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“Capacidade para transformar um mercado que sofria de muita ansiedade” – Daniela Simões
Por: Ana Vieira
A miio, startup portuguesa que propõe simplificar a mobilidade elétrica, está a operar, numa versão teste, em quatro novos países: Alemanha, Itália, Bélgica e Holanda, chegando a perto de 250 mil postos de carregamento.
“Com esta campanha, a miio quer proporcionar um verão sem fronteiras aos utilizadores destes países”, explica Daniela Simões, Co-fundadora e CEO da miio, em entrevista à PME Magazine.
Criada em 2019, a CEO da miio recorda a “capacidade para transformar um mercado que sofria de muita ansiedade por não saber como ou onde carregar, nem quanto iam pagar, passando a disponibilizar toda essa informação através de uma app”.
PME Magazine (PME Mag.) – Quando a miio surgiu em 2019, propunha-se a simplificar a mobilidade elétrica nacional e internacional. Quais eram as principais dificuldades na altura?
Daniela Simões (D. S.) – Quando a miio surgiu, o panorama da mobilidade elétrica em Portugal era completamente diferente daquele que existe atualmente. Na altura, o que a comunidade de utilizadores de veículos elétricos (VEs) sentia, é que não se percebia nada sobre este tema. Não percebiam onde se podia carregar, quanto é que ia custar um carregamento na via pública, ou porque é que um carregador era mais rápido que outro e o que, financeiramente, fazia mais sentido.
No fundo, a miio veio resolver esta complexidade no mercado e, como sempre foi muito próxima da comunidade e muito transparente, não foi muito difícil ganhar a confiança dos utilizadores: tinham as mesmas dores que nós, os fundadores – enquanto utilizadores de veículos elétricos – e queriam as mesmas soluções.
A miio teve a capacidade para transformar um mercado que sofria de muita ansiedade por não saber como ou onde carregar, nem quanto iam pagar, passando a disponibilizar toda essa informação através de uma app, além de outras funcionalidades e sugestões do que é melhor para cada veículo elétrico.
Fomos a primeira empresa a permitir que o utilizador pudesse calcular antecipadamente o custo de um carregamento, a primeira empresa a possibilitar o carregamento apenas com a utilização de um smartphone, a permitir que estrangeiros pudessem carregar no nosso país sem a necessidade de um contrato (carregamentos adhoc), uma funcionalidade bastante importante para turistas, e a classificar toda a rede nacional, para que se dê preferência a carregadores com melhor qualificação.
PME Mag. – Como funciona a miio?
D. S. – A nossa atuação no mercado da mobilidade elétrica tem duas vertentes distintas. Somos comercializadores de energia para a Mobilidade Elétrica (CEME), isto é, vendemos energia elétrica aos utilizadores de veículos elétricos.
Numa segunda vertente do nosso negócio, contamos com uma aplicação onde desenvolvemos um conjunto de funcionalidades pioneiras para os utilizadores de veículos elétricos (individuais e frotas), que permitem uma adoção simples, cómoda e transparente deste tipo de mobilidade mais amiga do ambiente.
PME Mag. – Em 2024, a miio tem mais de 270 mil utilizadores registados e é a primeira aplicação a permitir a simulação do custo do carregamento, consoante o veículo. Que funcionalidades estão a trabalhar num futuro próximo?
D. S. – Atualmente, contamos com uma comunidade de utilizadores de veículos elétricos, nos três países onde estamos presentes, superior a 300 mil utilizadores, e que representa cerca de 70% do mercado português de utilizadores de veículos elétricos e plug-in. Estamos em constante desenvolvimento, com o objetivo de continuar a trazer mais inovação ao mercado e, para tal, investimos continuamente em I&D e em parcerias com empresas do setor que, tal como nós, apostam em soluções inovadoras e pioneiras. Em breve daremos a conhecer as novidades que estão, neste momento, a ser trabalhadas.
PME Mag. – Presentes em Espanha e França, que resultados têm obtido nestes mercados?
D. S. – Foi em 2022 que demos os primeiros passos na internacionalização, com a entrada nos mercados espanhol e francês. São dois países com uma realidade de mobilidade elétrica muito diferente da portuguesa, em que, ao contrário do nosso país, o roaming não é obrigatório. Isto é algo que traz uma complexidade e desafio acrescido para a adoção da mobilidade elétrica, uma vez que o utilizador tem de recorrer a várias soluções de fornecedores distintos, que podem passar por obrigatoriedade de contratos, diversos cartões e muita complexidade.
