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Aprendizagem híbrida
Joana Teixeira, diretora de digital learning na CEGOC

Bem-vindos à nova era da aprendizagem híbrida

Por: Joana Teixeira, chefe de digital learning na CEGOC

Os últimos dois anos foram tremendamente desafiantes. Em tempo quase recorde fomos obrigados a repensar, reajustar e acelerar a capacidade de entregar programas de aprendizagem em ambiente online, assim como a desenvolver modalidades, metodologias e recursos de aprendizagem capazes de estimular o processo de desenvolvimento de competências em contextos remotos e virtuais.

Qualquer semelhança que encontre entre esta descrição e a sua realidade não é pura coincidência… Esta foi (é) mesmo a realidade da maioria dos players na área da formação e do desenvolvimento de talento. Mas o que podemos prever em termos de tendências futuras no âmbito da aprendizagem digital?

Bem sabemos que fazer previsões sobre o futuro nesta área acarreta alguns riscos e que as possibilidades são imensas. Porém, acreditamos que o amanhã promete popularizar ainda mais o que conhecemos hoje como modelo de aprendizagem “hibrido” – uma nova vaga de experiências formativas cada vez mais flexíveis, personalizadas, autodirigidas e imersivas.

Este novo cenário vai permitir-nos ter, na mesma sessão de formação, participantes em contexto presencial e em contexto virtual e, como consequência, exigir o desenvolvimento de novas skills por parte dos formadores para a sua plena preparação e gestão. A boa notícia é que os avanços tecnológicos estão a tornar este processo muito mais fácil e ágil!

Esta tendência também torna imperativo reinventar as soluções de aprendizagem, já que as antigas parecem ter chegado ao fim do seu prazo de validade. Porquê? Porque o perfil do formando evoluiu, mostrando hoje uma atitude cada vez mais consciente, autónoma e exigente. Falamos de um learner que procura soluções que permitam colmatar necessidades específicas e relevantes, ajustadas ao seu próprio ritmo e preferências de aprendizagem, capazes de proporcionar experiências imersivas (a que ninguém fica indiferente) e que potenciem a transformação dos conhecimentos adquiridos em comportamentos observáveis no seu dia-a-dia de trabalho. 

O perfil do formando evoluiu, mostrando hoje uma atitude cada vez mais consciente, autónoma e exigente.

O futuro passa por soluções multiformato e multiexperiência que permitam a cada participante conjugar diversos ativos digitais, como módulos digitais interativos, quízes, classes virtuais, vídeos ou filmes com que permitam absorver “pequenas doses de conhecimento” (microlearning), desafios de aplicação de aprendizagem individuais ou em grupo, sessões de mentoria ou coaching, entre outros momentos de interação com especialistas, colegas ou pares.

Dois anos volvidos desde que a pandemia mudou para sempre a forma como trabalhamos, vivemos e aprendemos, é urgente trazer para a formação e para o desenvolvimento de competências novos ingredientes high tech, tais como tecnologias e ferramentas, realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial. Mas esta nova receita com que se cozinha o futuro do learning & development também deverá ser high touch e high value, garantindo novas formas de envolver as emoções e de humanizar a experiência formativa através de novos modelos de conexão e colaboração humana, que não se limitem a formar pessoas, mas a desafiar o seu mindset, a sua forma de aprender e trabalhar, transformando-as para que sejam capazes de alcançar um nível superior de ousadia, performance e competitividade.