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Perspetivas residenciais futuras
Desiquilíbrio impulsiona o aumento dos valores de venda (Foto: Pexels)

Estudo de mercado aponta para boas perspetivas residenciais futuras

A oferta está aquém da procura, com o número de casas vendidas na última década a ficar 40% abaixo do período homólogo. Este desequilíbrio impulsionou o aumento dos valores de venda, crescendo em 25% nos últimos anos, apontando para boas perspetivas residenciais futuras.

O estudo da JLL é uma espécie de guia aprofundado dos principais indicadores estatísticos na área de habitação e demografia, apresentando uma análise minuciosa para as regiões de Lisboa, Porto e Algarve onde se conclui que a oferta habitacional estagnou na última década, apresentando um aumento residual de apenas 1% (de 5,88 para 5,96 milhões de casas) entre 2012 e 2021. Cerca de um terço deste stock tem menos de 20 anos, com uma necessidade de reabilitação evidente. Se em 2012, a presença da procura estrangeira não era suficiente, nem chegando aos 5% dos fogos vendidos, em 2020, a JLL estima que a quota tenha duplicado e se aproxime dos 11%.

Segundo os dados, nos últimos 30 anos, a par do envelhecimento da população, estima-se que a percentagem de população com mais de 80 anos tenha mais que duplicado entre 1991 e 2021. Ao mesmo tempo que os agregados aumentaram, a sua dimensão tem vindo a diminuir. As famílias monoparentais duplicaram, representando 12% em 2021, enquanto os agregados de uma só pessoa aumentaram de 13% para 21% entre 1991 e 2021.

Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, sublinha: “Estas dinâmicas exigem, assim, uma adaptação do produto residencial à realidade das novas famílias e dos novos compradores. Existe um potencial de desenvolvimento do setor, quer por meio da renovação e reabilitação do stock existente, quer através de novos projetos, de modo a alinhar as expectativas e os requisitos da procura e diminuir a pressão sobre os preços.”

Já Patrícia Barão, Head of Residential da JLL, afirma: “A pandemia colocou a casa no centro da nossa vida e enfatizou a canalização de investimento para o mercado residencial. Os preços mantiveram-se muito resilientes e embora haja uma desaceleração do seu crescimento, bons projetos em localizações estratégicas continuam a ser muito atrativos quer para o mercado doméstico, quer para o internacional. A quota internacional da JLL é de 40% e nos projetos da JLL o ritmo e valores de venda tem sido bastante positivo mesmo no contexto pandémico. A diversificação e o aumento da oferta de modo a abranger um leque mais diversificado de compradores e produtos é uma grande oportunidade, pelo que antevemos que este segmento continue a ter um desempenho muito positivo no futuro.”

Living Destination é uma iniciativa da JLL, em que se enfatiza a solidez dos fundamentos do mercado, isto é, a escassez estrutural de casas, o elevado e diversificado volume de procura e o desequilíbrio entre a oferta e a procura e o seu potencial desenvolvimento.