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Conversa com Gustavo Barreto, membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal (Foto: João Filipe Aguiar Photography)
Conversa com Gustavo Barreto, membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal (Foto: João Filipe Aguiar Photography)

“O grande desafio para as PME é evoluir na vertente da inovação” – Gustavo Barreto

Por: João Carreira

Cibersegurança, transformação digital, inovação e preocupação com o bem-estar, no que toca às ofertas para as empresas, são os grandes desafios que se colocam no setor dos seguros.

Em conversa com Gustavo Barreto, membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal, fomos perceber a importância de um eficaz seguro para a sobrevivência das empresas, no que toca não só ao bem-estar dos colaboradores, como também relativamente às mais recentes ameaças cibernéticas e qual a melhor forma de integrar a transformação digital na cultura organizacional das mesmas.

Veja o vídeo da entrevista com o membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal, Gustavo Barreto:

PME Magazine (PME Mag.) – Gostaríamos de começar por perguntar de que forma é que a transformação digital tem impactado o setor segurador?

Gustavo Barreto (G. B.) – Acho que a transformação acabou por impactar todos os setores de atividade, na medida em que os clientes, cada vez mais, fazem uma procura digital quer seja de viagens, quer seja no seu dia a dia, ou mesmo na componente dos serviços financeiros. Naturalmente, todos os atores tiveram que se ajustar tanto no meio digital, como no meio físico. Nós acreditamos muito que é esta presença “phygital”, como nós costumamos dizer, que faz a diferença, porque nalguns casos temos clientes que pretendem fazer a sua compra 100% online. E há a necessidade, também, das próprias empresas, no caso do setor empresarial, de fazerem essa mudança. E aí, o que é que nós vemos em Portugal? Vemos que ainda há poucas PME a terem negócio e-commerce, no entanto, já têm uma presença digital cada vez mais marcante. Depois, uma outra vertente que também é fundamental nas empresas é o seu posicionamento ao nível daquilo que é o capital humano. Por exemplo, as pessoas dizem que para entrar numa empresa, a primeira pergunta que fazem é se é possível trabalhar de uma forma híbrida, trabalhar uma parte em casa e outra no escritório. No caso do Grupo Ageas Portugal, já tínhamos tomado essa decisão antes da própria pandemia que veio, naturalmente, acelerar esta transformação digital e isto é algo não só para a captação de talento, mas também para a sua retenção. As empresas têm que se ajustar a esta realidade. Por outro lado, a importância de estarmos presentes naquilo que é o cliente final e dar essa possibilidade de conveniência, porque nós queremos estar onde o cliente está. Pode estar na internet, mas também estar com atendimento personalizado e, muitas vezes, essa presença é determinante que aconteça também ao nível dos nossos parceiros de negócio que podem trabalhar diretamente em atendimento presencial ou fazer venda consultiva remota. Portanto, todos os desenvolvimentos que pretendemos fazer têm sido transversais ao setor. É importante dotar ferramentas para que os nossos parceiros de negócio estejam presentes na sua loja, a atender presencialmente os clientes, mas, também, possam estar a acompanhar o seu negócio digital e a promovermos essa vertente. Diria que vai haver um incremento claro no negócio digital. Vemos isso na nossa situação, já cerca de trinta e cinco milhões de euros da nossa faturação é proveniente do negócio puramente digital. Temos de estar preparados e creio que o estamos.

PME Mag. – Considera que as PME portuguesas estão consciencializadas para a inovação que a atualidade exige?

G. B. – Sim, diria que estão e devem estar cada vez mais. Não só numa perspetiva de diferenciação da sua proposta de valor, para se diferenciarem e, nesse ponto, a componente de inovação é determinante, como também podem utilizar a inovação para serem mais eficientes. Nesta perspetiva, diria que o grande desafio para as PME é evoluir nesta vertente da inovação para conseguirem chegar a mais clientes, para oferecer outro tipo de soluções e trazerem conveniência para aquilo que são as necessidades cada vez mais prementes dos mesmos. Na componente digital, vemos as PME portuguesas mais ou menos no meio da tabela daquilo que é o posicionamento no mercado europeu, um pouco, se calhar, naquilo que é o e-commerce puro, mas, se calhar numa presença mais digital também alavancada pelo posicionamento do próprio consumidor português e, também, do consumidor europeu.

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