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Tomás Hencel, Duda Perdigão, Daniela Alves e Iraman Carlier, Pequeno Café e Bistrô (Fonte Divulgação)

Negócios com Alma: Iraman Carlier, Pequeno Café e Bistrô

Em parceria com DIG-IN

Iraman Carlier é a cozinheira, produtora cultural de formação, do Pequeno Café e Bistrô, restaurante de comida de bairro, afeto e local, com especialidades veganas e biológicas.

Com 41 anos, e natural do Brasil, Iraman Carlier aprofundou os conhecimentos culinários quando morou sete anos na capital francesa. 

Por cá, o Pequeno Café e Bistrô tem dois espaços: Príncipe Real e Mercado de Arroios, em Lisboa.

 

Como nasceu o primeiro Pequeno Café e Bistrô (Mercado de Arroios)?
Iraman Carlier (I. C.) – O Pequeno nasceu de um sonho, de uma ideia nutrida e trabalhada por muitos anos e que abriu em março de 2020, no Mercado de Arroios, Lisboa. Começou com a Duda e o Tomás, que se conheceram no Brasil, participando de um projeto lindo de uma feira itinerante que aproximava produtores e consumidores. Cinco anos depois lá estavam eles do outro lado do oceano para inaugurar o Pequeno de Arroios.

Foram apenas quatro dias antes do primeiro confinamento. Com muita vontade de crescer e fazer desse negócio uma espécie de segunda casa para o nosso público, foram feitas todas as adaptações possíveis: três meses em regime takeaway, pequenas mudanças na ementa, menos mesas e mais distância entre elas, máscaras, mudanças exigidas pela legislação, muita garra, muita calma e jogo de cintura. Com o passar do tempo conseguiu-se criar um ambiente acolhedor, um pequeno refúgio. Depois chegamos Dani e eu, formando assim o time completo. Somos um café e restaurante de bairro, trazemos a Arroios uma comida caseira, local, sazonal, biológica e vegana.


 E o segundo Pequeno Café e Bistrô (Príncipe Real)?
I. C. – O nosso Pequeno do Príncipe Real surgiu com a nossa vontade de ver a casa crescer. Criar nesse local um pouco do que construímos em Arroios: um lugar de convívio, boa comida, bom serviço, um lugar onde os clientes vão sempre se sentir bem recebidos, um pedacinho da nossa casa – e deles também. Com a possibilidade de expandirmos para um espaço maior, vimos também a oportunidade de fomentar essa conscientização alimentar e pessoal. Produzimos a maior parte dos produtos que vendemos, passamos longe dos ultraprocessados e olhamos cada vez com mais atenção ao que consumimos – como pessoas e empresas. Somos conscientes e diversos, recebemos com um sorriso e abraçamos todos os públicos. Queremos construir um lugar seguro para todos, aonde o acolhimento seja o principal.


Desde a abertura do primeiro espaço até ao segundo, o que aprenderam?
I. C. – O processo de aprendizagem é constante e contínuo, especialmente porque estamos sempre querendo melhorar nossas relações humanas e nossas relações com o meio em que vivemos.


E o que diferencia os dois espaços?
I. C. – O menus semanais são diferentes e os horários de funcionamento também, sendo que no Príncipe Real estamos abertos também para o jantar alguns dias da semana.

Mas apesar de algumas diferenças nós gostamos mais de focar nas semelhanças entre eles. Apesar de serem localizados em bairros bastante diferentes entre si, gostamos da ideia de que conseguimos construir em ambos os restaurantes a mesma alma e uma energia circulante que nos permite criar laços humanos e firmar uma pequena comunidade.


Como definem o conceito dos restaurantes?
I. C. – No Pequeno, fazemos tudo do nosso jeitinho e não gostamos de seguir moldes já criados. Podem esperar uma comida vegana criativa, mas com gostinho de comida caseira. Tudo feito de raíz por muitas mãos, e com influências dos quatro cantos do mundo por onde já passámos. Na nossa casa vai ter sempre um atendimento amigável e informal, sorrisos e abraços. Um restaurante feito por pessoas, para pessoas; tudo muito humano, pessoal e sincero.


Quais as principais características dos seus estabelecimentos? O que os destaca dos restantes?
I. C. – Antes de sócios, éramos amigos, e construímos juntos um restaurante que é a soma de vários pedacinhos de cada um de nós. É um negócio, mas é também nosso passion project e os valores que levamos ao Pequeno são os que carregamos connosco no nosso dia a dia. Talvez o principal seja o respeito; entre nós, nossos colaboradores, clientes e parceiros, com os insumos com os quais trabalhamos e com o ambiente. Sempre com muito respeito, sinceridade, empatia e atendimento atencioso, queríamos criar um espaço que fosse ao mesmo tempo a extensão da nossa casa e da dos nossos clientes.


Qual foi o momento mais marcante, até agora?
I. C. – Diria que foram as aberturas de ambos os estabelecimentos.
O primeiro com todas as dificuldades que envolvem o desenvolvimento de um restaurante: obras, burocracia, conquista dos clientes, trabalho árduo e junte-se a isso uma pandemia mundial, que foi um período de grandes incertezas para todos.
Já com o segundo tivemos outro tipo de experiência, tínhamos passado por algumas dificuldades e aprendizados, mas foi, e é ainda, muito marcante nos colocar novamente nesse lugar de recomeço. De abraçar a missão que é construir um lugar novo, dar nossa cara e nosso jeito a ele, tentando equilibrar os olhares entre o novo espaço e o mais antigo. É como a chegada de um filho novo, realmente.


