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Barómetro analisou respostas de 735 empresas (Foto: Pixabay)

Empresas estão descontentes com medidas de restrição, revela CIP

No total, 83% das empresas classifica os programas de apoio implementados pelo Governo como aquém, ou muito aquém, daquilo que necessitam, 16% defende que estão “à altura das dificuldades” e 1% diz que “superam as expectativas”.

Este é o 12.º estudo realizado pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, que analisou as expectativas para o futuro das empresas portuguesas entre os meses de maio de 2020 e janeiro de 2021.

Em comparação com o barómetro anterior, 46% das empresas admitiram ter pedido financiamento bancário. Destas, 91% revelaram já ter recebido o valor, ao passo que 9% ainda se encontram sem acesso à compensação.

Na semana de 11 de janeiro, data da apresentação do barómetro, cerca de 85% as empresas responderam que o volume de trabalho se manteve inalterado, em contraste com os 2% das associações que fecharam portas. Em comparação com o mês de dezembro, a percentagem de “empresas parcialmente fechadas” aumentou de 11% para 13 %.

Quanto ao pagamento aos fornecedores, 22% das associações inquiridas revelaram ter estendido o prazo, mais 2 pontos percentuais face ao mês anterior.

Ao nível das vendas, foram sobretudo as microempresas de vendas e prestação de serviços que mais foram afetadas pela crise no mês de dezembro, com 63% a admitir uma quebra no negócio.

Quando questionadas sobre as novas medidas de combate à pandemia, 37% das empresas considera que são insuficientes, 30% defende serem “adequadas” e 21% considera que são “demasiado restritivas”.

A maioria das empresas apresenta também uma perspetiva mais negativa relativamente ao primeiro trimestre de 2021, com 51% a antever uma diminuição no volume de vendas. Esta visão é observada sobretudo nas microempresas.

O pessimismo é também revelado nas perspetivas de investimento em 2021, com 40% das empresas a admitir reduzir o volume de investimento, comparativamente com os dados de 2019.

De acrescentar que, sobre a temática dos recursos humanos, 74% das empresas diz que vai manter o número de funcionários no primeiro trimestre de 2021, 18% revela o desejo de contratar e 8% admite que pode vir a ter de despedir pessoas.

Para a realização do estudo, foram questionadas 735 empresas, de um universo de 150 mil, sendo a amostra constituída em 77% por micro e pequenas empresas e em 5% por grandes empresas. Destas, a maioria estava relacionada com a indústria e energia (38%), com os serviços (24%) ou com o comércio (15%).