O nosso objetivo, com a entrada nesses países, foi o de levar a simplicidade e praticidade das nossas soluções aos utilizadores de VEs. Os resultados, até ao momento, são positivos, mas sabemos que ainda temos um longo percurso por trilhar até conseguirmos uma adoção semelhante à da realidade portuguesa.
PME Mag. – Desde junho que a miio está disponível em mais quatro países (Alemanha, Itália, Bélgica e Holanda), abrangendo perto de 250 mil postos, a título experimental. Que números esperam obter para a presença da miio se tornar permanente nestes países?
D. S. – Com esta campanha, a miio quer proporcionar um verão sem fronteiras aos utilizadores destes países e, para tal, selecionamos países fronteiriços — que são os destinos mais prováveis para os utilizadores que se deslocam com o seu próprio veículo.
Até entrarmos no mercado de um país específico, é difícil angariar dados suficientes para avaliar a qualidade e a disponibilidade da rede de carregamentos nesse país. Dessa forma, é necessário avaliar se a qualidade da rede de carregamentos se reflete na adesão da comunidade a soluções tecnológicas para gestão de carregamentos e frotas elétricas. Se a aceitação for positiva durante estes quatro meses, será indicativo de uma boa receção e da viabilidade de expansão permanente.
Quase 9 em cada 10 portugueses desconhecem o euro digital
Por: Redação
86% dos portugueses não sabem o que é o euro digital, uma moeda digital apoiada pelo Banco Central Europeu que se encontra em estudo, revelou um inquérito do Observador Cetelem.
Apesar de só em 2025 poder haver uma decisão sobre a entrada em funcionamento do euro digital, o Observador Cetelem, marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance, procurou saber até que ponto os portugueses já tomaram conhecimento sobre a possibilidade de vir a existir um euro digital.
O estudo concluiu que, embora 5 em cada 10 inquiridos afirmem já ter ouvido falar sobre o tema, 42% destes não sabem exatamente do que se trata.
Já 44% nunca ouviram falar sobre o tema. Quando se fala em euro digital os inquiridos associam a palavras como: dinheiro, facilidade, digitais, criptomoedas, moeda, moeda digital e dinheiro virtual.
Por outro lado, 48% dos inquiridos percepcionam que o conceito do euro digital ainda é desconhecido pela sociedade. No entanto, quando questionados, por exemplo, sobre a possibilidade de vir a tornar-se realidade a existência de um euro digital nos dispositivos móveis, 3 em cada 10 pessoas consideram que será positivo. Porém, há quem perspective como potenciais pontos negativos a falta de conhecimento, algum risco de exclusão social e de ciberataques.
Perante a possibilidade de o euro digital vir a tornar-se uma realidade nos próximos anos, 3 em
cada 4 dos portugueses mostram intenção de aderir à sua utilização, sendo que 16% afirmam
querer fazê-lo imediatamente após a sua implementação e 58% talvez apenas depois de se
informar melhor. Contudo, há uma percentagem significativa de portugueses que indicam que
continuarão a dar preferência a usar dinheiro físico ou outros métodos de pagamento
electrónicos.
Em entrevista à PME Magazine, Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, explica que o euro digital “consistirá numa outra forma de oferecer euros que visa complementar, ao invés de substituir, as outras formas de moeda, nomeadamente o numerário. Será um meio de pagamento digital simples, sem risco e confiável, porque será emitido pelo Banco Central Europeu”, conclui.
Euro digital: “Será um meio de pagamento digital simples, sem risco e confiável” – Hélder Rosalino
O chamado “imposto do pecado” no Brasil
Por: Paulo Mendes Pinto, diretor geral académico Lusófona Brasil
Abel Salazar, terá dito que “um médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”. Saber mundo, conhecer o que nos condiciona nas estruturas e nas conjunturas, é a possibilidade de compreender o momento e os factos que o revestem. A economia e a finança em nada são alheias a esta máxima e, especialmente, a nível Internacional, quem não compreender a cultura e a mentalidade onde vai tentar trabalhar, o desaire é quase garantido.
Habituados que estamos, a nível de uma cultura popular, a um Brasil do samba e do Carnaval, à quase nudez dos biquínis e à diversão, muitas vezes passa-nos ao lado, sejamos turistas ou empresários, que o Brasil é profundamente marcado por um puritanismo importado dos Estados Unidos da América, não só devido à última onda de crescimento de igrejas neopentecostais de finais do séc. XX, mas já enraizada no desde o final do séc. XIX.
