Estudo revela que Portugal, comparativamente a outros países, está ainda a começar a caminhar na disponibilização de produtos relativos à área financeira verde, tendo apenas oito fundos de investimento com características ambientais, sociais e de governações.
De acordo com um estudo da Embaixada Britânica, Sustainable Finance Market in UK and Portugal, Portugal ainda está num estágio muito primário no que à área financeira verde diz respeito, com apenas oito fundos de investimento com características ambientais, sociais e de governação, ligados à energia renovável, eficiência energética e economia circular.
O relatório afirma que Portugal ainda está numa fase inicial do mercado de produtos financeiros verdes, com os produtos existentes a contribuírem, de forma geral, para a mitigação climática.
A análise mostra ainda que, na banca de retalho nacional, foram identificados 21 produtos diferentes, divididos em cinco categorias: linhas de crédito apoiadas pelo Governo, outras linhas de crédito, crédito à habitação, crédito pessoal, crédito automóvel e leasing. Os produtos das categorias destacadas são relativos ao financiamento a energias renováveis e eficiência energética, estando englobados no objetivo de mitigação climática da Taxonomia Europeia.
Este estudo alerta, assim, para a necessidade do setor público em tornar-se mais ativo na partilha do risco com o setor financeiro privado, promovendo a criação de produtos que respondam a outros objetivos ambientais, para além dos referidos, de modo a impulsionar o mercado financeiro verde no país.
Não tendo sido possível encontrar, no mercado português, nenhum produto completamente verde, o estudo sublinha a importância da ação do Banco Português de Fomento, que deve “criar e desenvolver conhecimento e ferramentas para acelerar o processo de alinhamento do sistema financeiro à meta de neutralidade carbónica”, um dos objetivos do Governo de Portugal para ser atingido até 2050.
A conclusão desta análise aponta que o sistema bancário português não está ainda preparado para este tipo de área financeira, com Portugal ainda pouco desenvolvido na questão da disponibilidade de produtos verdes, algo em que o Reino Unido, um dos maiores impulsionadores do mercado de finanças sustentáveis, poderá promover numa colaboração internacional mais forte, na qual se inclui Portugal.