segundo lugar encontra-se o grupo Sonae, onde a remuneração da CEO é 77,4 vezes superior à dos colaboradores da empresa e, em terceiro lugar, encontra-se a Mota-Engil, onde o rendimento anual do CEO é 73,3 vezes mais elevado que a dos restantes funcionários da empresa.

Segundo João Sousa, coordenador da PROTESTE INVESTE, estes dados mostram-nos “(…) as grandes diferenças em matérias de remuneração dos CEO em Portugal”.

“ Em teoria, a política de remunerações necessita do voto vinculativo dos acionistas. No entanto, a declaração sobre a política de remunerações é, na prática e na maioria dos casos, muito vaga e não permite que seja votada, de forma individualizada, a remuneração dos membros do conselho de administração, ao contrário do que defendemos”., explica o responsável”.

De acordo com os dados das empresas analisadas, entre 2020 e 2021, o rácio do índice PSI passou de 29,6 para 32,2. Este aumento pode ser explicado, em parte, pela melhoria dos resultados das empresas, tendo em conta que a remuneração média dos trabalhadores também aumentou, no mesmo período, cerca de 2,7%.

Apesar do aumento na remuneração média dos trabalhadores, a disparidade salarial entre os altos cargos de chefia e os restantes funcionários é elevada. A DECO PROTESTE apela à criação de uma legislação específica que defina limites máximos de remuneração.