Por: Mafalda Marques
Brasileira, de Porto Alegre, capital de Rio Grande do Sul, a profissional de coaching visita Lisboa nos dias 18 e 20 de maio para uma palestra sobre Mapas Mentais e um workshop sobre Liderança. À conversa com a PME Magazine, revela que os líderes têm os mesmos dilemas em todo o Mundo e, que afinal, o desafio mantém-se na gestão das pessoas.
P.M.E. Mag. – Começou o seu percurso na área comercial e passou por empresas multinacionais, como bancos e uma petrolífera, na assessoria de comunicação, mas foi a veia comercial que a levou ao coaching.
M.M. – Sim, eu trabalhei em bancos, sempre na área comercial, mas já trabalhava nessa área há algum tempo e a área comercial não ia ao encontro do meu propósito de vida. Eu precisava tomar consciência do meu potencial e foi quando recebi um convite para a área comercial de uma emissora de tv, da RBS, filiada da Globo. Aceitei, um desafio enorme e quando o meu superior foi demitido eu tive de chefiar a equipa toda.Foi aí que entrou o coaching na minha vida, procurando o caminho para me desenvolver para eu conseguir trabalhar com tantas equipas e saber lidar com as complexidades humanas. Na TV a guerra de Egos é muito grande e eu tinha de gerir esses Egos. Apaixonei-me pelo coaching e pela metodologia associada.
P.M.E. Mag. – Mas começou pelo Business Coaching diretamente?
M.M. – Não, quando ainda estava na TV fiz Life Coaching, o básico, para me encontrar, que é por onde todos deviam começar. Só quando saí da TV é que fiz Business Coaching para começar a mudar a minha carreira. Nesse meio tempo, entrei numa sociedade na tentativa de conciliar o coaching e outros negócios, mas acabei por ficar só com o coaching de vida e empresarial. Especializei-me nesta área e abri a minha empresa, o Espaço Coaching, num modelo de negócio de parcerias. Em Portugal, é o clube iVoucheryou, uma empresa dedicada à divulgação de serviços para a classe A, onde se posicionam os executivos de empresas.
P.M.E. Mag.- O seu trabalho com empresários no Brasil está focado na Consciência para a Liderança. Explique como funciona.
M.M. – Eu ensino as pessoas a tomar consciência do que são e a auto-liderarem-se para poderem liderar os outros. Quando o Líder toma consciência das suas forças e fraquezas, aí tem bases para se desenvolver. E assumindo a sua auto-liderança, ele começa a desenvolver as pessoas à sua volta para a auto-liderança. E isso é válido em qualquer situação: nos relacionamentos, nas empresas e até na criação do seu próprio negócio. Porque as pessoas passam por vários processos, como o auto-conhecimento, o auto controle, vários autos que farão toda a diferença nessa caminhada.
P.M.E. Mag.- E foi daí que decidiu criar este programa de auto-desenvolvimento – Auto Liderança para Liderar. Quais são os principais desafios que os Líderes se queixam?
M.M. – Ah, os Líderes queixam-se do mesmo em todo o Mundo! Primeiro, eles não sabem lidar com as pessoas, com a complexidade humana. Como não entendem, não conseguem comunicar e entram em conflito consigo e com os outros. Segundo, queixam-se que as equipas não fazem o que tem de ser feito. Tem a ver com a responsabilização e a falta de propósito, não conseguindo se conectar com os objetivos. A razão de estarem naquela empresa, naquela função, tem de ter um propósito de desenvolvimento pessoal com a carreira. As pessoas estão desconectadas, trabalham porque têm de ganhar o salário, e assim, não dá certo.
P.M.E. Mag.- E onde entram os mapas mentais na Liderança?
M.M. – Mesmo antes de abrir a minha empresa, eu já aplicava mapas mentais à minha atividade. Era demasiada informação que tinha de gerir para não perder o controle. Comecei a usar uma plataforma americana, Mind Meister, que eu uso bastante pois é online. Lembro-me que o primeiro mapa que fiz sobre mim. Deu-me uma clareza e uma dinâmica tal que me ajudou a estruturar as ideias. Rapidamente eu identifiquei as minhas forças, o que tinha de construir, fazendo o caminho com tranquilidade e no controle dos meus objetivos. É como um grande jogo em que temos de ter muita habilidade para conseguir vencer, mas como podemos ganhar se não analisamos todos os cenários? Aí eu percebi que os mapas mentais funcionam como a nossa mente, funciona em caixinhas. Se não tivermos as informações todas organizadas nessas caixinhas, perdemos informação. Quando comecei a aplicar os mapas mentais às pessoas no coaching, foi maravilhoso, pois sistematiza e ajuda-as a planear. Aí a performance aumenta muito.
P.M.E. Mag.-Mas o conceito é conhecido no Brasil?
M.M.- Nas formações que frequentava e na minha rede de contactos percebi que as pessoas não sabiam o que eram mapas mentais. Para mim já era tão familiar que resolvi aplicar aos outros e ensinar. Em Lisboa vou apenas dar uma palestra, explicar o conceito e onde se aplica, e depois as pessoas podem treinar e evoluir ao seu ritmo. Eu irei fazer temporadas em Lisboa com o iVoucheryou que me permita fazer dar formações sobre Auto-Liderança e Mapas Mentais.
P.M.E. Mag.- E onde entram os mapas mentais na Liderança?
M.M. Cada vez mais os líderes precisam organizar equipas, pessoas, projetos, tarefas, e se não for de uma forma sistematizada, não resulta. Os mapas mentais colaborativos envolvem as pessoas, geram trabalho de equipa e resultados diretos no desempenho.
A palestra sobre mapas mentais e o workshop sobre Auto-Lidernça acontecem dias 18 e 20 de maio e as inscrições estão online.
Sobre Márcia Mesquita:
É coach para liderança e alta performance e Diretora Executiva do Espaço Coaching e Membro da Sociedade Brasileira de Coaching, certificada pela Behavirol Coaching Institute, Brian Tracy International, Institute of Coaching (IOC), Harvard Medical School, Graduate School Alliance for Executive Coaching (GSAEC) e Worth Ethic Corporation.
Graduada em Comunicação Social e pós-graduada em Marketing, Márcia Mesquita trabalhou em Grupos Corporativos como Grupo Petróleo Ipiranga, Banco Santander, Banco HSBC, RBS TV (Globo).
Sobre Mapas Mentais
Os mapas mentais são uma ferramenta usada para facilitar a aprendizagem e a memorização a longo prazo, podendo ser aplicada a conteúdos mas também no processo criativo. Foi desenvolvido na década de 70 pelo inglês Tony Buzan e ganhou espaço no contexto da programação neurolinguística (PNL). De forma simples, preferencialmente à mão e com cores, o mapa organiza as ideias de forma hierarquizada permitindo ao cérebro reter, de forma visual, mais informação facilitando a aprendizagem.
(notícia atualizada dia 22 março pelas 16:30)
