A APESPE-RH (Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos) e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) divulgaram os dados dos Barómetros do Trabalho Temporário relativos aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2023.
As conclusões revelaram um decréscimo nas colocações de trabalho temporário no primeiro trimestre de 2023 face ao mesmo período de 2022, com diminuição de menos 217 pessoas em janeiro, 926 pessoas em fevereiro e 767 pessoas em março.
O índice do Trabalho Temporário, que tinha estabilizado desde novembro de 2022, voltou a diminuir gradualmente desde o início do ano, fixando-se em 0,99 em janeiro, 0,97 em fevereiro e 0,98 em março – ambos os valores inferiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.
“Este trimestre está a marcar um início de ano menos positivo, com uma diminuição das colocações no setor de Trabalho Temporário. Há vários fatores que podem ajudar a explicar estes valores, nomeadamente a atual situação económica, que com o aumento da inflação e custos de vida pode também estar a afetar as empresas utilizadoras de trabalho temporário. Por outro lado, com a perspetiva da entrada em vigor da nova legislação do trabalho, que aconteceu a 1 de maio, é possível que algumas empresas utilizadoras tenham começado a agir de forma mais ponderada logo desde o início do ano”, explica Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).
Quanto à caracterização dos trabalhadores temporários, os dados mostram uma ligeira diminuição na contratação do género feminino em janeiro (45,2%), em relação aos 45,3% em fevereiro e março. Relativamente à idade, cerca de 27% a 28% dos colocados têm acima de 40 anos, e o ensino básico é o nível de escolaridade que se mantém predominante nas colocações efetuadas.
As empresas de “fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam a liderar a tabela no primeiro trimestre de 2023 (13% a 14%). Seguem-se as de “fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” (7% a 8%) e as de “atividades de serviços de apoio prestados às empresas” (6% a 8%).