Home / MERCADO / ECONOMIA / Exportações de azeite em volume sobem 36%, mas consumo interno cai
Azeite
Houve um aumento de 36% em volume e 57% em valor das exportações portuguesas de azeite entre janeiro e outubro de 2022, mas verificou-se o recuo das vendas internas em 14% face a 2021 (Fonte: Pexels)

Exportações de azeite em volume sobem 36%, mas consumo interno cai

Por: Marta Godinho

2021 foi o ano de maior produção de azeite em Portugal “sendo natural que uma parte significativa dessa produção viesse a ser exportada ao longo de 2022”, segundo a Casa do Azeite, uma associação patronal de direito privado que representa a quase totalidade das associações de azeite de marca embalado em Portugal. Estes números estão alinhados com as projeções do setor.

Houve um aumento de 36% em volume e 57% em valor das exportações portuguesas de azeite entre janeiro e outubro deste ano, mas verificou-se o recuo das vendas internas em 14% face ao ano passado, segundo estatísticas da Casa do Azeite.

Os maiores aumentos destacam-se no mercado italiano (+84%) e no espanhol (+55%) quanto à exportação de azeite a granel. O Brasil continua a ser o principal mercado de azeite embalado com as exportações a crescer 6,5% face à mesma altura em 2021.

Relativamente a 2021, as vendas de azeite em Portugal desceram 14%, de acordo com a Casa do Azeite. Como verificado no sítio do Dinheiro Vivo, Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite justificou esta quebra devido “não só porque o preço do azeite tem aumentado muito significativamente, mas também pelo efeito da inflação, com a consequente diminuição do poder de compra das famílias”.

Já ultrapassando os 50% face a 2021, os aumentos do preço do azeite na origem somam-se ao aumento nos custos de operação, nos materiais e embalagens, levando as famílias a ficar com o menor rendimento. Isto faz com que não seja possível manter o preço do azeite. A quebra no consumo é já “percetível e deverá manter-se em 2023”.

“Estima-se que a produção nacional possa sofrer uma quebra de 30%-40% em relação à campanha anterior. Em algumas regiões de olival tradicional, essas quebras podem mesmo atingir os 50%” e que a quebra na produção se deve ao facto de esta apresentar uma “campanha de contrassafra”, mas também à seca, reforça Mariana Matos.

“Os preços do azeite na origem estão ao nível mais alto de sempre e já se verifica uma quebra significativa no consumo de azeite. Espera-se que não se verifiquem novos aumentos significativos, mas os preços deverão continuar a um nível bastante elevado”, antecipou a secretária-geral da Casa do Azeite.

O preço do azeite não deverá ter “aumentos significativos em 2023”, depois de ter atingido um recorde na origem este ano, mas o consumo vai baixar devido à inflação que continua a atacar o orçamento das famílias portuguesas, estimou a Casa do Azeite.