Por: Rodolfo Luís Pereira, Enterprise Solutions Director na Noesis
Já o sabemos, já o vivemos, todos falam do “novo normal”. Novos tempos e novos hábitos, mais ou menos forçados, novas dinâmicas de interação, mais ou menos exigidas e exigíveis no dia a dia.
Com a pandemia da covid-19, tivemos a oportunidade de assistir, ao longo do último ano, a uma situação mundialmente crítica sem precedentes. A grande maioria dos governos, com o intuito de abrandar ou evitar a propagação do novo vírus, implementou duras medidas de confinamento, o que levou a uma transformação radical, não só no mundo empresarial como também em todos os ramos da sociedade – os especialistas gostam de lhe chamar o “Novo Normal”.
Em pouco mais de seis meses, o mundo mudou. Hábitos do dia a dia e hábitos laborais, que considerávamos como adquiridos, tornaram-se obsoletos, obrigando-nos a adaptar a novas ferramentas, técnicas e métodos totalmente disruptivos. O digital passou a fazer parte da nossa família, no sentido em que tudo aquilo a que estávamos habituados transferiu-se para o online, desde as compras do mês ao cinema ou à compra de um livro.
A verdade é que no “pós-pandemia” nada vai ser como antes. Passámos de uma realidade de capacidade instalada, para capacidade total, nas empresas, onde o teletrabalho é uma necessidade e uma tendência, que veio para ficar. Este mesmo teletrabalho, por sua vez, amplificou o conceito de mobilidade dos colaboradores, transformando radicalmente o contexto e a cultura de muitas organizações. Neste sentido, é fundamental reinventarmos a forma como comunicamos, como trabalhamos e como partilhamos conteúdos.
A democratização de tecnologias como o 5G e o WIFI-6 irá potenciar ainda mais a troca e a experiência de conteúdos em plataformas colaborativas. Conceitos como hologramas, telepresença, ambientes de realidade aumentada e a sua capacidade de interagir com humanos, cada vez mais cibernéticos, certamente marcarão os próximos anos. Assim, as organizações, especialmente aquelas que se focam no desenvolvimento e comercialização de serviços, têm de abandonar, sem qualquer tipo de receio, as formas tradicionais de abordar os seus clientes, fornecedores e colaboradores, ou serão ultrapassadas no mercado.
Portanto, é fulcral que os gestores adotem um pensamento inovador, disruptivo e fora da caixa no que à identidade cultural da organização diz respeito. É lógico que a adoção de uma identidade cultural deste tipo apresenta riscos, mas um risco maior será perder talento e clientes e/ou não ser competitivo e atraente para ambos no futuro.
Desta forma, entendemos que ter real mobilidade nas funções laborais que desempenhamos, nos dias de hoje, pode-nos tornar mais produtivos e ligados. Ter a possibilidade de fazermos uma formação importante tendo em conta as nossas competências, enquanto vamos às compras ou vamos buscar os nossos filhos à escola, é uma oportunidade nunca antes vista. É fundamental sermos felizes, mas ao mesmo tempo sermos eficazes numa irreversível revolução virtual do local de trabalho.