Por: Ana Rita Justo
A Ecopac nasceu em 2017 pela mão de dois amigos que vislumbraram ao longe que o incontornável movimento ecológico iria chegar à restauração. Ao fornecer soluções de embalagens alimentares amigas do ambiente, a Ecopac cria o seu caminho no mundo dos negócios sustentáveis.
Da consciencialização ambiental à prática, o passo nem sempre é tão rápido, mas há já quem veja nestes negócios sustentáveis uma forma de ganhar a vida e promover boas práticas na preservação do meio ambiente. É o caso da Ecopac, empresa portuguesa criada pelos amigos Fábio Matos Cruz, 31 anos, e Hélder Silva, 34 anos, que pretende oferecer uma solução mais sustentável no embalamento da indústria alimentar.
Corria o ano de 2017 quando Fábio e Hélder foram desafiados por um cliente que sugeriu a disponibilização de embalagens ecológicas na restauração.
“Começámos a sondar os clientes e sentimos que o mercado ainda estava aquém das necessidades do setor. O aparecimento de plataformas de delivery e o aumento da consciencialização das pessoas em relação ao impacto do plástico no meio ambiente foram determinantes na decisão de criar a Ecopac”, revela Fábio Matos Cruz, em conversa com a PME Magazine.
Através de papel e cartão e de materiais compostáveis, como a cana de açúcar e o amido de milho, a Ecopac consegue disponibilizar as suas embalagens alimentares ecológicas. Estas embalagens são fabricadas em parceria com fábricas em Espanha e na Alemanha, mas a ideia é que no futuro a marca consiga ter “produção 100% nacional, o que vai impactar positivamente a pegada ecológica dos produtos”.
Desde recipientes para alimentos sólidos, a copos de gelado, para líquidos, sacos de papel, entre outros, são várias as opções disponíveis.
Foco no cliente saudável
Por associação ou não, a Ecopac tem encontrado na restauração saudável “maior abertura” ao packaging que a marca oferece. Contudo, há já outras áreas da restauração à procurar deste tipo de soluções, adianta Fábio, bem como outros setores de atividade.
“No início do ano [2019], fechámos uma parceria com uma fábrica, que nos possibilitou expandir para além da restauração e, hoje, desenvolvemos packaging para outros setores, como produção alimentar e moda”, acrescenta.
No entanto, embalagens ecológicas ainda são sinónimo de custos acrescidos, em Portugal são vistas como “um artigo premium”, razão pela qual nem sempre é fácil vender o conceito, ainda que já haja uma pressão para este movimento acontecer.
“Embora o preço ainda seja o ponto principal de resistência, o consumidor português está cada vez mais exigente e acaba por forçar essa transição”, lembra Fábio Matos Cruz, salientando que as empresas que apostam nestes produtos “reforçam a credibilidade junto do consumidor e, consequentemente, têm mais vendas”.
“A pressão dos consumidores e a regulamentação europeia cada vez mais exigente em relação aos descartáveis tornam a decisão quase inevitável.”
A Ecopac cresce a cada dia e espera, num futuro muito próximo, ter produção 100% portuguesa, bem como aumentar a equipa com um gestor de redes sociais que potencie uma melhor perceção da marca. A proximidade continuará a ser apanágio do negócio.
“Temos uma abordagem muito friendly e informal e isso faz com que o cliente se sinta confortável em trabalhar connosco.”