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Positivismo PME portuguesas internacionalizadas
Mudança de paradigma nas PME leva a decréscimo do positivismo (Foto: Pexels)

Positivismo em queda nas PME portuguesas internacionalizadas

O Inquérito Anual do InSight revela uma tendência decrescente no positivismo das PME portuguesas internacionalizadas, ao longo do último ano. Com a crise pandémica que veio impactar a atividade das empresas, o otimismo tem vindo a decrescer nas PME portuguesas em internacionalização.

Com o objetivo de compreender os impactos da crise pandémica nas PME portuguesas internacionalizadas, a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), em parceria com o E-Monitor, desenvolveu o 4º Grande Inquérito Anual do InSight, um estudo realizado entre os passados dias 8 de setembro e 9 de outubro.

“Um olhar sobre a internacionalização das PME”. É este o mote que serve de referência para o estudo da CCIP, que lança, assim, a sua quarta edição com o objetivo de dar a conhecer o que mudou no paradigma empresarial em Portugal e qual a perceção das empresas face à imprevisibilidade e dificuldades que a crise pandémica veio implementar.

A intenção passava por fazer uma análise da situação das atividades das PME portuguesas internacionalizadas, em comparação com o inquérito realizado pela CCIP no início do ano passado, isto é, no período pré-pandémico. Desta forma, os resultados mostram uma quebra no estado de espírito das empresas ao longo do ano, presente na maioria das 463 PME inquiridas, das quais 339 estão internacionalizadas.

No inquérito realizado em fevereiro do ano passado, os dados apontavam para um otimismo de 90% das empresas inquiridas, em que 2020 seria um ano positivo para as suas organizações – valor mais elevado que os estudos da CCIP apresentaram ao longo dos últimos quatro anos.

O panorama empresarial alterou-se por completo passados oito meses, quando o Inquérito Anual do InSight inquiriu, em outubro passado, que cerca de 47% das empresas mostravam-se menos otimistas, uma vez que previam quebras superiores a 10% da sua atividade.

Com o aumento da dimensão da crise atual e consequente fecho da economia, 52% das empresas não conseguiu manter inteiramente a sua atividade operacional, sendo que, para 68% das inquiridas, as atividades chegaram a cair em mais de 25%, muito em parte pelo decréscimo verificado na procura.

Os dados mostram ainda que, no início do último trimestre de 2020, cerca de 20% das empresas declararam que a recuperação já se tinha começado a concretizar, com cerca de 18% das inquiridas a perspetivarem que a pior fase da crise económica estava ainda por atingir.

O estudo demonstrou também que 35% das empresas perspetivam uma maior internacionalização para este ano, sendo que 24% apontam para uma necessidade de reestruturação das suas dimensões, com a maioria a afirmar a importância e relevância do digital nas suas operações de marketing e na gestão dos sistemas de informação.

Apesar dos pontos de incerteza futura, abordados no estudo, o otimismo continua a estar presente nas empresas, que o demonstram através da sua resiliência. Pedro Bobone, presidente da CCIP, aponta para a disposição das empresas em enfrentar desafios e construir um futuro sustentável, dada a atual mudança de paradigma, pelo que o estudo demonstra que “todo o ecossistema económico deve remar para o mesmo lado”.