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Savannah Bell, diretora de parcerias e alianças estratégicas da OpenBots (Foto: Divulgação)

“Os bots não tiram férias, hora de almoço, ou dias de baixa” – Savannah Bell

O Encontro de Transformação Digital, organizado pela EAD, acontece no próximo dia 20 de outubro, no VIP Executive Art’s Hotel, em Lisboa, e traz especialistas em três pilares para debaterem a digitalização nas empresas: eficiência, produtividade e segurança. Entre estes especialistas estará, por videoconferência, Savannah Bell, diretora de parcerias e alianças estratégicas da OpenBots, que falou em exclusivo à PME Magazine sobre automação robótica de processos (RPA na sigla em inglês), tema que irá debater na quinta edição do evento.

PME Magazine – Quais são as vantagens e benefícios da utilização de automação robótica de processos para as empresas?

Savannah Bell A RPA tem muitas vantagens para as empresas. É uma solução rentável para otimizar os custos operacionais em 25-50% porque normalmente o trabalho realizado por bots custa menos do que um colaborador humano. No entanto, há muitos outros benefícios, para além dos custos do trabalhador, que são frequentemente negligenciados. A precisão, a qualidade e a consistência são muito mais elevadas em tarefas realizadas por bots em comparação com as feitas por um humano, pois os bots da RPA fazem o trabalho da forma como estão programados a 100% do tempo. Os bots não tiram férias, hora de almoço, ou dias de baixa. Além disso, os bots normalmente completam uma tarefa em menos tempo do que um humano. Isto leva tipicamente a um aumento da satisfação dos empregados porque os bots fazem as tarefas mundanas e repetitivas que a maioria dos humanos não gosta. Para completar, é possível melhorar a análise do trabalho por parte da gerência, pois os gestores são capazes de ver os registos de cada ação que o bot está a realizar.

PME – Que indústrias mais beneficiam da RPA?

S. B. – Tradicionalmente, as indústrias que têm visto mais benefícios da RPA são os bancos, os serviços financeiros, os seguros e os cuidados de saúde. Contudo, todas as indústrias podem se beneficiar da RPA, especialmente aquelas com elevados volumes de fluxos de trabalho repetitivos e baseados em regras. Há também muitos casos de utilização agnóstica da indústria, tais como contas a pagar ou a receber, entrada e saída de funcionários, atualização de CRM, e muitos mais.

PME – Pode a RPA ser considerada a nova onda de inovação?

S. B. – A automatização não é um conceito novo. No entanto, as plataformas RPA são relativamente novas e provaram ser uma forma mais eficiente de automatizar processos empresariais, sendo um fator necessário para a inovação. As empresas já não têm de fazer uma “prova de conceito” para a RPA porque o conceito tem sido provado vezes sem conta. A combinação de RPA e inteligência artificial continuará a desempenhar um papel enorme na otimização da eficiência organizacional e a RPA é um componente necessário para o processo de inovação de cada empresa.

PME – Qual é o maior desafio para a implementação da RPA nas empresas?

S. B. –  O maior desafio para a implementação de RPA para as empresas é tipicamente o fator humano. Isto inclui obter a adesão organizacional e assegurar que a empresa tem recursos qualificados suficientes para construir, implementar e manter o programa. Contudo, isto pode ser facilmente resolvido, escolhendo processos de baixa complexidade e trabalhando com um parceiro de serviços de TI de confiança para ajudar a iniciar o programa e estabelecer um centro de excelência para gerir adequadamente o programa. Há também parceiros que fornecem RPA-as-a-Service, para que o cliente não tenha de se preocupar com nada para além dos resultados desejados do programa. Isto torna a implementação da nova tecnologia muito mais fácil e mais racionalizada.

PME – Será a RPA a porta de entrada para a transformação digital nas empresas?

S. B. –  A RPA é a forma mais fácil para uma empresa iniciar a sua transformação digital. Pode ter a sua primeira automatização na produção em apenas quatro semanas e começar a gerar um retorno do investimento (ROI) imediatamente. Se uma empresa automatiza primeiro os processos certos, pode utilizar o ROI para autofinanciar outras iniciativas de transformação digital, tais como o processamento inteligente de documentos (IDP) e a exploração de processos.