Sendo o Pequeno um espaço sustentável, que práticas destacam do vosso dia-a-dia no restaurante?
I. C. – Nós prezamos muito pela nossa comunidade do Pequeno e com isso buscamos cada vez mais a relação mais próxima possível com todos os nossos fornecedores – dessa forma a gente investe nas nossas relações humanas e diretas, diminuindo assim o uso de agentes intermediários para que todo esses insumos e materiais cheguem até nós.

Outra preocupação é também com o volume de embalagens que geramos – seja pela relação fornecedor/restaurante quanto na relação restaurante/cliente. É um exercício de equilíbrio entre a quantidade dos pedidos, a perecibilidade dos alimentos e o nosso (pequeno espaço de) estoque.

Já com os nossos clientes é baseado mais uma vez nas nossas relações estabelecidas, quem já é da casa sabe que nós adoramos montar os pratos e bebidas take away nos potes, copos e garrafas que nossos clientes trazem de consigo.

O cuidado na escolha e procedência dos produtos que limpam e fazem a manutenção dos nossos espaços é uma diretriz no Pequeno, ou seja, fazemos o básico bem feito. Usamos em nossos restaurantes sabão líquido para mãos e loiça ecológicos, vinagre e álcool para limpeza, separamos o lixo como se deve e produzimos uma taxa baixíssima de desperdício alimentar.


Como desenvolvem os vossos menus sazonais?
I. C. – Nós quatro somos todos envolvidos no desenvolvimento dos menus. Compartilhamos inspirações e ideias entre nós e nos apoiamos muito em nossas parcerias de alta qualidade, produtores biológicos de pequeno porte, que ao longo desses quatro anos foram estabelecidas e das quais prezamos muito. É uma bela possibilidade de perceber junto com eles o que de melhor a natureza dá em cada época e em cada estação.


Quais as “almas” por trás do negócio?
I. C. – Trabalhamos, sempre que possível, com fornecedores locais, alimentos biológicos, prezando pelo contacto direto com o produtor. Acreditamos que as relações, acima de tudo, são pessoais e fazemos questão de conhecer todo o trajeto do nosso produto e as pessoas que fazem parte do seu processo. Desde a nossa linda loiça até o que servido nela. Nossa equipa maravilhosa e nossos clientes. Somos mais do que um restaurante, criamos uma pequena comunidade que olha para o seu consumo de forma consciente, que tem carinho em sua relação com a comida e forma, no seu todo, uma pequena rede de afetos.


Quem é a Iraman? E quem são os restantes sócios do Pequeno?
I. C. –
Eu adoro a correria da cozinha, a pressão do serviço. Apesar disso ou por causa disso, eu consigo me manter concentrada e calma. E eu gosto muito de trocar com os colegas, com os clientes, acho que consigo sempre trazer um sorriso amigo.

E o que falar dos meus companheiros de dia-a-dia? Aprendo com todos eles todos os dias e não toparia uma empreitada dessas com outras pessoas. Somos todos diferentes, mas respeitamos muito as visões uns dos outros e entendemos que todos têm a contribuir e é isso que faz o Pequeno. A gente trabalha mas também se diverte!

O Tomás é o eslovaco com a alma mais carioca que existe. Já viveu na França, na Indonésia e no Brasil. Ele é carismático, caloroso, ágil e focado.

A Duda tem um olhar sorridente que só quem conhece sabe. É dessas que trabalha super bem sob pressão, é uma alquimista de sabores, tem o pensamento rápido e sempre surge com a boa solução de última hora.

A Dani tem a voz calma e doce, tem um olhar atento aos detalhes, uma dedicação incansável e tem muitos conhecimentos da macrobiótica e de terapias orientais que generosamente compartilha connosco, nos permitindo dessa forma ter um cuidado ainda maior com a nutrição proporcionada aos nossos clientes.


Que conselho dariam a quem está para abrir um restaurante?
I. C. – Que a restauração é um negócio que gira em torno da comida, mas muito também em torno das pessoas. Uma boa equipa, boas relações com os fornecedores e com os clientes é fundamental.


O que gostavam de dizer a quem ainda não conhece nenhum dos “Pequenos”?
I. C. – Que venham! Que esperamos recebê-los com sorrisos e com comidinhas que nutrem o corpo e aquecem a alma! Seja para um café com bolinho, uma refeição completa ou apenas um copo da nossa kombucha caseira, será um prazer tê-los connosco.


Se fizessem uma review dos espaços, na DIG-IN, o que escreveriam?
I. C. – Localizado em dois pontos privilegiados de Lisboa, o restaurante vegano Pequeno Café e Bistrô se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade e a valorização de pequenos produtores locais. A cada semana, o cardápio é renovado para refletir o melhor da estação, garantindo frescor e sabor. Desde as entradas até as sobremesas, cada prato é uma celebração dos ingredientes da época. O ambiente acolhedor do restaurante é um convite para uma experiência gastronômica consciente. E a decoração harmoniza com a filosofia da casa. Com atendimento atencioso e personalizado, a equipa está sempre disposta a compartilhar informações sobre a origem dos ingredientes e as técnicas de preparo. Para quem busca uma refeição vegana que respeita o meio ambiente e apoia a produção local, Pequeno Café e Bistrô é, sem dúvida, uma escolha imperdível.

 

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