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2022
As empresas tiveram de arregaçar as mangas e lutar pelo seu crescimento e evolução (Foto: Pexels)

O que dizem os líderes sobre 2022?

Depois de um ano cheio em desafios, as empresas tiveram de arregaçar as mangas e lutar pelo seu crescimento e evolução. O que podem as empresas esperar de 2022? Foi esta a pergunta feita a algumas organizações, de modo a conhecer os seus objetivos futuros, perspetivas e visões. Incerteza, transformação digital, reinvenção, adaptação, flexibilidade e persistência, foram algumas das palavras dos líderes entrevistados, utilizadas para descrever as perspetivas do ano de 2022. Aqui ficam as respostas.

 

Josep María Raventós, country manager da Sage Portugal:

Em 2022, as empresas devem esperar, sobretudo, uma retoma em pleno do trabalho com a máxima eficiência, produtividade e rentabilidade, para enfrentarem futuros desafios. Tal só será possível se caminharem em direção à sua digitalização, de forma a evoluírem e serem cada vez mais competitivas no mercado. Na Sage conseguimos ajudá-las em pleno pois, além de entregarmos a tecnologia e as soluções mais avançadas, colocamo-nos no lugar do cliente, compreendemos as suas necessidades e, assim, ajudamo-lo a prever a realidade futura, principalmente em contextos de adversidade, e sempre auxiliados com um ecossistema de parceiros de excelência.

Paulo Veiga

Paulo Veiga, CEO e fundador do Grupo EAD:

O que as empresas podem esperar no próximo ano é a continuação da incerteza. Vivemos tempos ao sabor de uma nova vaga ou mutação viral. Se alguém nos tivesse dito, em dezembro 2019, que este seria o cenário atual, poderia ter sido internado para avaliação psicológica. Chegados a mais um ano e, como sempre, com esperanças renovadas, precisamos de manter a agilidade para reinventarmos a gestão das nossas empresas. Planeamentos de pouco valem face a todas as ameaças. Por outro lado, também não podemos perder o foco, a visão e, acima de tudo, a nossa missão. Portanto, perante um cenário destes, só há uma palavra para as empresas: prudência. Certo é que as empresas que passaram com alguma elegância por 2020 e 2021, as que tiveram capacidade de se reinventar e adaptar, estão, hoje, mais preparadas para o que aí vem. No entanto, importantes investimentos, redefinição de atividades, aumentos salariais, gestão de clientes, tudo tem de ser decidido e gerido de acordo com uma comprovada garantia de êxito. Para isso, é preciso criar todos os tipos de cenários económicos e de mercado e testar, testar, testar. 

Beltrão Coelho

Ana Cantinho, diretora-geral da Beltrão Coelho:

Já todos nós percebemos que a pandemia está longe de acabar, por isso, além do trabalho em sistema híbrido, que continuará a ser uma tendência em 2022, o caminho a percorrer passa, sem dúvida, por continuar a apostar nos meios digitais. O ser humano adaptou-se a esta nova realidade e descobrimos novas formas de trabalhar, algumas até mais eficientes do que as anteriores. Com persistência e resiliência conseguimos ir mais além e são essas forças que me fazem acreditar que, no ano vindouro, as empresas poderão concretizar os seus planos de recuperação e perspetivar um crescimento económico. 

Ricardo Correia

Ricardo Correia, representante da Xulamask em Portugal:

No geral as empresas continuarão a tentar recuperar do largo período em que estiveram sem atividade, ou com atividade muito limitada, em consequência da pandemia, que infelizmente ainda nos causa enormes constrangimentos no desenvolvimento económico das empresas e do país. No caso particular da Xulamask, continuaremos a apostar na divulgação da marca e do nosso produto, de forma a chegarmos a cada vez mais pessoas. Para lá das reconhecidas vantagens para a comunidade surda e para as crianças com necessidades educativas especiais, a nossa máscara permite que todos possam estar protegidos, sem o desconforto que a maioria das máscaras causa na sua utilização. Para atingirmos este objetivo, contamos com a preciosa colaboração da nossa parceira Media em Movimento. 

luis bravo 2022

Luís Bravo, CEO da Papiro: 

2022 continuará a trazer a pergunta se será este ou não o ano da transformação digital. Passaremos a usar de forma massiva as assinaturas digitais? Será este o ano em que os serviços do Estado crescerão de forma ágil e rápida na resolução dos temas do dia-a-dia dos cidadãos?  Entraremos no mundo da hiper-automação com sistemas cada vez mais ágeis e uma gestão global de API? O ano de 2022 será um ano de oportunidade para todos refletirem sobre se estavam ou não preparados para as reviravoltas repentinas que um fator surpresa nos trouxe, como foi a Covid-19. 

Elsa Veloso

Elsa Veloso, fundadora e CEO da DPO Consulting: 

Faço votos de que, em 2022, haja um elevado incremento na tomada de consciência dos temas ligados à privacidade e proteção de dados, sobretudo pelo Estado. Passados seis anos após a aprovação do RGPD, ainda assistimos a casos como o “Russiagate”, a divulgação excessiva de dados pessoais no portal BASE e à desconformidade dos cookies nos sítios web dos organismos públicos, desrespeitando uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE). A conformidade das empresas passa também pela atuação do Estado português, a quem compete dar o exemplo, especialmente quando é o maior beneficiário da chamada bazuca europeia, que prevê, entre outras grandes medidas, um elevado financiamento para a transformação digital, a qual deve cumprir a legislação da privacidade. A minha perspetiva é que passem a ser contratados profissionais experientes na área, para que possam resolver as dúvidas relativas a esta matéria. 

