De acordo com o economista Eugénio Rosa, Portugal está a tornar-se num país de salários mínimos, visto que este atualmente representa um valor de 665 euros, sendo uma proporção cada vez maior do salário médio.
Segundo os dados do Ministério do Trabalho, que se encontram no estudo do economista, divulgados esta segunda-feira, o salário médio aumentará 96 euros para 1,048 euros, enquanto o salário mínimo nacional subirá 200 euros para 705 euros.
Eugénio Rosa explica: “A remuneração média nacional aumentará 10,1% entre 2015 e 2022, ao mesmo tempo que o salário mínimo subirá 39,6%, fazendo com que Portugal se transforme num país de salários mínimos”.
E acrescenta: “Tem-se assistido, nos últimos anos, a uma grande preocupação política em aumentar o salário mínimo nacional, descurando a atualização dos salários dos trabalhadores mais qualificados, o que está a provocar fortes distorções salariais no país e a transformar Portugal num país em que cada vez mais trabalhadores recebem apenas o salário mínimo ou uma remuneração muito próxima”.
O Instituto do Empego e Formação Profissional (IEFP) apresenta, no seu website, 156 ofertas de trabalho para engenheiros civis, eletrotécnicos, mecânicos, agrónomos, entre outros, refere o jornal Dinheiro Vivo. Contudo, “os salários oferecidos, na sua esmagadora maioria, variam entre 760 euros e 1,000 euros brutos”, menciona Eugénio Rosa.
“Como é que o país assim pode reter quadros qualificados?”, argumenta o economista, referindo que sem a existência de trabalhadores qualificados, o crescimento económico e consequentemente o desenvolvimento do país serão irreais.
