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30,9% das PME perspetivam um crescimento entre 10% e 20%, e 22% preveem chegar aos 20% a 30% (Foto: Unsplash)

Digitalização faz parte da estratégia de mais de 90% das PME

Por: Maria Carvalhosa

As principais conclusões do barómetro Heróis PME foram apresentadas esta quarta-feira e destacam quatro fatores distintivos das PME portuguesas no contexto pós-pandemia, com o objetivo de apurar o sentimento das mesmas face à recuperação no futuro próximo. Esses fatores são a capacidade de adaptação/flexibilidade, a capacidade de inovar, a qualidade do produto/solução e, por fim, o talento humano.

“Após a leitura atenta dos resultados, é possível afirmar que as empresas estão dispostas a enfrentar os desafios que se avizinham para construir um futuro mais sustentável e digital, que a maioria saiu fortalecida no pós-pandemia e que as perspetivas de crescimento para os próximos três anos são animadoras. Por outro lado, é de salientar que saiu reforçado o sentimento e a necessidade de apostar no estabelecimento”, afirma Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting, promotora do barómetro.

“Num mundo em que a mudança e crescimento não são lineares, no qual o contexto é mais de disrupção do que de mudança, e a disrupção e inovação são imprevisíveis e incontroláveis, trazendo volatilidade e velocidade às regras do jogo, já não basta só compreender, analisar e prever. É necessário reforçar uma cultura de colaboração, adotar estruturas bem distribuídas, investir na capacitação das pessoas, planear e, em simultâneo, ter a capacidade de alterar de forma ágil esse plano, apostar na inovação e em tecnologias que tornem o mundo mais compreensível”, concluiu.

O talento humano foi distinguido pelas empresas como tendo contribuído para as ajudar a enfrentar os desafios de mercado atuais, com 57% dos respondentes a concordarem totalmente com esta afirmação.

Perto de 80% das PME afirmaram terem saído fortalecidas dos desafios que tiveram de enfrentar, o que reforça a relevância da sua capacidade de adaptação/flexibilidade atrás mencionada.

Cerca de 70% dos respondentes consideram que as empresas e marcas portuguesas saíram valorizadas perante os seus consumidores/público nacional com impacto significativo na sua reputação.

“Podemos destacar que, para mais de 90% das PME, a digitalização já faz parte da estratégia da empresa, o que é claramente uma notável evolução. Se olharmos com mais atenção, para mais de 65% das PME a digitalização já é um processo bem-sucedido do ponto de vista de adoção, o que significa que já ultrapassamos a fase dos primeiros contactos e das primeiras experiências para ver que impacto traz à organização, e nos encontramos claramente numa fase de implementação de uma forma mais abrangente a todas as áreas da organização”, declara Luis Teodoro, administrador da Softfinança.

Já Miguel J. Martins, sustainable investments partner da Grosvenor Investments, defendeu que a “sustentabilidade é cada vez mais aceite como uma proposta de criação de valor para as empresas que a incorporam em estratégia”.

“Em termos bem pragmáticos, proveitos financeiros por si só não criam necessariamente valor (ou criam-no para um conjunto limitado de “stakeholders”). Por contrapartida, a criação de valor indubitavelmente gera proveitos, de curto, médio e longo prazo para o mundo empresarial e para todos os stakeholders, incluindo para as comunidades em que estas se integram”, acrescentou.

O inquérito reuniu as respostas de mais de 200 PME portuguesas.