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O Beyond Web Summit, que decorreu no dia 17 de dezembro, focou-se nos “unicórnios portugueses” (Foto: Pexels)

Unicórnios portugueses valem mais de 36 mil milhões de euros

O Beyond Web Summit, que decorreu no dia 17 de dezembro, focou-se nos “unicórnios portugueses”, que já valem mais de 36 mil milhões de euros, valor alcançado após a Anchorage Digital, banco digital de criptomoedas com fundadores nacionais, ter sido anunciada como o sétimo unicórnio português, com uma avaliação de 2,7 mil milhões de euros.

Apenas este ano, quatro startups portuguesas alcançaram o patamar “unicórnio”. Em julho, a Remote chegou a uma avaliação de mais de 842,9 milhões de euros, depois de a tecnologia cofundada por Marcelo Lebre ter fechado uma ronda de 126,4 milhões de euros, tornando-se a quinta a atingir o estatuto. Já em março, a Feedzai, fundada por Nuno Sebastião, angariou, 200 milhões de euros numa ronda seed Série D, tendo ganho o estatuto, juntando-se à Farfetch, Outsystems e Talkdesk.

Neste momento, os “unicórnios” nacionais valem mais de 36 mil milhões de euros, com a Farfetch a liderar (12,8 mil milhões de euros), seguida da Talkdesk (8,83 mil milhões de euros, da Outsystems (8,3 mil milhões de euros), Anchorage Digital (2,64 mil milhões de euros), Sword Health (mais de 1,76 mil milhões de euros), Feedzai (1,32 mil milhões de euros) e Remote (883,3 milhões de euros).

Nuno Sebastião, CEO da Feedzai, referiu que as sete startups consideradas “unicórnios” empregam cerca de 11.300 pessoas, qualificadas, e alertou para o facto de Portugal deixar de encaixar anualmente cerca de 55 milhões de euros em IRC.

“São 5.650 postos de trabalho. Se considerarmos que cada uma destas pessoas recebe um salário médio base de 75 mil euros por ano, esse valor reflete-se em 230 milhões em impostos por ano. É bom, devia ser reinvestido na educação de novos engenheiros”, defendeu o CEO na conferência.

Já Diogo Mónica, cofundador da Anchorage Digital, referiu que “mais unicórnios em Portugal significa mais apostas na tecnologia e na modernização, uma economia mais rica e, mais importante e oportunidades para os seus cidadãos”.

Também o diretor da Sword Health, Virgílio Bento, considerou que o aparecimento de cada vez mais “unicórnios” no panorama nacional é muito positivo, uma vez que demonstra a possibilidade de criar empresas “globais, escaláveis, a partir de Portugal e com talento nacional”.

O Primeiro Ministro, António Costa, considerou que o país se encontra perante o desafio de saber “como dar um novo salto” ao nível tecnológico e defendeu que o caminho passa pela formação de quadros mais qualificados, pela retenção e captação externa de talentos, por empresas com mais valor acrescentado e por uma ligação maior de empresas às entidades produtoras de conhecimento.

“Esses sete unicórnios transmitem uma mensagem de confiança para todas as outras startups. A maioria das startups não serão nunca unicórnios. Mas o exemplo que estes unicórnios constituem é um enorme fator de motivação para quem já está a empreender, para quem ainda está a estudar ou para quem está lá fora”, concluiu.