As palavras são como fósseis que nos mostram como uma cultura pensa. Ainda hoje a expressão usada para a total proibição que existe no Brasil para a condução sob o efeito de álcool, é a “lei seca”, expressão recuperada no célebre combate ao consumo do álcool há cem anos, nos EUA, com resultados tão catastróficos.
Nas últimas semanas, tem-se discutido no Brasil uma reforma tributária que inclui um imposto seletivo para um grupo de produtos que são, ou danosos para a saúde, ou danosos para o ambiente. Abrangem automóveis, aviões e embarcações, produtos petrolíferos e mineração, e ainda, bebidas alcoólicas, tabaco e bebidas açucaradas.
Acontece que, no Brasil, esta lei não passou a ser conhecida como “lei de proteção ecológica” ou “lei de proteção da saúde”. Indo ao adagiário popular, eternizado por Roberto Carlos, quando canta que tudo o que é bom, é “imoral, ilegal, ou engorda”, esta lei passou a ser conhecida como “imposto do pecado”. Em vez de se valorizar a dimensão positiva do avanço civilizacional, a linguagem comum foi ao universo religioso buscar a dimensão punitiva.
A Portugal importa esta lei, fundamentalmente, porque pode ser aplicado ao vinho. Sim, porque influência dos Estados Unidos não se faz apenas na dimensão puritana, moralizante, mas também protecionista. Neste momento os vinhos importados pagam no Brasil 58% do seu valor em impostos federais; acrescendo os estaduais, o valor sobe a cerca de 80%.
Nos últimos anos o Brasil consolidou-se como 4º mercado externo dos vinhos portugueses. Um mercado que terá valido no ano passado cerca de 80 milhões de euros, com o crescimento esperado para este ano na casa dos 20% para muitas das principais empresas exportadoras.
Diz o Banco Mundial que com este novo “imposto do pecado”, esta carga tributária pode ter um aumento que poderá ascender a 61%. No Brasil, apenas uma pequena elite consome vinho, especialmente o europeu. O consumo per capita é pouco superior a 2 l por pessoa em cada ano. O potencial de crescimento seria imenso, mas com esta carga tributária continuará a circunscrever-se a uma pequena elite.
É necessário compreender ao entrar nos mercados brasileiros o fator protecionismo, a complexidade das tributações nos seus vários níveis, do federal ao estadual, sem esquecer muitos aspetos municipais, e, no caso dos produtos de consumo, neste caso, o vinho, a forma como a dimensão moral pode ser estruturante dos comportamentos. O consumo é muitas vezes encapotado, envergonhado, e sujeito a julgamentos morais.
Salsa jeans abre loja na Jordânia
Por: Redação
A multinacional Salsa Jeans reforçou a sua presença internacional com a entrada na Jordânia, anunciou a marca de origem portuguesa em comunicado.
A primeira loja da Salsa na Jordânia localiza-se em Amã, no Taj Lifestyle Center, o principal centro comercial premium da cidade.
O espaço, com uma área de 120 metros quadrados, expõe produtos para homem e mulher, desenvolvidos em Portugal.
De acordo com a marca, o conceito de loja foi pensado para “proporcionar um ambiente descontraído e uma experiência de compra confortável e agradável”.
Com presença em mais de 40 países, a chegada à Jordânia foi realizada em parceria com o Azadea Group, um grupo de retalho de moda da região.
Hugo Martins, CEO da Salsa Jeans, acrescenta a vontade de continuar a conquista de novos mercados. “A Salsa tem cativado o interesse de consumidores e parceiros por todo o mundo com os seus produtos inovadores e de qualidade. A nossa ambição é continuar a expandir a nossa atividade nos mercados onde já estamos presentes, mas também em novos mercados levando os nossos produtos a cada vez mais pessoas”, conclui.
“Cada novo mercado surge como um projeto ambicioso” – António Carlos Rodrigues
Por: Ana Vieira Há 30 anos, a partir de Braga, o Grupo Casais iniciou a sua expansão internacional. Hoje está presente em 17 países, com atuação nas áreas da engenharia e construção, especialidade e indústria e promoção de gestão de ativos. Em entrevista à PME Magazine, o CEO do Grupo Casais, António Carlos Rodrigues, explica …
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XFin ambiciona chegar às 60 unidades até ao final do ano, em Portugal
Por: Redação A XFin, uma rede financeira que junta as imobiliárias Zome, Chave Nova e Arcada, pretende chegar às 60 unidades em Portugal, até ao final do ano. Em comunicado, o consórcio que conta já com 200 profissionais e 21 unidades, faz saber que tem como finalidade “criar uma rede segura e transparente, que ajude …
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