Álvaro Fernandéz

Álvaro Fernández, diretor-geral Michael Page:

Com a quantidade de empresas a recrutar e a falta de profissionais qualificados, mais do que nunca, ouvimos as organizações dizer que não conseguem contratar. Os candidatos rejeitam as suas propostas, pois encontram-se em vários processos ou têm a possibilidade de ficar onde estão com uma contraproposta. As empresas deverão criar um projeto de valor atrativo. O investimento na gestão e captação de talento passou de secundário a indispensável. A proposta de valor das empresas tem de evoluir, considerando não só um bom salário e benefícios sociais, como muitos outros fatores. Temas como a flexibilidade, o trabalho remoto ou híbrido, o prestígio da marca, a transparência e compromisso com diversidade, inclusão e sustentabilidade estarão na ordem do dia.

José Oliveira 

José Oliveira, CEO da BI4ALL:

Com a pandemia, as empresas entenderam que a transformação digital é essencial para a sua competitividade, agilidade, flexibilidade e, muitas vezes até, para a sua sobrevivência num mercado instável e em que o comportamento do consumidor se alterou. Os canais de interação com o cliente aumentaram, os padrões de consumo mudaram e o consumidor tornou-se muito mais digital. Aliás, em 2022, uma das principais tendências será o foco na experiência ao cliente e uma maior aposta na análise de dados. As empresas manterão o foco na transformação digital e em tecnologias inovadoras para serem mais ágeis na tomada de decisão, a terem processos mais otimizados, a reduzirem custos e a conseguirem direcionar a sua oferta. 

André Mesquita

André Mesquita, managing director sales da GRENKE Renting:

A disrupção tecnológica já tinha começado muito antes da pandemia. A ritmos diferentes nos vários setores, é certo. Mas, tudo mudou a partir de 2020. Todas as empresas, ou a maior parte, tiveram de adaptar-se e adotar tecnologias mais emergentes para se manterem no caminho para o sucesso. Em 2022, e enquanto o cenário pandémico não mudar, esta tendência vai persistir. Os líderes de startups, PME, grandes organizações vão compreender que é necessário desenvolver, investir e incorporar novas tecnologias no seu negócio para ganharem vantagens competitivas. Só através da inovação é possível alcançarmos um mundo melhor, para as pessoas e para as empresas.

António Correia 

António Correia, administrador executivo da Chaviarte:

2020 foi um ano de enormes desafios, mas a Chaviarte conseguiu superá-los. Com a economia completamente estagnada, um comércio fragilizado e o medo social, a Chaviarte fez orgulhosamente parte do grupo de empresas portuguesas que conseguiu superar os desafios deixados pela chegada do vírus. É por isso que estamos tão esperançosos para 2022, tal como iniciámos 2021, pois agora temos a certeza que o setor dos produtos e sistemas de segurança faz parte do grupo que se mantém forte e resistente nas piores fases económicas. No próximo ano mantemos as nossas metas de crescimento, com as expectativas a rondar um aumento de 14% na faturação global. A par disso, vamos continuar a crescer em número de lojas, com novas aberturas já planeadas. 

Tiago Nobre

Tiago Reis Nobre, managing partner da Inventa: 

O ano de 2022 vai ser o ano da retomada da economia portuguesa. Estão previstos muitos apoios da UE para ajudar à recuperação económica abalada pela pandemia, inclusive temos conhecimento de que vão ser lançados, já no início do ano, novos fundos destinados à proteção e internacionalização de direitos de propriedade intelectual, aos quais qualquer PME portuguesa pode e deve formalizar a sua candidatura. Espera-se um primeiro trimestre agitado, fruto das eleições antecipadas em Portugal, mas deverá ser também um momento em que o Governo deve agir e apoiar fortemente a economia. Paralelamente, as empresas deverão focar-se no futuro, principalmente para quem aposta na exportação e internacionalização. Os empresários devem procurar todos os apoios que os ajudem a desenvolver negócios internacionais e investir em I & D, pois essas serão sempre as grandes chaves de sucesso de Portugal. 

Cipriano

Cipriano Sousa, chief technology officer da Farfetch:

2022 vai ser mais um ano desafiante do ponto de vista tecnológico. Aquilo que as empresas podem esperar de 2022 é uma exigência digital nunca antes vista e uma mudança de paradigma. Conceitos como blockchain, 5G, realidade virtual e aumentada e inteligência artificial já começam a ser abordados, contudo, no ano que se aproxima, vão começar a ter uma aplicação prática e vamos ver muitos negócios a adotar estas soluções com mestria e qualidade. Além disso, é preciso olhar com atenção para este metaverse e as suas consequências na abordagem ao e-commerce. As empresas devem encarar este mundo virtual como uma tela em branco e uma oportunidade para trazerem novas inovações para os clientes e se reinventarem.