Por: Ana Vieira
Às 13h24, desta segunda-feira, a zona de Lisboa foi afetada por um sismo de magnitude 4.6, com epicentro localizado na área do Seixal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Segundos depois, as redes sociais sinalizavam o abano com a partilha imediata de relatos, imagens e vídeos do momento. O website do IPMA ficou indisponível, retomando apenas minutos mais tarde.
Até ao momento, não há registo de pessoas feridas ou danos em estruturas.
E na sua organização, em caso de sismo, sabe como deve proceder? Para onde ir, a quem recorrer ou quais os locais mais seguros?
Preparação e estratégia para uma catrástrofe
Informar-se sobre o risco sísmico da zona onde vive ou trabalha, elaborar um plano de emergência, combinar um ponto de encontro e organizar um kit de emergência são passos importantes que devem ser feitos, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Numa empresa ou organização, a “preparação e o planeamento da resposta a cenários de emergência reveste-se de grande importância em virtude da sua ocorrência poder potenciar a perda de vidas humanas, danos materiais”, lê-se no guia Segurança e Saúde do Trabalho, Guia para micro, pequenas e médias empresas, da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Como principais obrigações do empregador estão o planeamento e organização da resposta à emergência de forma estruturada e articulada entre todos os intervenientes, a disponibilização e gestão de recursos necessários para a organização da emergência, sejam recursos humanos como materiais, garantir a planificação, implementação e validação de planos de emergência assim como garantir o cumprimento da legislação aplicável no âmbito da organização e gestão da emergência.
Boas práticas do empregador
O empregador, de acordo com a ACT, deve implementar um conjunto de medidas preventivas e de boas práticas para prevenir os efeitos nocivos sobre a segurança e a saúde que um evento sísmico, ou outro, pode provocar.
Entre as medidas estão a avaliação periódica dos riscos profissionais, garantir o cumprimento da legislação aplicável no âmbito da organização e gestão da emergência, assim como atribuir responsabilidades, organizar as possíveis respostas e elaborar um plano de emergência interno, um plano de atuação e, por fim, um plano de evacuação.
Boas práticas gerais em caso de sismo
Para situações gerais, mais comuns, o IPMA estabelece comportamentos que se devem adotar.
Se está no interior de um edifício, o IPMA recomenda que, perto de pequenos objetos que possam cair, deve proteger-se debaixo de algo forte, como uma mesa, proteger a cabeça enrolando os braços à volta da cabeça, ou melhor, usando uma almofada, uma manta dobrada, um livro largo, revistas ou até jornais.
Nestes momentos, refere o IPMA, não há muito tempo para decidir ou para procurar algo melhor pelo que a urgência consiste em proteger a cabeça de forma improvisada, mas eficaz.
Contudo, se há móveis grandes a cair e há perigo real de desmoronamento do edifício, então é mais importante ficar ao lado de grandes objetos que não possam cair, enrolanso-se ao lado deles, não debaixo e sempre com a cabeça protegida.
Perto de vidros é sempre perigoso, assim como de portas. E porque não deve fugir? Durante um sismo há imensos objetos a caírem, incluindo vidros partidos. Correr através desses detritos caídos ou em queda é a garantia de se vir a magoar, explica o IPMA.
Dentro de um edifício não deve usar o elevador, pois qualquer deformação na caixa do elevador poderá bloqueá-lo. Mas as escadas também não são a solução, pois podem estar mais danificadas que a generalidade do resto do edifício.
Se trabalha ou se encontra no exterior, caso seja um espaço amplo e livre aí deverá permanecer. Se está perto de zonas com declive deve afastar-se para zonas mais planas pois há perigo de deslizamentos de terras e rochas. Deve também afastar-se de zonas de água ou estruturas como edifícios, torres de antenas, postes elétricos, candeeiros de iluminação pública ou cabos de eletricidade.
Se no momento estiver a conduzir, deve parar no lugar mais seguro possível, de preferência numa área aberta, afastada de edifícios, muros, taludes, torres ou postes. Se está num parque de estacionamento coberto ou similar com possibilidade real de haver desmoronamentos então é mais seguro ficar deitado enrolado junto ao automóvel.