A NOVA IMS (Information Management School) é a entidade parceira da Universidade de Stanford na organização da conferência “Women in Data Science Conference 2017” (WiDS), sendo anfitriã do evento este ano. Esta é a segunda edição da conferência que, pela primeira vez, acontece em Portugal dia 3 de fevereiro.
Será um dia dedicado às mulheres na área das Tecnologias de Informação, à partilha de informações, aos últimos avanços ao nível do data science em múltiplos domínios e saber como as empresas estão a usar o data science para obter sucesso. Será também um bom palco para networking entre profissionais da área, académicos, estudantes e especialistas.
Jorge Carrola Rodrigues (J. C. R.), professor convidado e moderador do painel “Representatividade das Mulheres nas ciências digitais”, explica em entrevista à PME Magazine a relevância deste evento em Portugal: “Verifica-se a necessidade de em Portugal se acelerar a adesão das Mulheres a estas áreas de forma a estar entre o pelotão de países onde a representatividade do género feminino tenha cada vez maior expressão. Vão ser apresentados alguns dados interessantes entre a nossa realidade e a de outras geografias, em especial nas conclusões da apresentação da investigadora Teresa Correia de Lacerda nesta área”.
PME Magazine – Porquê a preocupação em medir a representatividade das Mulheres no setor das TI?
J. C. R. – As alterações verificadas nas ultimas décadas ao nível sociológico e laboral, com o crescimento e intervenção das mulheres no mercado de trabalho, e em particular também nos sectores de ponta a nível tecnológico, têm-se traduzido num aumento crescente da adesão do género feminino à Educação superior em áreas das Ciências onde era mais débil essa presença. A título de exemplo podemos referir que este ano, entre os alunos que ingressaram nas licenciaturas de gestão de informação e sistemas e tecnologias de informação da NOVA IMS temos já uma representatividade perto dos 50% do género feminino, o que muito nos apraz. Entre os alunos estrangeiros que frequentam os nossos programas, no âmbito do programa Erasmus, e que são maioritariamente provenientes de países do Centro e Norte da Europa, verificamos no entanto uma maior percentagem do género feminino.
PME M. – Que mais valias identifica na liderança das mulheres neste universo maioritariamente masculino?
J. C. R. – Na gestão moderna onde são importantes os níveis de motivação dos colaboradores, um grande pragmatismo nos processos de tomada de decisão e a aceitação da diversidade nos pontos de vista, a liderança feminina pode fazer a diferença, dado que está provado que em média as mulheres têm também um maior nível de inteligência emocional que, adicionado a factores como a intuição e sensibilidade, faz muitas vezes a diferença na gestão de equipas e motivação para os resultados.
PME M. – O painel de oradoras tem as principais multinacionais representadas. Sente-se essa preocupação a nível mundial?
J. C. R. – Desde há vários anos que empresas que estão representadas em várias geografias e em vários sectores (que não apenas o das tecnologias) têm procurado fomentar a diversidade (e não apenas de género) nas suas organizações, promovendo equipas com maior multidisciplinariedade de forma a conseguir maiores níveis de proximidade juntos dos consumidores e maior adequação dos produtos e serviços que desenvolvem e comercializam, o que naturalmente se aplica também ao género feminino. No entanto para conseguir esse objectivo verifica-se a necessidade também de atrair mais mulheres para a formação e educação nestas áreas.
PME M. – Porquê o simultâneo com a Universidade de Stanford ?
J. C. R. – Foi feito o convite à NOVA IMS (Information Management School), uma Escola nacional especializada nas áreas relacionadas com a Gestão de Informação e Ciência de Dados, para ser o parceiro português na dinamização da iniciativa “Women in Data Science” e na divulgação e transmissão simultânea do evento, o que acontecerá em mais de 50 localizações a nível mundial. Foi um desafio aceite desde a primeira hora, dado querermos não só participar como contribuir no nosso papel educacional e dinamizador para trazer mais Mulheres para estas áreas. Por isso queremos também dinamizar um evento com componente local em que se apresentem bons casos nacionais de liderança feminina em organizações relevantes e onde também contamos com mulheres jovens que estão a fazer percursos de Educação e carreira ligadas a estas áreas. Outro dos objectivos é motivar um espaço de “networking” entre profissionais, académicas, cientistas e jovens que procuram saber mais sobre as oportunidades que lhes poderão oferecer estas áreas da Ciência de dados, gestão de informação e novas tecnologias.
A participação neste evento é gratuita, requer inscrição prévia e é limitada ao número de lugares disponíveis no auditório. Para mais informações, clique aqui.