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Católica-Lisbon lançou ciclo de conferências "Learn and Share" (Foto: PME Magazine)

“Portugal tem a capacidade de construir marcas globais” – Alberto Pinto

Por: Sara Fonseca

Alberto Pinto, diretor de mercados internacionais do Grupo Nabeiro, defendeu, esta quinta-feira, que as empresas que se querem internacionalizar têm de pensar em pontos de diferenciação junto do consumidor local, bem como verificar o potencial do crescimento do negócio em questão.

Falando no decorrer da primeira sessão do ciclo de conferências “Learn and Share”, promovido pela Católica-Lisbon no âmbito da plataforma internacional Católica International Business Platform, da qual o Grupo Nabeiro é parceiro, Alberto Pinto explicou que a estratégia de internacionalização do grupo “foi sempre ponderada” e que o facto de se tratar de uma empresa familiar faz com que esteja “muito próximo dos trabalhadores” e com que se tomem decisões mais rápidas.

O encontro contou com a presença de Nuno Silva Ribeiro, coordenador do programa “Learn and Share” e responsável pelo case study que será desenvolvido por alunos do programa de mestrado da Católica Lisbon para uma gestão de talentos do Grupo Nabeiro a nível global. Nesse sentido, Nuno Silva Ribeiro sublinhou que o trabalho dos alunos passará por “perceber quais os valores e objetivos da estratégia de valorização e qual a melhor forma de projetar isso no seu percurso internacional”.

“Primeiro tem de se perceber o ponto de partida, depois procurar o melhor encaixe dessa herança que a marca tem com a cultura dos mercados onde se querem desenvolver”, explicou.

Nuno Silva Ribeiro sublinhou que o Grupo Nabeiro “é um grupo que tem uma dimensão bastante relevante, tem algum nível de internacionalização, mais de 600 pessoas a trabalhar no estrangeiro, é uma empresa de referência em termos de responsabilidade social e é também uma empresa que abraça a inovação e que tem agora um desafio, que é subir o patamar de passar dos 30% de internacionalização”.

Lembrando que o Grupo Nabeiro tem a pretensão de estar entre as dez marcas mais conhecidas do mundo no setor dos cafés, Alberto Pinto considerou que “Portugal tem capacidade de construir marcas globais”, afirmando que “as empresas nacionais não são diferentes, têm algumas particularidades”.

Já Margarida Ramalho, fundadora e diretora executiva da Católica International Business Plataform considerou que “quanto maior é a dimensão da organização, mais estruturação, mais estratégia e mais necessidade de regimentar toda a equipa em torno de um caminho” são necessárias.

 “A exportação é a primeira etapa da internacionalização”, esclareceu, acrescentando que “as empresas precisam de mudar o mindset para a internacionalização, o paradigma começa-se a mudar mudando a terminologia”.

Por seu turno, Pedro Cabrita Carneiro, ex-vice-presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia e responsável pela cadeira de “Strategic Consulting” da Católica Lisbon, lembrou que para internacionalizar “é preciso compreender lifestyles e hábitos locais”, de forma a adaptar a estratégia à cultura de cada país.

Já Miguel Athayde Marques, vice-reitor da Universidade Católica que esteve no encontro via Zoom, reforçou que “o domínio da internacionalização é a chave do crescimento das empresas”, acrescentando que existem “necessidades de capital para investimento, para capital humano e inovação, é necessário capital para a internacionalização, pessoas e talento”.

“É necessário que a empresa tenha clareza na sua estratégia”, advogou.

O projeto “Learn and Share” da Católica-Lisbon tem menos de um ano e tem como objetivo construir, em conjunto com as empresas desafios para as mesmas enfrentarem. São parceiros desta iniciativa o Grupo Nabeiro, a Sumol-Compal e a Tecnimede. Neste projeto, são contactadas as empresas que têm desafios de internacionalização, é feito um diagnóstico de quais as principais necessidades dessas empresas e, posteriormente, são desenvolvidos os case studies.

A sessão foi moderada pela editora da PME Magazine, Ana Rita Justo, e decorreu na sede da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.