O segundo dia da Cimeira Lusófona de Liderança (CLL) contou com a presença de novos painéis de oradores, que debateram sobre o tema “Pessoas e Cultura Organizacional”, ficando marcado pela necessidade do aumento da felicidade e energia dos colaboradores.
“Temos de urgentemente perceber que a forma como avaliamos o desempenho, tem de ser mais humanizada e tem de ser personalizada a cada colaborador, mas orientada àquilo que são os objetivos individuais, os objetivos das áreas e os objetivos mais macro das organizações”, afirmou Cláudio Osório, co-fundador & head of expirience na OKU Human, ao participar no painel sobre “Feliciência: A Felicidade e Gestão nas Organizações”.
O painel contou, ainda, com Margarida Carreiras, chief happiness officer no grupo Bernardo da Costa, Rui Barros, CEO do Absa Bank Moçambique, e Cláudio Luvi, palestrante comportamental e mentor de carreira e liderança, que consideram que a atual cultura organizacional é uma evolução e esperam que continue a evoluir, já que não há uma perda de eficiência em dispender recursos que ajudem a cultura a desenvolver-se.
Margarida Carreira, quando questionada sobre qual é o papel do departamento da felicidade no dia-a-dia da organização, respondeu que se baseia numa “cultura de pessoas para pessoas”. A oradora referiu que o departamento se foca nos membros das empresas, cuidando dos seus talentos e garantindo a motivação e o entusiasmo.
“O objetivo do departamento é olhar individualmente para cada um dos nossos colaboradores, escutar cada pessoa, gerir expectativas, apoiar a progressão de carreira e também no desenvolvimento de cada um e assegurar que há um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, completou.
Rui Barros revelou que dentro de uma organização existem hábitos e rotinas, que são pistas que ficam marcadas nos colaboradores quanto à forma como a organização espera que se comportem. Por isso, existem escolas que ensinam a liderar como um exemplo, para que os colaboradores hajam em conformidade com a boa ética de trabalho da empresa.
Inovação e criatividade
O painel que se debruçou sobre o tema “Pode a empresa ser um laboratório aberto à criatividade e inovação?”, contou com Cristiana Paiva, managing partner na Jason Angola, Luís Soares, managing partner e diretor na Finsolutia, Luísa António, diretora de capital humano e comunicação interna no grupo FHC, e Edney Vieira, chief commercial & marketing officer na Nacala Logistics.
A opinião geral foi a de que as organizações agravaram a sede por inovar devido à pandemia. Os oradores alertaram para o facto de as inovações mais pequenas, por vezes, serem as que melhor funcionam no seio de uma organização e que, é preferível mudar pequenas partículas da empresa do que querer uma inovação exacerbada e disruptiva.
“Agora a criatividade a inovação estão neste momento numa fase maravilhosa de não sabermos o que é que vai acontecer. Isso pode ser bom, mas também é assustador por outro lado”, alertou Luisa António.
Cristiana Paiva referiu que existem organizações que nasceram com o ADN da inovação, mas também existem, na generalidade, empresas que vivem das melhorias incrementais. Considerou ainda que todos os membros de uma organização têm o poder de aprimorar o seu trabalho e as suas tarefas, considerando a inovação como um antídoto nas empresas.
À questão proposta por Edney (“Em que é que nos podemos apoiar neste novo mundo pós-pandemia?”), Luísa António refere que as organizações que apostam na inovação são, à partida, organizações de longo prazo, preocupando-se com o futuro. Para a oradora, é importante que as empresas se apoiem na inovação para poderem sobreviver ao mercado competitivo.
Por fim, Bruno Samora Mendes, diretor da SamoraFit, destacou o tema “Corporate Wellness”. O orador explica que é necessário que haja uma mudança de estado, que é atingida por meio do wellness corporativo. Bruno alertou para a urgência de energizar os colaboradores, porque a energia produz felicidade e não permite ao cérebro “atrofiar”.