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Henrique Herculano, diretor de marketing da CAMB, mostra nova imagem da marca (Foto: Divulgação)

Azeite alentejano com história no sabor e modernidade na marca

Sessenta e cinco anos de história fazem da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) uma marca portuguesa com longevidade e perseverança invejáveis. Hoje, a CAMB conta com o maior e mais moderno lagar de azeite do país, 22 mil hectares de oliveira de 1200 cooperadores olivicultores, que produzem cerca de 40 mil toneladas de azeitona por ano, transformando-a em mais de 8 milhões de quilos de azeite virgem. Razões mais do que suficientes para, atingida a 3.ª idade, renovar-se a imagem da Cooperativa.

No final de setembro, a cooperativa desvendou o início desta nova imagem e viu, inclusivamente, o seu trabalho de 65 anos reconhecido com a Medalha de Honra da Agricultura, atribuída pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Henrique Herculano, que assumiu a direção de marketing da CAMB no ano passado, liderou o processo de rebranding, atribuído em concurso ao atelier da designer Rita Rivotti. A primeira fase durou cerca de seis meses, mas não se fica por aqui.

Para o diretor de marketing, o resultado agora apresentado traduz o “equilíbrio entre tradição e inovação”.

“Uma casa como é a CAMB, com 65 anos de existência, uma reputação absolutamente irrepreensível e inquestionável ao nível da produção do azeite, nomeadamente do Azeite de Moura DOP [Denominação de Origem Protegida], não poderia fazer uma alteração de imagem que rompesse com o passado e criasse um fosso entre o consumidor que nos reconhece e nos é fiel e uma imagem que não diria nada a ninguém. Portanto, a nova imagem vai beber inspiração a toda a nossa história, fazendo uma adaptação, não só estética, mas também contextual aos dias que correm”, explica à PME Magazine Henrique Herculano.

Da imagem anterior vieram as cores quentes e os elementos identificativos do Alentejo, que aliados às linhas mais modernas criam uma imagem, explica o responsável, que se quer “adaptada aos dias de hoje para, num futuro próximo, [a marca] ser competitiva na sua imagem e comunicação”.

Novos produtos à vista num mundo mais sustentável

Nesta primeira fase, o rebranding fez-se para o novo logótipo e a renovação da imagem das garrafas, entre elas para o Azeite Moura DOP.

Contudo, há novos planos em marcha, também em colaboração com o atelier da designer portuguesa. Apesar de não poder desvendar muito, Henrique Herculano levanta um pouco o véu sobre o que aí vem: “Temos novos produtos que estão a ser concebidos neste momento, em colaboração com a Rita Rivotti. Vamos apostar no segmento de hotelaria e restauração, também em estreita ligação com o segmento de consumidor final”.

À vista está já a chegada ao mercado de uma garrafa de azeite produzida com um plástico PET 100% reciclado, para o Azeite Moura DOP Biológico de 750 mililitros.

“A garrafa é mais leve do que a de vidro, o que tem inegáveis efeitos na diminuição da pegada de carbono. Dependendo da aceitação do consumidor, gostaríamos de ver este conceito alargado a outras referências”, sublinha.

As novas garrafas já estão disponíveis na loja da CAMB, estando prevista para breve a chegada às grandes superfícies. Apesar de este material reciclado significar mais custos para a marca, o preço da garrafa manter-se-á inalterado para o consumidor final (5,49€).

Internacionalização ao virar da esquina

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos nasce em 1954, com a principal missão de dar resposta competitiva à transformação em azeite das produções de azeitona dos seus fundadores.

Agarrando-se ao mote de que “o melhor azeite nasce no Alentejo”, a CAMB quer agora mostrar ao mundo o que de melhor dá a região, com foco nos produtos DOP e também biológicos.

Segundo conta Henrique Herculano à PME Magazine, a cooperativa está, por isso, empenhada em internacionalizar o azeite de Moura e Barrancos para mercados mais maduros, como o dos Estados Unidos da América, Canadá e Brasil e centro da Europa, tendo como alvo a Polónia, França, Suíça, Holanda e Alemanha.

O objetivo é divulgar o produto mais diferenciado da cooperativa a mercados que também valorizam o que melhor define a CAMB.

“São mercados com poder de compra e, sobretudo, vontade de remunerar elementos como a Denominação de Origem Protegida, ou o modo de produção biológico”, salienta.

O foco no consumidor final é primordial e a “grande preocupação”, revela Henrique Herculano, “é comunicar efetivamente os elementos de genuinidade e de qualidade”.

“É importante que a mensagem passe de forma eficaz e não seja esquecida. Sabemos que o que temos é bom, queremos que não haja dúvidas quanto a isso e, sobretudo, que o nosso consumidor não esqueça.”

Artigo originalmente publicado no Sapo Prime